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Por Bloomberg

A Microsoft concluiu a compra da Activision Blizzard por US$ 69 bilhões, depois de uma briga de quase dois anos com reguladores globais que ameaçavam anular o acordo. Nesta quinta-feira, a gigante americana recebeu o sinal verde do órgão antitruste do Reino Unido, removendo a última grande barreira regulatória que ainda impedia a conclusão do maior negócio já registrado no setor.

Fundada em 1979, a Activision abriga algumas das franquias de jogos mais populares do mundo, incluindo Overwatch, World of Warcraft e Crash Bandicoot. Só Call of Duty vendeu mais de 425 milhões de unidades e arrecadou mais de US$ 30 bilhões em receita.

A maior aquisição de todos os tempos na indústria de videogames dá à fabricante de consoles Xbox uma posição vantajosa contra os rivais, passando do quinto para o terceiro lugar globalmente, atrás da Tencent Holdings Ltd.

A Microsoft conseguiu fechar depois de fazer alterações em seu acordo de fusão para conquistar as autoridades do Reino Unido.

A Comissão Federal de Comércio dos EUA, que não conseguiu bloquear a transação em tribunal, continua a prosseguir ações legais na sua própria audiência administrativa. Isso ainda pode forçar as duas empresas a rescindir o acordo se a comissão for bem-sucedida.

Por volta das 14h, as ações da Microsoft em Nova York caíam 0,89%.

Concorrência preservada

A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido anunciou nesta sexta-feira que aprovou o acordo, depois de aceitar um plano de reestruturação envolvendo a venda de alguns direitos de jogos para a editora francesa Ubisoft Entertainment.

O órgão britânico disse, nesta sexta-feira, que, após os últimos ajustes, a oferta da Microsoft para vender alguns direitos de jogos para a Ubisoft Entertainment sanou todas as preocupações em termos de concorrência que ainda permaneciam. O regulador estava preocupado em preservar a concorrência no mercado de jogos transmitidos através da nuvem.

O trabalho do chefe de jogos da Microsoft, Phil Spencer, a partir daqui, pode ser ainda mais desafiador por fornecer um plano para impulsionar o lento negócio de jogos para dispositivos móveis da empresa. Entre os títulos da Activision, está o popular Candy Crush e seus derivados. No entanto, o atraso significa que a Microsoft ficou ainda mais para trás nesse espaço, em meio a uma contração no setor supersaturado.

A empresa continua em impasse com a Apple sobre o acesso à sua loja de aplicativos. Em 2020, o presidente da Microsoft, Brad Smith, criticou os termos da Apple, que incluem um corte de 30% na receita dos desenvolvedores e restrições aos jogos em nuvem.

Mesmo após a Epic Games, fabricante do Fortnite, processar a Apple alegando práticas anticompetitivas, a loja de aplicativos dos iPhones e de aparelhos da marca ainda não permite acesso aos jogos em nuvem da Microsoft. Com isso, os usuários do iOS precisam acessar por meio de um navegador móvel.

Outras partes do cenário dos jogos mudaram desde que o acordo com a Activision foi anunciado pela primeira vez em janeiro de 2022. O metaverso, um mundo on-line persistente onde os consumidores jogariam e fariam compras, não se revelou uma oportunidade comercial tão grande como muitos previam. Esse negócio foi identificado como um fator-chave para a aquisição quando foi anunciado.

Mudança de cultura

Os atrasos na aquisição também levaram a um adiamento da reforma da cultura da Activision. Embora a Microsoft tenha tradicionalmente adotado uma abordagem indiferente aos estúdios de jogos que adquire, desta vez ela pode estar mais envolvida.

Os fãs muitas vezes reclamaram de algumas decisões de negócios da Activision, como lotar o mercado com os lançamentos Pro Skater e Guitar Hero de Tony Hawk, que acabaram barateando as franquias. Ainda disseram que a amada série StarCraft da empresa carece de recursos porque ganha menos dinheiro do que outros jogos.

A Microsoft disse em seu anúncio que planeja disponibilizar a biblioteca de jogos no Game Pass, seu serviço de streaming em nuvem.

Assédio na empresa

O CEO da Activision, Bobby Kotick, vinha sendo criticado pela forma que lidava com reclamações de assédio na empresa. Em 2021, o Departamento de Direitos Civis da Califórnia processou a Activision por promover uma cultura de “meninos de fraternidade”.

Desde então, a empresa nomeou um responsável para supervisionar a diversidade, a equidade e a inclusão, nomeou um chefe de design de jogos inclusivos e divulgou um relatório sobre o progresso da empresa em questões relacionadas com o local de trabalho.

A Microsoft também prometeu permanecer neutra em relação à sindicalização dos funcionários. Em janeiro, trabalhadores da unidade de videogame ZeniMax, da Microsoft, juntaram-se ao Communications Workers of America. A Microsoft reconheceu o sindicato imediatamente.

“Temos a intenção de inclusão em tudo o que fazemos no Xbox”, disse Spencer em uma postagem no blog na sexta-feira, “desde nossa equipe até os produtos que fazemos e as histórias que contamos, até a forma como nossos jogadores interagem e se envolvem como uma comunidade de jogos mais ampla.”

Em um e-mail para a equipe, Spencer disse que Kotick permaneceria como presidente-executivo da Activision Blizzard até o fim do ano, reportando-se a ele.

Oposição da concorrência

O acordo enfrentou forte oposição da Sony, fabricante de consoles PlayStation. O chefe de videogames da empresa, Jim Ryan, sugeriu que a Microsoft poderia prejudicar os concorrentes vendendo-lhes uma versão nada adequada de seu popular jogo de tiro Call of Duty.

Em julho, a Microsoft e a Sony assinaram um acordo de 10 anos que manteria as futuras entradas do Call of Duty nos consoles PlayStation. Ryan disse à equipe, no final de setembro, que se aposentaria da Sony em março.

Os reguladores do Reino Unido já haviam vetado o acordo, dizendo que poderia resultar em preços mais elevados, menos opções e menos inovação para os jogadores. Segundo o regulador, o novo acordo significa que a Microsoft não pode limitar o acesso ao conteúdo principal da Activision ao seu próprio serviço de jogos em nuvem ou negar esses jogos aos rivais.

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