Casal viajante viraliza ao mostrar como é morar dentro do carro em mochilão sem data para voltar

"A gente não esperava essa repercussão toda, porque as nossas redes sociais são pequenas e também porque, para a gente, não é tão fora do normal ou absurdo, como algumas pessoas acharam", diz Matheus em entrevista à Glamour.

Os dois saíram do Ceará e seguiram para o Rio Grande do Norte, onde começa a BR 101, estrada que liga o estado nordestino até o Rio Grande do Sul, cruzando o litoral do Brasil. O trajeto deve ser feito com alguns desvios, como para a Chapada Diamantina, em Minas Gerais.

"Nós fizemos um mochilão no começo do ano e nós já tínhamos o carro. Foi a única coisa que tinha nos sobrado, porque todo o resto já havia sido vendido para juntar dinheiro para viajar. A princípio, descartamos usar o carro, mas com os trajetos e as mochilas pesadas vimos que talvez estar no Celta não fosse tão desconfortável assim", conta Evelin. "Não fizemos tantas contas, mas o nosso orçamento é limitado. Calculamos quanto seria a hospedagem mais barata em cada parada e concluímos que seria mais barato ficar no carro", lembra Matheus.

Como a viagem não tem data para acabar, os dois deixaram os empregos para seguir esse sonho em comum. Evelin era professora de tecido acrobático e Matheus trabalhava como gerente de logística, mas, agora, vendem macramê e pinturas na praia para custear a viagem, para além do valor que sobrou do mochilão inicial.

"Nós gostamos muito dessa vida, mas nem tudo são flores. O carro é apertado, limitado. O nosso maior desafio é a quantidade de coisas que podemos carregar. Não temos uma geladeira, por exemplo, mas estamos pensando em uma possibilidade de como colocá-la aqui dentro. Mas tudo o que trouxemos tem servido bem, e também vamos nos adaptando no caminho. Às vezes, uma roupa que pensamos que usaríamos muito nem usamos, então nos desfazemos ou trocamos por outra", conta Evelin.

As paradas em estabelecimentos e postos de gasolina, além de casas de pessoas que vão conhecendo, são alguns dos locais em que param para cuidar da higiene pessoal e tomar banho. "Mas também temos uma barraquinha, que nos dá privacidade", diz Matheus. Já para se sentirem seguros na aventura, buscam locais já bem avaliados por outros mochileiros ou que outros viajantes estão parando também. "Somos uma comunidade mesmo", destaca a professora.

Até agora, ela conta, não tiveram muitos perrengues. "O maior deles até agora foi realmente o dia da chuva. Sabemos que vai se repetir, porque essa é a nossa casa, mas não tem muitos outros momentos assim", diz. "O dia mais inesquecível para a gente, por outro lado, foi no primeiro trajeto saindo de Fortaleza até o RN, quando de fato percebemos o que estávamos fazendo e ficamos muito felizes pela decisão", lembra.

Ficou inspirad@? "O meu conselho para quem quer fazer algo do tipo, realizar um sonho, é colocar como prioridade na vida. O primeiro passo é colocar como meta e se movimentar naquele sentido", diz Evelin. "Quando você decide, você se movimenta e tira forças de onde não tem para conseguir", finaliza Matheus.