Amor & Sexo
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Desde o lançamento da trilogia “De Pernas Pro Ar”, em 2010, não é segredo que a atriz Ingrid Guimarães é apaixonada por vibradores e sempre defendeu a necessidade de autoconhecimento e a busca pelo prazer feminino. Em entrevista exclusiva à Glamour, ela conta que o interesse pelos sex toys veio antes do audiovisual – mas também esteve atrelado à ele. "Eu comecei a buscar sobre o assunto por conta da série Sex And The City, que eu era muito viciada e tinha aquele rabbit, foi um coelho que virou uma febre na época", diz.

Na época, Ingrid conta que descobriu uma loja em São Paulo que vendia vibradores. "Eu me lembro que o espaço ficava dentro de uma loja de lingerie. Tinha um lugar reservado. Era um espelho e quando você apertava um botão abria um espaço. Algo super escondido, como se comprar um vibrador fosse algo muito errado", aponta. Depois de tanto tempo – e três filmes lançados no qual Ingrid é dona de uma loja de artigos eróticos – ela lança agora o seu próprio sex toy que promete o clímax em três minutos em parceria com A Sós.

"Acho que, como todo mundo sempre me pede um conselho sobre vibrador - o que eu uso, como usar, até explicar como usar - tem gente que não sabe. Estão falando mais do prazer feminino, e como eu ando muito nas ruas, de certa maneira as pessoas me associam por causa do filme", diz Ingrid sobre o momento oportuno para o lançamento. "Minha única exigência era que fosse um vibrador mais acessível do que os outros, para que as mulheres pudessem ter mais acesso. Outro ponto importante era que fosse funcional e pequeno, algo que pudesse ser facilmente transportado em uma bolsa e deixado em casa sem chamar atenção", acrescenta.

Ingrid Guimarães — Foto: Luiza Ferraz
Ingrid Guimarães — Foto: Luiza Ferraz

Confira abaixo a entrevista na íntegra com Ingrid Guimarães:

Por conta do filme "De Pernas Pro Ar", você se tornou uma referência em sex toy. Mas, qual é a sua relação real com vibradores? Lembra-se da primeira vez que teve contato com um?

"Eu comecei a ter interesse em vibrador por causa da série Sex And The City, que eu era muito viciada e tinha aquele rabbit. Por causa disso eu comecei a pesquisar o que era, que foi um coelho que virou uma febre na época. Eu me lembro de ir a São Paulo comprar um vibrador e o espaço ficava dentro de uma loja de lingerie. Tinha um lugar reservado. Era um espelho e quando você apertava um botão abria um espaço. Algo super escondido, como se comprar um vibrador fosse algo muito errado.

Então, essa foi a primeira vez que comprei um vibrador, influenciada pela série. A partir daí eu comecei a usar, mas tinham poucas opções. E eles eram muito caros e muito fálicos. Depois, eu descobri uma das poucas pessoas no Rio de Janeiro que vendiam vibradores em casa – que foi a menina que a gente se inspirou para fazer o filme. Ela veio aqui em casa e eu chamei umas amigas e nós compramos vibradores. Então esse foi o meu início de contato com os vibradores e minha parceria com a A Sós".

A busca pelo orgasmo feminino ainda é um tabu. Como você se sente sobre esse assunto? Como podemos evoluir ainda mais nesse aspecto?

Eu acho que orgasmo da mulher ainda é um tabu, até porque a gente cresceu em uma cultura em que o orgasmo masculino é super normalizado, principalmente através dos milhões de filmes pornôs. Então, é um assunto que eu demorei para ficar confortável para falar, mas o que me ajudou muito foi ter feito um filme sobre isso... Ter que fazer cena fazendo orgasmo nos três filmes, né? Esse filme representou muito no mercado erótico, e daí abriram muitos assuntos para mim. Eu virei uma representante deste assunto por causa dos filmes. Acabaram chegando muitas informações, palestras, presentes e muitas entrevistas. Daí, acabei fazendo pesquisa sobre isso. Acho que a maneira de evoluir neste aspecto é falando mais sobre isso, normalizando o prazer feminino, normalizando o fato de você procurar o próprio prazer, batalhar por isso e ter coisas que te ajudem assim como o vibrador, assim como é normalizado para os homens.

“Comecei a ter interesse em vibrador por conta da série Sex And The City”, conta Ingrid Guimarães — Foto: Luiza Ferraz
“Comecei a ter interesse em vibrador por conta da série Sex And The City”, conta Ingrid Guimarães — Foto: Luiza Ferraz

Muitas mulheres se sentem culpadas por priorizar o prazer. Isso já foi uma questão para você?

Eu acho que essa culpa de ter prazer é algo que faz parte da história da maioria das mulheres da minha geração e principalmente das mulheres brasileiras já que a gente vive num país muito machista – onde o desejo da mulher é ainda vilinizado. Assim como eu fui criada em uma família mais tradicional, onde não se falava de sexo. Isso tem muito a ver também com educação e principalmente como informação. Mais uma vez digo: os filmes ajudam muito. Quando eu fui fazer uma live só com as revendedoras desse vibrador, são histórias de mulheres reprimidas, que muitas vezes não conseguiram viver da própria profissão e que encontraram em revender. Esses objetos eróticos foram uma oportunidade de se aceitar, de falar disso, e de promover o sustento delas em casa. Acho que quanto mais se falar, se mostrar, se normalizar, mais fácil vai ser para que isso vire algo normal, né? Procurar o seu próprio prazer é algo físico, é algo essencial, é algo que não deveria estar associado em nenhum momento à culpa.

Agora você tem um vibrador para chamar de seu (literalmente). Como foi desenvolver esse modelo? Você participou ativamente do processo? Teve alguma função que você não quisesse deixar de fora (por saber o quão prazerosa é)?

Há muito tempo venho refletindo sobre isso, recebi propostas anteriormente, mas decidi fazer isso agora. Acredito que este é o momento certo no Brasil, onde as pessoas estão mais abertas a discutir esse assunto. Com frequência, recebo pedidos de conselhos sobre vibradores, desde o tipo que utilizo até como usar. Como eu ando muito nas ruas, e de uma certa maneira as pessoas associam os vibradores a mim por causa do filme, eu realmente resolvi falar disso de uma maneira mais profissional. Como A Sós foi sempre me acompanhou durante a gravação dos filmes, fechei com eles esta parceria. A minha única exigência era que fosse um vibrador mais acessível do que os outros, para que as mulheres pudessem ter mais acesso. Também queria que fosse algo funcional e pequeno, porque muitas vezes você pode levar em uma bolsa, que fosse algo que pudesse ser deixado em casa, sem que aquilo assustasse. O formato do coelho é para fazer uma alusão mesmo ao coelho do filme, né? Afinal de contas isso faz parte da minha história. E o diferencial do meu vibrador para os outros é que ele proporciona vários tipos de prazer. Ele tem três funções! Então, você pode explorar o teu corpo, não só um orgasmo clitoriano, mas uma oportunidade de você poder conhecer o seu corpo e conhecer outras zonas que te proporcionam prazer.

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