Amor & Sexo
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Por Lua Menezes @lascivaluaaa

Luzes coloridas piscando e ela cheia de glitter na cara e no decote dançando de olhos fechados no meio da pista de dança. Eu a olho de longe enquanto meus amigos gritam no meu ouvido que estão-cansados-e-querem-ir-embora. "A festa mal começou", respondo, e não consigo ouvir o que eles argumentam de volta. A música tá alta demais ou talvez eu que tenha me distraído porque, nessa hora, ela, estrela da pista e do meu coração, abre os olhos e seu olhar encontra o meu, como uma flecha subitamente atirada. Ela sustenta o olhar, eu desvio, nervosa.

Decido que vou ficar. Quero dançar, digo pros meus amigos e pra mim mesma. Verdade não deixa de ser, mas não é a verdade completa, essa tem glitter na cara e no decote. Meus amigos me abraçam e se despedem, perguntam se vou ficar bem sozinha, pedem desculpas por estarem tão velhos. Balbucio que "sim, tudo bem". Nem estou prestando muita atenção, porque estou mais preocupada com ela que sumiu da minha vista. Procuro seu rosto entre os outros rostos. Nenhum brilha como o dela.

Vou até o bar como quem não quer nada, não a encontro. Dou uma volta, não a encontro. Investigo a fila do banheiro, não a encontro. Talvez ela tenha ido embora também, talvez meu destino seja mesmo ficar sozinha. Sacudo esse pensamento da minha cabeça. "Eita como é catastrófica", é o que minha psicóloga diria, não com essas palavras; enfim, desisto de encontrá-la e danço, meu corpo quer dançar, sacudir a poeira, os ossos, o peso, a dor. Me lembro o propósito da saída de hoje: celebrar o fim de um ciclo, o namoro de anos terminado, e o saber que todo fim é um começo.

Danço de olhos fechados e quadril solto, por um momento esqueço que estou cercada de pessoas e vultos e medos, só existe eu e a dança. Começo a suar, é bom, quero transpirar tudo, secar até que não me sobrem lágrimas. Quando abro os olhos, ela está na minha frente, na minha frente, a um passo de mim, me olhando e sorrindo, o glitter brilhando no escuro. Ela é linda, grande, com uma cabeleira cacheada que parece uma auréola brilhando sob as luzes coloridas.

Tomo um susto por um instante, mas o susto não se sustenta, tem outra coisa mais potente, chego junto dela, não sei de onde vem essa coragem; na verdade, sei, do desejo, o desejo que move, certas coisas só precisam disso, de uma centelha que faça a gente tomar coragem pra dar um passo: o primeiro. Eu dou. Ficamos cara a cara e sorrimos uma pra outra, dançamos juntas, rimos, tentamos conversar apesar da música alta, desistimos.

Não sei quanto tempo se passa num silêncio que não é silêncio, a música estrondando ao nosso redor, a gente já resignada sobre a impossibilidade de qualquer conversa, mas consigo entender claramente as duas palavras que ela sussurra no meu ouvido: me pega. Puxo seu corpo pra junto do meu e a gente se beija por uma pequena eternidade. Seus lábios são carnudos e gostosos de morder, a música envolve nossas peles como um abraço. Quero mais, pego sua mão e a conduzo até o banheiro, ela vem rindo, não tem muito espaço pra nós duas na cabine apertada, mas nos colamos as peles suadas e ela enfia a mão debaixo da minha blusa.

Minha boceta imediatamente acende, deixo as alcinhas da blusa caírem sobre os ombros e ela vai beijando meu pescoço, minha nuca, tudo em mim se arrepia. Ela aperta meus seios com as mãos em concha, me olha safada de baixo pra cima, brinca de passar a língua devagar e suave entre um mamilo e outro, me contorço.

Minha boceta pisca mais que as luzes da pista de dança, ela abocanhando e chupando um mamilo, enquanto aperta o outro com os dedos. Não aguento, enfio a mão por debaixo da minha saia, afasto a calcinha e começo a me masturbar. Ela gosta do que vê, gozo com ela sussurrando "gostosa" no meu ouvido, mas gozar em pé não é bem minha especialidade. Meus joelhos tremem e eu rio com medo de cair, é uma vertigem boa.

É minha vez de retribuir, ela sobe o vestido e tá sem calcinha, lambo meus dedos e massageio sua vulva, carnuda como seus lábios, molhada como sua língua. Peço pra ela me ensinar como gosta, e ela vai guiando minha mão, me leva até o clitóris e... brinco. Vou experimentando até encontrar o ritmo que faz seu corpo responder mais, sinto seu calor, sua tremedeira, ela ri e geme, eu rio e ofego.

Quando sinto que o seu orgasmo vai chegando, colo meus lábios nos dela e ela goza gemendo abafado no céu da minha boca. É um pequeno transe, fecho os olhos e vejo glitter, quero gozar de novo, quero dançar, quero viver.

Começam a bater na porta do banheiro, a gente se arruma sem pressa e, sem trocar palavras, os olhos dizem o não-dito. Nos despedimos com um beijo longo. A gente não vai trocar telefone, nem nunca mais vamos nos ver. Talvez, ela seja de outra cidade; talvez, estivesse só de passagem... Não sei, vou especular histórias e explicações. Mas tudo bem, não vou sentir falta, vou sentir gratidão, vou me lembrar pra sempre dela como aquela que marcou o início de um ciclo de liberdade, aquela que me lembrou como é bom estar viva e brilhar.

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