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Do sonho de infância de ser cantora, quando se apresentava em missas e fazia aula de violino e piano com incentivo da mãe, ao primeiro vídeo de seu projeto solo, Joyce Alane enfrentou medos e inseguranças para conquistar confiança no próprio trabalho. Foi em 2020, com "Leão", sua (música) primogênita, que decidiu dividir seu trabalho autoral na internet e mandar sua própria mensagem para o mundo. "Foi um divisor de águas na minha vida", entende ela.

Quatro anos e vários singles depois — incluindo o sucesso "Idiota Raiz", que gravou ao lado de João Gomes —, a pernambucana de 26 anos lança seu primeiro álbum de estúdio. Tudo É Minha Culpa chega às plataformas digitais hoje, dia 24 de maio. Norteado pelas diferentes fases de um término de relacionamento, o disco é resultado das muitas sessões de terapia de uma Joyce Alane que, hoje, não tem mais medo de expor sua intensidade e verdade por meio da arte – como conta, entre outros detalhes, a seguir.

Joyce Alane — Foto: Lucas Soares
Joyce Alane — Foto: Lucas Soares

Como é o seu processo de composição?

Escrevo sobre minhas vivências, tanto o que passo quanto o que escuto, e transformo tudo isso em música. Eu penso no texto já com melodia, e depois vou procurar no piano quais são as notas que tinha pensado na minha cabeça. Às vezes, também me junto aos amigos para a gente compor. E tenho o quadro "Me Dá uma Luz", uma caixinha de perguntas e respostas no Instagram onde meus seguidores dão ideias para composições.

E qual a música que você mais se orgulha de ter escrito? Tem alguma em específico?

Acho que “Leão”, minha primogênita. Até tenho tatuado aqui no meu braço. E não é nem pela composição em si, sabe? Teve “Idiota Raiz”, que me levou a lugares inimagináveis, Prêmio Multishow e tudo mais, mas “Leão” é a primeira música que postei, querendo de fato trabalhar sozinha, e foi a primeira música que lancei… Então foi um divisor de águas na minha vida porque eu tinha muito medo. As pessoas falavam que eu não iria conseguir lançar coisa sozinha, então foi essa música que me deu coragem de começar meu trabalho solo. Acho que, se não fosse ela, eu não continuaria.

Como surgiram as ideias para o tema do álbum?

Das minhas várias sessões de terapia. É um álbum muito pessoal. Ele fala sobre o processo do término de um relacionamento. As músicas não são só sobre uma pessoa, é tudo contado em uma ordem com diferentes etapas: do momento em que você se sente supermal, pensa em voltar, ao que entende que a culpa do fim não é exclusivamente sua.

Joyce Alane — Foto: Lara Valença
Joyce Alane — Foto: Lara Valença

Quais foram suas referências artísticas?

Pensei em alguns artistas que, hoje, são colegas – como a banda Tuyo e Duda Beat. Acho que Duda tem essa força que eu quis passar: é intensa e mostra a fragilidade, mas tem poder próprio. Também tenho o primeiro álbum da Marina Sena como referência.

Em relação à estética do álbum, o que norteou as escolhas?

A gente pensou em ter várias facetas minhas na estética, porque o álbum realmente retrata as minhas várias faces durante esse processo com a culpa, e eu queria mostrar essas fases também nas capas. A capa do single “Eu Não Tô Bem” retrata aquele momento em que você se recolhe para poder começar a entender. Já em “Golpe Baixo”, e na própria capa do álbum, tem a questão das múltiplas faces, de você se olhar no espelho e se reconhecer como várias. Eu me reconheço como várias Joyces. Tem uma Joyce que tem dias que está precisando ficar sozinha, isolada, mas tem outra que está precisando se comunicar e tudo faz parte de uma pessoa só. Isso não me faz uma pessoa indecisa, mas, sim, intensa. E quis muito trazer essa intensidade para o álbum e a estética dele também conversa com isso.

O que você apontaria como o maior desafio na hora de colocar esse projeto no mundo e como está a sua expectativa?

O maior desafio é a minha forma de lidar com a minha pressão e com a minha rigidez. O álbum é sobre mim, então meio que espelha o que eu passei. Eu quero muito que ele chegue nas pessoas e que elas se identifiquem com ele. Tá tudo bem ser intensa, tá tudo bem você gostar demais. Eu gosto muito de falar a história das minhas músicas e tem gente que diz “ai, muito besta. Você foi muito otária de ter passado por isso”. E realmente, já teve época em que, se eu me visse hoje, me daria um tapa na cara, mas tá tudo certo (risos).

Eu tenho grandes expectativas com esse trabalho, porque acho que as pessoas também precisam mostrar sua fragilidade. Mostrar que também passam por isso, que erram, acertam e que entendem “eu não mereço passar por isso”. Não são músicas para comprometidos, só para quem passou pelos términos (risos). Mas até os comprometidos também já passaram, então vão lembrar do passado.

Joyce Alane — Foto: Wesley Allen
Joyce Alane — Foto: Wesley Allen

Você usou muito a internet a seu favor para se aproximar do público. Que dicas você daria para quem está começando no mundo da música e também quer aproveitar esse recurso?

A primeira dica é você ter uma mente estruturada. Se você tem uma música e acredita nela, na sua voz, no seu trabalho, mostre. A internet, hoje, é muito imediatista; então, as pessoas vão chegar em você, vão te acompanhar, mas nem sempre é possível atingir as expectativas de todo mundo. É um lugar de muita chegada e saída, mas você não deve se sentir culpado por isso ou por ainda não ter viralizado. As pessoas vão chegar e vão sair, mas você deve confiar no seu trabalho e continuar persistindo que uma hora vai.

O que almeja como próximos passos na carreira?

Cantar em grandes festivais e alcançar cada vez mais pessoas, gerando identificação e espalhando meu som por aí. Também quero participar de algum programa de culinária. É bem específico (risos), mas é porque tenho uma relação muito massa com a comida. Tenho o grande sonho de cantar com a Liniker, uma artista de quem sou muito fã – lançar uma música com ela me faria zerar a vida.

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