Música
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Por Malu Pinheiro (@mariluisapp)

A nostalgia musical segue firme e forte – e os fãs agradecem! No próximo sábado, a Restart, sucesso dos anos 2010, volta em uma turnê com seus grandes hits musicais para encerrar um ciclo que aconteceu em 2015, quando decidiram fazer uma pausa na banda. Durante todo esse período, os meninos (que já não são mais adolescentes) puderam se fortalecer musicalmente, e até na amizade. "A gente se deu a oportunidade de sermos amigos sem todas as responsabilidades de ter uma banda e tomar grandes decisões", disse Koba à Glamour.

Agora, voltam aos palcos com a turnê "Pra Você Lembrar", onde celebrarão os sucessos da banda e encerram o ciclo Restart. A decisão aconteceu de um longo processo de amadurecimento da ideia, e também de timing entre os integrantes da banda. "O grande ponto mesmo, foi estarmos os 4 com vontade de fazer", revela Thominhas. Pe Lanza também cita os grandes comebacks que estão rolando no mundo. "A reunião do Blink-182 foi um ponto de partida para essa nostalgia toda. É um sentimento onde as pessoas estão com saudade do que viveram na adolescência – e isso tem fortalecido muito segmento", conta.

Hoje, mais maduros, os desafios são outros. "Existem dores que não existiam, né? A coluna dói um pouquinho mais, os joelhos já não respondem mais aos pulos que a gente dava toda hora nos palcos", brinca Pe Lanza – que também garante muita emoção nos palcos. "Preservando a individualidade de cada um, que é muito importante, eu acho que a Restart agora vem ainda mais poderosa, ainda mais é peituda, né? Ainda mais forte do que ela do que ela já foi", diz.

E, sobre músicas novas, Pe Lu garante que esse não é o foco agora (e dá um spoiler). "É uma despedida! Talvez, no meio do caminho, a gente lance algum material musical, afinal vamos passar 8 meses juntos na estrada. Se tivermos vontade, tempo e cabeça, por que não? Talvez registros ao vivo, quem sabe?", revela.

Restart — Foto: Rodrigo Takeshi
Restart — Foto: Rodrigo Takeshi

Confira, abaixo, o bate papo na íntegra que tivemos com a Restart:

Vocês foram uma das bandas de maiores sucesso ali dos anos 2010. O que mais uniu vocês naquela época? Todos já eram amigos e músicos?

Pe Lu: A nossa amizade nasce por conta da troca musical, né? Então, nós éramos crianças, adolescentes, interessados por música e esse nosso interesse pelo som, por alguns artistas, é o que nos une primeiro. Viramos amigos e isso evoluiu rápido para a ideia de levar um violão para o colégio, que depois evolui para um lugar natural de alugar um estúdio e tocar algumas músicas que a gente gostava – como se fôssemos uma banda, mesmo sem saber como isso funciona. A banda começa a nascer ali, muito antes da banda em si. A gente teve uma gestação longa até a Restart chegar.

E, mesmo fazendo tanto sucesso, qual foi o ponto-chave em que vocês decidiram se separar, ou pelo menos “não continuar”? A decisão partiu de quem?

Pe Lu: Essa decisão vem de uma reflexão longa, de talvez um ano, em que a gente estava ainda com a banda rolando e lançando trabalhos, mas a gente foi tendo uma percepção de que cada um de nós precisava um pouco desenvolver as suas individualidades. Porque a gente cresceu em uma banda, né? Durante 7 anos, a gente viveu essa relação, então teve um lugar também de saber quem a gente era sem a banda. E a gente sempre teve muito claro que a Restart jamais seria um projeto paralelo. Então, isso tudo se une na decisão da pausa. E isso é muito presente agora na nossa reunião: que somos a Restart enriquecida pelas nossas individualidades. Então, a banda ganhou muito com essa pausa! Estamos vivendo o momento mais divertido e legal do nosso encontro – e, musicalmente, isso está refletido em como estamos nos expressando, tocando o repertório antigo, mas de uma forma muito mais coerente.

De 2015 até hoje, nesses 8 anos, vocês se mantiveram próximos? Todos seguiram com projetos que envolvia a música?

Pe Lu: Profissionalmente, cada um de nós seguiu fazendo trabalhos relacionadas à música, arte, audiovisual... Ninguém foi tentar ser médico (risos), mas a gente foi respondendo essa pergunta de quem éramos sem a Restart, e ela foi respondida.

Koba: Quando a gente resolve dar uma pausa, em 2015, foi um momento muito bom e muito saudável para nossa amizade. A gente se deu a oportunidade de sermos amigos sem todas as responsabilidades de ter uma banda e tomar grandes decisões. Logo depois, nos vimos muitas vezes. Foram momentos muito importantes de reconexão da nossa amizade. Ao longo do tempo, a gente foi perdendo um pouco o contato porque cada um seguiu a sua agenda, mas a gente nunca deixou de se falar! A gente tem muito carinho um pelo outro.

Pe Lu: A gente seguiu e seguimos sendo amigos. Sempre fizemos o encontro anual de aniversário da banda e isso a gente manteve, até meio que como um ritual. Mas, a gente termina a banda amigos, e isso é fundamental. Não teve um rompimento – e isso fez com que a relação continuasse rodando, talvez menos intensamente, mas rodando!

Vocês falam que nunca houve uma despedida, de fato, né? Quem trouxe a ideia de “vamos voltar?” De se reunir em uma turnê agora?

Koba: Acho que foi em um desses encontros. A gente já tinha conversado sobre isso várias vezes, até recebido algumas propostas durante esse período de hiato, e a gente nunca tinha sentido que era o momento. Há mais ou menos 1 ano que a gente está se preparando para a turnê e deve fazer um pouquinho mais que a gente decidiu mesmo ter essa reunião. A gente passou um tempo estudando como íamos fazer isso, mas foi uma decisão meio unânime.

Teve alguma interferência dos sucessos dos comebacks que a gente tem tido ultimamente?

Thominhas: Se a gente falar que não aguçou a nossa vontade, é mentira (risos)! Um monte de banda voltando, deu uma vontade, sim! Mas, o grande ponto mesmo, foi estarmos os 4 com vontade de fazer.

Koba: A gente ficou sabendo do NX, que é uma banda que a gente foi muito fã e que viramos amigos, depois. Já estávamos em construção com a nossa turnê quando a gente soube que eles também estavam voltando. Daí, outras bandas também anunciaram festivais e para gente é muito legal porque gera um senso de comunidade de novo, sabe? Uma história acontecendo de novo!

Restart — Foto: Rodrigo Takeshi
Restart — Foto: Rodrigo Takeshi

Pe Lanza: Nós estamos trabalhando nessa turnê há um ano em segredo, então esses anúncios das bandas que a gente cresceu junto foi uma surpresa, e uma surpresa muito grata. Mas, em paralelo a isso, todos esses retornos aqui vêm um caminho próspero acontecendo também pelo que está rolando nos Estados Unidos, né? A reunião do Blink-182 foi um ponto de partida para essa nostalgia toda. É um sentimento onde as pessoas estão com saudade do que viveram na adolescência – e isso tem fortalecido muito segmento. E, principalmente, é importante também para as pessoas que talvez não tinham esse apego e afeto com o tipo de som que a gente fazia naquela época, olharem agora com um outro olhar.

E qual é a maior dificuldade em tocar e se apresentar com um material de 8 anos atrás? Existe algum desafio nisso?

Pe Lanza: Existem dores que não existiam, né? A coluna dói um pouquinho mais, os joelhos já não respondem mais aos pulos que a gente dava toda hora nos palcos (risos). Brincadeiras à parte, eu acho que a gente está muito maduro. Somos uma Restart 2.0, ou 30+, de um jeito muito sólido. Essas músicas antigas estão ressignificando muita coisa para nós. Por mais que a gente tenha tentado manter muitos padrões dos arranjos que as pessoas conhecem, existe também um desafio em reinterpretar todos os clássicos, e agora com uma bagagem musical diferente. Preservando a individualidade de cada um, que é muito importante, eu acho que a Restart agora vem ainda mais poderosa, ainda mais é peituda, né? Ainda mais forte do que ela do que ela já foi. Os desafios eles vêm, óbvio, mas eu acho que a gente está lidando muito bem com isso. Está sendo gostoso, estamos nos divertindo tanto quanto, ou até mais, do que a gente se divertiu compondo e fazendo essas músicas lá no começo da década passada. Para quem for no show, vai ser muita emoção!

Para terminar, os shows serão, de fato, a despedida? Os fãs podem ter algum tipo de esperança no retorno da banda? Músicas novas? Algum spoiler?

Pe Lu: Sem esperanças (risos)! A gente tem reforçado muito isso, que a nossa ideia é encerrar esse ciclo, né? E faz muito sentido que a gente encerre esse ciclo com as pessoas que começaram esse ciclo. Então, com quem acompanha a banda, ou quem nunca foi num show, por exemplo, que gostava, mas era muito novo, ou morava em uma cidade que nunca passamos. Mas, temos reforçado muito de que não é um clickbait, não vamos fazer uma turnê no ano que vem. A nossa reunião, inclusive, parte desse lugar: a gente não fez isso e queríamos muito fazer. Então, é uma despedida! Talvez, no meio do caminho, a gente lance algum material musical, afinal vamos passar 8 meses juntos na estrada. Mas, não é foco! No meio do caminho, se tivermos vontade, tempo e cabeça, por que não? Talvez registros ao vivo, quem sabe? A gente tem ideias, mas o foco agora realmente é entregar os shows – e os últimos shows, né?

A turnê "Pra Você Lembrar" começa neste sábado, 7, em São Paulo, e passará por Rio de Janeiro, Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Brasília e Belém.

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