Música
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Por Nívia Passos (@niviapassos)

Quando ainda era criança, Teresa Cristina tinha um sonho bem claro: o de ser Maria Bethânia. Naquela época, ela conta, não se tratava de ser cantora necessariamente, mas de ser a intérprete que tanto admirava. Os anos passaram, ela cresceu e o mundo da música acabou de fato chamando sua atenção, tanto que se tornou um dos maiores nomes da música brasileira, mas aquele desejo inocente da infância continuou - e, hoje, saiu da utopia e se tornou um projeto com direito à aprovação de sua grande referência.

Teresa Cristina  — Foto: Nana Moraes
Teresa Cristina — Foto: Nana Moraes

A partir do incentivo de Adriana Calcanhoto, surgiu "Teresinha", show que propõe uma releitura de grandes clássicos de Maria Bethânia. São 32 músicas no total, em um repertório feito com as faixas que mais fizeram parte do dia a dia de Teresa Cristina, como "Fui Assim", que ela define como a de maior elo com sua infância. A estreia foi no Rio de Janeiro, no Vivo Rio, e rendeu momentos emocionantes e elogios da crítica. Agora, é a vez de São Paulo viver a experiência, e a cantora se prepara para se apresentar no Tokio Marine Hall nesta sexta (19) às 22h.

Por lá, além da oportunidade de ver seu olhar sobre os grandes sucessos de Bethânia, o público pode esperar "amor", como adianta Teresa Cristina: "Esse show é uma declaração de amor à uma artista completa - e verdadeiramente brasileira. A Bethânia é o Brasil", conta em entrevista exclusiva. No bate-papo com a Glamour, que teve como ponto de partida aquele sonho até então impossível da infância, ela fala sobre a história de admiração com a cantora, o incentivo de Adriana Calcanhotto para o projeto, a escolha do repertório e muito mais. Confira abaixo:

1 - Como surgiu a ideia de fazer um projeto cantando Maria Bethânia?

A ideia surgiu de uma conversa com a Adriana Calcanhotto, onde ela me disse “ah, por que você não faz um show cantando essas músicas? Você gosta tanto da Bethânia e é muito bonito ver sua admiração por ela. E você canta do seu jeito, não está imitando”. Enfim, ela foi me provocando e eu não sabia como a Bethânia iria receber essa notícia; se iria gostar ou não. Mas a Adriana contou e ela ficou muito feliz com a ideia - e eu fiquei cinco mil vezes mais feliz.

É uma oportunidade única na minha vida poder realizar esse sonho de ser Bethânia por um momento. Acho que o sonho mais inocente que eu tive quando criança era ser Maria Bethânia. Detalhe: eu não queria ser cantora, queria ser Maria Bethânia, com o jeito dela e as coisas que ela canta. Aí, quando eu soube que a ideia foi aprovada, comecei a tirar o projeto do papel, a pensar em como seria esse show, na banda e no repertório.

Teresa Cristina  — Foto: Nana Moraes
Teresa Cristina — Foto: Nana Moraes

2 - Que música da Maria Bethânia é a número 1 nas suas playlists? E qual você mais gostou de cantar nesse projeto?

É muito difícil dizer qual música da Bethânia é a número 1, porque eu escuto muito. Também é difícil dizer a que mais gostei de cantar, porque o repertório é todo delicioso. Talvez a que tenha um elo mais forte com a minha infância seja a “Foi Assim” .

3 - Como foi o processo de escolher o repertório para o show? Tem alguma que você goste muito e que acabou não entrando na setlist?

O processo de escolha do repertório foi bem doloroso. E tiveram várias que gosto muito e que acabaram não entrando na setlist, como “Purificar o Subaé”, “Memória da Pele” e "Samba de Roda” , que acho que ela canta com uma propriedade tão bela que não quis mexer nisso, não.

4 - Uma coisa muito legal que você destacou é que não se trata de um cover. Para você, como é esse processo de fazer releituras de outro artista e conseguir colocar sua identidade?

O que quero mostrar às pessoas é a força de um repertório - e eu mostro a força desse repertório cantando como eu canto em casa, que é do meu jeito, como eu sei cantar. É claro que acabo sendo influenciada pela Maria Bethânia, como nas palavras que ela dá mais ênfase quando canta, mas coloquei minha identidade na escolha do repertório. As 32 músicas que canto são músicas que fazem parte do meu dia a dia.

5 - O show já aconteceu no Rio de Janeiro e foi um sucesso. Tem algum momento que você destacaria?

O show do Rio foi maravilhoso! Foi o primeiro, então ele tem essa carga inaugural que toda estreia tem. O momento que eu destacaria é quando volto para o segundo ato cantando o refrão de “Drama”. É um momento de muita emoção para mim.

6 - O que o público de outras cidades - como São Paulo, que vai te receber agora em 19 de maio - pode esperar da sua apresentação?

Podem esperar amor. Esse show é uma declaração de amor à uma artista completa - e verdadeiramente brasileira. A Bethânia é o Brasil.

Teresa Cristina  — Foto: Nana Moraes
Teresa Cristina — Foto: Nana Moraes

7 - Tem vontade de fazer um projeto como esse com algum outro nome da música?

É a primeira vez que eu faço um projeto homenageando uma intérprete, já que sempre fiz homenagem para os compositores. Mas, sinceramente, não me vejo com esse ímpeto de fazer um projeto homenageando uma intérprete que não seja Bethânia, porque ela tem uma história na minha vida.

Mas tenho vontade, sim, de fazer projetos com nomes de outros compositores que gosto de lembrar, pesquisar o repertório. Eu agora estou para lançar um projeto autoral, mas sempre vou procurar homenagear compositores da música brasileira.

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