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Por Nívia Passos (@niviapassos)

Depois de estourar com o hit "Menina Solta" em 2020, Giulia Be conquistou seu público, estreou como atriz em um dos filmes nacionais recentes de maior sucesso da Netflix - o romance "Depois do Universo" - e acaba de lançar seu primeiro álbum. O nome escolhido, "DISCO VOADOR", não é por acaso: ele simboliza uma jornada no espaço, com estética alienígena, interplanetária e com diversas referências à numerologia e aos astros.

Com autoria e produção da própria Giulia - ao lado de seu irmão mais velho, Danyel Marinho, e o produtor Paul Ralphes -, o projeto é resultado de um trabalho de mais de 1 ano e representa o novo momento em que ela se encontra, com mais maturidade emocional e musical: "passei por um despertar interno onde evoluí espiritualmente, emocionalmente, e acima de tudo, enquanto artista", conta.

Giulia Be — Foto: Lorena Dini (@diniloris)
Giulia Be — Foto: Lorena Dini (@diniloris)

Dividido em partes - “LADO A-LIEN” e “LADO B-E” -, o projeto conta com referências que vão de Gal Costa e Gilberto Gil a Daft Punk, mas sem deixar de lado a personalidade da cantora. Um dos objetivos também foi mostrar a vasta riqueza musical do Brasil para seu público: "tentei trazer para a minha geração algumas dessas influências através da minha versão de uma máquina do tempo, que é este álbum", explica.

Em entrevista exclusiva, Giulia dá mais detalhes sobre as inspirações para o álbum, sua relação com a astrologia, a preparação para sua personagem em "Depois do Universo", próximos projetos e mais. Confira o papo:

1 - Esse álbum foi produzido por mais de 1 ano e leva a sua assinatura, né? Conta para gente de onde veio a inspiração para esse projeto:

Foi um longo processo — passei por um despertar interno onde evoluí espiritualmente, emocionalmente, e acima de tudo, enquanto artista. Ele era pra ter saído no ano passado, mas teve que ser adiado por conta do filme, e acredito que essa pausa foi necessária para que eu pudesse terminá-lo da melhor maneira, já me sentindo em uma nova fase da vida. O disco começa acreditando no amor e termina com ainda mais fé, viajando por diferentes situações e momentos da minha intimidade.

2 - Entre cantores internacionais e nacionais, quais foram suas maiores referências?

Encontrei meu caminho para este álbum a partir de uma mistura de referências que me cativam desde minha infância, e muitas novas que fui explorando através de experiências sonoras e pesquisas. O Brasil tem uma história musical tão rica, ainda mais quando se fala de Tropicalismo e Funky Disco, e tentei trazer para a minha geração algumas dessas influências através da minha versão de uma máquina do tempo, que é este álbum.

Nomes como Gilberto Gil, Tim Maia, Gal Costa, Rita Lee, Banda Black Rio, Caetano Veloso, Daft Punk, Earth, Wind & Fire, Barry Manilow, Candi Staton, Ivete Sangalo, foram todos inspirações para a gênesis musical do disco.

3 - Singles que você lançou anteriormente e conceitos desse álbum - incluindo data de lançamento - têm muito a ver com a numerologia. Quando começou e como é a sua relação com esse tema?

Eu vejo o universo como meu cocriador. Acredito muito na lei da atração, jogando coisas no universo que terão um retorno da forma que devem ser. Tento praticar a gratidão diária através de exercícios e meditações que me servem como alicerces ao presente. A imaginação tem um potencial infinito; somos todos universos inteiros por si só. Entendi muito o papel que isso teria na minha vida a partir de algumas noites que passei pesquisando os textos transcendentalistas de Emerson e Thoreau. A criatividade humana é a grande responsável pelas metáforas e analogias que nos possibilitam entender e ressignificar nossos próprios sentimentos.

Giulia Be  — Foto: Lorena Dini (diniloris)
Giulia Be — Foto: Lorena Dini (diniloris)

4 - Você tem alguma história ligada à universo/energia/astrologia para compartilhar?

Eu nasci numa sexta-feira 13, então senti essa conexão com os astros a minha vida toda, algo que vai muito além do físico também. Gosto de fazer coisas da minha rotina em horários iguais - como 13:13, 20:20 -, e isso circunda todo o meu cotidiano há muito tempo. Acredito que os anjos escondem seus sinais para nós através de mensagens muito intuitivas que encontramos ao longo do dia, se soubermos para onde olhar e prestar atenção.

5 - O que você diria que mais mudou musicalmente desde “Menina Solta”, seu single que estourou lá no comecinho, e as produções de agora?

Acho que, desde esse meu primeiro single, eu fui entendendo cada vez mais as possibilidades na música. Porque eu queria fazer e ser muita coisa, tinha diversas inspirações, mas ainda estava começando a compreender como eu poderia entregar para o público a minha própria narrativa, meu próprio estilo. Eu conheci pessoas maravilhosas nessa indústria e criei uma sinergia com outras muito próximas de mim - como o meu irmão, Dany, que tem sido meu principal parceiro musical nas composições.

Então, agora eu posso dizer que estou mais madura musicalmente, mais familiarizada com os processos e as produções, e minhas criações são muito mais diversificadas também. Tenho mais coragem de me arriscar pois percebo que só serei feliz assim.

6 - Neste ano, além do lançamento do seu primeiro álbum de estúdio, você também fez sua estreia como atriz em “Depois do Universo”, da Netflix. Como foi explorar esse outro lado artístico?

Eu sou uma apaixonada por contar histórias, então essa foi uma outra vertente que tinha muita vontade de explorar e aceitei este desafio com muita vontade. Eu enxerguei a Nina como uma oportunidade de sair da minha zona de conforto e me doei por inteira para essa nova experiência.

7 - Cantar e atuar são ofícios bem diferentes. Mas tirando o fato de você também cantar no longa, algo da experiência como cantora te facilitou na hora de começar o trabalho de atriz?

A Nina é uma personagem com muitas camadas… Cheia de amor, sonhos, inseguranças e também de esperança. Foi uma construção de narrativa que me conectou com a música, com o piano, que sempre foi meu instrumento principal, e também com meu lado compositora, de refletir histórias e sentimentos, dessa vez através da atuação. A arte transforma de diferentes formas, mas foi especialmente pela emoção desta história que eu me cativei, que me permitiu entender o coração da Nina.

8 - Como foi sua preparação para personagem?

Conversei com muitas pacientes em tratamento, pacientes de diálise, mulheres muito fortes que tive a oportunidade de conhecer e ouvir suas histórias, compartilhadas comigo tão generosamente. Na construção da Nina, tem um pouco de cada uma dessas mulheres que eu conheci. É um universo fictício, mas busquei dar vida a essa personagem da forma mais realista e sensível possível. Tive muito apoio de toda a equipe, na frente e atrás das câmeras, que tenho muita gratidão por todos os momentos em que trabalhamos e fomos construindo uma relação tão verdadeira.

9 - Seja na música ou em outras vertentes, que outros projetos podemos esperar daqui para a frente?

Com certeza começar uma turnê é algo bem esperado para mim, principalmente agora com o lançamento do álbum. Quero produzir momentos que ilustrem toda essa trajetória do DISCO VOADOR, sendo de verdade uma viagem pelos meus multiversos, onde meu público embarque numa jornada por uma noite - como realmente uma experiência, uma viagem. Já estou desenvolvendo muitas ideias para trazer a questão dos astros, a numerologia, e até mesmo o jogo de luzes para criar essa atmosfera!

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