Celebridades
Publicidade

Por Mariana Araújo


Maria Casadevall como a Lilith de "Vade Retro" (Foto: Ramon Vasconcelos/Rede Globo) — Foto: Glamour
Maria Casadevall como a Lilith de "Vade Retro" (Foto: Ramon Vasconcelos/Rede Globo) — Foto: Glamour

Com estreia prevista para este mês de abril, a série "Vade Retro" traz uma nova Maria Casadevall, em que ela encarna, ao lado de Tony Ramos e Monica Iozzi, um papel bem diferente daqueles de mulheres modernas em que estamos acostumadas a vê-la.

A atriz será Lilith, uma personagem ambígua que, por vezes, parece criatura sobrenatural e, em outras apenas uma enfermeira sexy. Para encará-la -- e encarná-la -- Maria adotou uma mudança de visual radical: primeiro, ficou loira para esta última faceta de Lilith, depois tingiu os fios de roxo para seu lado mais obscuro.

Mas Maria, assim como os mitos sobre os quais a personagem foi construída, não se intimida facilmente. Ela abraçou o desafio da composição e falou abertamente sobre ele para a Glamour, em um papo em que também abraçou o empoderamento feminino e os próximos projetos de carreira. Confira:

Glamour: Conta pra gente um pouco da Lilith! Quem ela é?
Maria Casadevall: A Lilith, assim como quase todos os outros personagens da série, tem o nome de uma figura mítica das trevas. Na mitologia judaica, Lilith foi a primeira mulher criada para ser a esposa de Adão, antes mesmo que Eva, e é expulsa do Paraíso ao recusar a submeter-se à supremacia de Adão, já que tanto ela quanto ele haviam sido criados a partir da mesma matéria-prima (e não a partir da costela de Adão, como aconteceria com Eva).

Banida da tradição cristã, ela se tornou uma espécie de Deusa das Trevas e nos dias de hoje representa, sobretudo, a primeira reação feminina ao domínio masculino. Essas características que vêm do mito estão presentes na personalidade dos personagens e serão portas abertas que deixarão o público, durante toda a série, na dúvida se aquela figura é um ser humano apenas de caráter questionável ou se é uma figura mesmo sobrenatural.

A Lilith é dançarina na boate do Abel Zebul (Tony Ramos) e mantém com o chefe uma relação bastante íntima, aceitando fazer parte de uma estratégia mirabolante em que se disfarçará de enfermeira para manter livre o caminho dele em relação à Celeste (Monica Iozzi).

Maria Casadevall antes da transformação (Foto: Divulgação/Rogério Mesquita) — Foto: Glamour
Maria Casadevall antes da transformação (Foto: Divulgação/Rogério Mesquita) — Foto: Glamour

G: Mudar a cor do cabelo foi uma ideia sua? Como foi esse processo?
MC: A primeira mudança, para o loiro/branco/acinzentado foi uma proposta que veio primeiro da caracterização e que, juntos, achamos que seria um caminho interessante, com o alongamento dos fios e alguns outros elementos que pegamos emprestado do clichê que habita o imaginário popular sobre a figura da “enfermeira fatal”.

Juntamos com outros que são próprios do universo da personagem que é dançarina de pole dance na noite, usa unhas muito compridas, espartilhos acinturados e etc. Foi um encontro de universos muito distintos e quando assumimos a faceta dela “real” com algumas cenas de dança na boate, sugeri que mudássemos a cor do cabelo para que a sua personalidade irreverente estivesse bastante presente nesses momentos.

Já que estávamos com a base do meu cabelo bastante descolorida e esse seria o ponto de partida ideal para uma cor fantasia, começamos a pensar em qual ficaria mais interessante para a fotografia junto com a direção de arte. Assim, escolhemos o roxo.

Maria Casadevall como a Lilith de "Vade Retro" (Foto: Ramon Vasconcelos/Rede Globo) — Foto: Glamour
Maria Casadevall como a Lilith de "Vade Retro" (Foto: Ramon Vasconcelos/Rede Globo) — Foto: Glamour

G: Se estranhou muito com a nova cor de cabelo?
MC:
Gosto de mudar e meu trabalho exige isso de mim em algumas situações, quando achei que estava me parecendo com que eu imaginava sobre a Lilith, deixei de estranhar na hora.

G: Como tem sido a composição da Lilith?
MC:
Foi um processo rápido e intenso, tivemos palestras, ensaios com Hugo Possolo, que é palhaço, ator, autor e diretor, e que foi importantíssimo para buscar com a gente a comédia que faz o contrapeso mesmo nas cenas aparentemente mais pesadas.

Paralelo a isso, teve o meu processo solitário de criação, busquei uma embocadura bastante específica para ela com uma cadência de fala que gera até um estranhamento, procurando dar à Lilith alguns elementos que despertassem certa desconfiança em relação à possibilidade de o sobre-humano também habitar aquela mulher, ou não. Também fiz umas aulas de pole dance, porque tenho cenas na boate.

G: Tem algo que você não faria por uma personagem?
MC:
Acreditando na personagem, faria tudo que eu achasse pertinente.

G: Qual o grande desafio deste projeto para você? E o que te atraiu para ele?
MC:
Fui imediatamente atraída pela possibilidade de fazer uma personagem que não corresponde só a expectativas e comportamentos humanos, que desperta a dúvida, com inúmeras possibilidades em relação à sua natureza, e também o texto, que não retrata uma realidade cotidiana, a que nós conhecemos, mas que coloca seus personagens em situações muito inusitadas.

Maria Casadevall como a Lilith de "Vade Retro" (Foto: Ramon Vasconcelos/Rede Globo) — Foto: Glamour
Maria Casadevall como a Lilith de "Vade Retro" (Foto: Ramon Vasconcelos/Rede Globo) — Foto: Glamour


G: Existe algum aspecto em que você e a Lilith se assemelham? E no que mais se distanciam?
MC: Acho que nesse aspecto penso mais na Lilith enquanto mito, no que ele representa hoje em dia na luta das mulheres por emancipação e empoderamento, acho que aí encontro semelhanças. E em relação às nossas diferenças, são muitas e espero que quem assistir à série possa notá-las! Mas existe, sobretudo, uma despreocupação imensa com o outro em relação ao seus objetivos, que vejo bastante distante da minha realidade ideal, enquanto Maria.

G: Qual a dica de beleza em que sempre aposta, seja para manter o corpo, cuidar do cabelo, etc?
MC:
Faça o que te faz bem por dentro que isso refletirá imediatamente por fora.

G: Como anda o coração nesta nova fase? Como tem conciliado a vida pessoal com o novo trabalho?
MC:
Meu trabalho e minha vida caminham juntos, mas estou sempre na busca de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo.

G: Já tem um próximo projeto em vista?
MC:
Estou gravando a supersérie “Os Dias Eram Assim” que estreia em abril também, e em maio começo a filmar o longa “Mulheres Alteradas” com a direção de Luis Pinheiro, com quem já trabalhei nas duas temporadas da série “Lili a Ex”.

Mais recente Próxima Evelyn Regly, Jout Jout, Nah Cardoso, Niina Secrets, Rayza Nicácio e Boca Rosa: Conheça as top youtubers
Mais de Glamour