Rachel
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Por Rachel de Sá (@raborgesdesa)

Chefe de Economia da Rico, empresa do grupo XP Inc.

Sexta-feira, 30 de junho, 11h13. Vejo piscar uma notificação com meu @ no grupo de WhatsApp com algumas de minhas amigas mais próximas. Vinte minutos depois, confiro a seguinte mensagem: “Rachel, por que o dólar está caindo tanto??”.

“Rachel está gravando” aparece nas notificações de minhas três amigas presentes no grupo, chamado estranhamente de “Shine like A apple in Japan” – ninguém sabe dizer o porquê desse nome estranho, que parece ter surgido por conta de uma festa de tema japonês, em um dia que aparentemente estávamos com vontade de comer maçã.

Enfim, precisamente às 11h33, envio um áudio de três minutos para as amigas. Achei legal que acertei sem querer a minutagem precisa de três minutos. Me senti também satisfeita após o envio. Afinal, tinha resumido todos os principais fatores que estavam afetando o valor do dólar por aqui nos últimos meses, além de acrescentar o que estava esperando para a nossa moeda até aproximadamente o final do ano.

5 minutos depois, recebo a seguinte resposta: “Orra, só queria uma frase. Terei que colocar na minha lista de áudios”.

Rindo do desaforo, ao mesmo tempo em que refletia sobre o fato de que eu talvez possa ser um tanto quanto prolixa, decidi estender a boa vontade e resumir o áudio em algumas linhas. Poderia ser útil para as outras amigas também, não é mesmo?

Foi então que, para minha surpresa, começou outro assunto no grupo, de maior urgência. Passamos a falar sobre a logística de comparecimento em uma festa junina, e adivinhe só? Não somente meu áudio de três minutos seguiu ignorado, quanto minha mensagem resumindo os principais pontos.

É isso, fui ignorada! Bom, quem nunca, não é mesmo? Se não é para isso, não sei para que temos amigas de infância.

Mas, como não sou de jogar conteúdo fora, decidi dar uma encorpada no resuminho, e contar aqui para vocês – caras leitoras que optaram por ler esta coluna – do porquê o dólar caiu tanto nos últimos meses, e o que esperar do câmbio daqui para frente. Segue abaixo meus cinco pontos cuidadosamente listados em primeira mão. Não me ignorem também, hein?

Um pouco de mundo, um pouco de Brasil

1. O dólar está fraco no mundo, porque a economia americana deve continuar perdendo força (provavelmente, entrando em recessão no começo do ano que vem) e o Banco Central deve parar de subir os juros em breve – o que tende a reduzir a atratividade de se investir por lá;

2. O Brasil está exportando muito para o mundo, especialmente alimentos. No início desse ano, tivemos uma supersafra de produtos agrícolas, aumentando a produção fortemente. Isso significa mais dinheiro entrando aqui, valorizando o real;

3. Estamos atraindo, gradualmente, mais fluxo de investimento gringo para o nosso mercado, porque diversos países no mundo estão marcados por riscos geopolíticos, de recessão e com inflação ainda alta;

4. O cenário fiscal aqui no Brasil melhorou com a aprovação do arcabouço fiscal, mesmo que a nova regra esteja longe do ideal. Além disso, a recente decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de inflação em 3% foi bem recebida por investidores e analistas, especialmente porque não abre portas para que a inflação saia do controle por conta de maiores gastos públicos;

5. Modelos econométricos (ou seja, modelos feitos por economistas para tentar projetar o valor da nossa taxa de câmbio) já indicavam que o valor "justo" do dólar estava mais perto de R$ 4,70 do que de R$ 5,50. O principal motivo para que o dólar estivesse mais alto desde meados do ano passado estava relacionado a riscos domésticos fiscais e políticos. Por isso, o dólar não deve cair muito além disso, e pode subir um “pouquito” na segunda metade do ano.

Obs: confesso que adaptei um pouco a linguagem a partir da minha mensagem do WhatsApp. Achei mais prudente, dado que ser prolixa em aplicativos de mensagens instantâneas nos levam a expressões como “o povo curtiu a decisão lá” ou “o mundo está c**”. Gosto de chamar de licença poética. Acho chique.

Rachel de Sá — Foto: Divulgação
Rachel de Sá — Foto: Divulgação
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