Saúde
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Por Renata Telles (@renatatelles)

Recentemente, Priscila Fantin ganhou as redes ao revelar que fez redução das mamas. A atriz sofre de displasia mamária desde os 16 anos e sempre teve muitas dores e inchaços, principalmente na TPM. Conhecida como mamoplastia ou mastoplastia redutora, essa cirurgia tem se tornado cada vez mais comum, seja pela saúde ou questão estética (assim como o explante).

"O meu peito inchava muito, o que é normal em todas as mulheres, mas no meu caso, surgiam nódulos. Meu seio ficava muito pesado, grande, dolorido e febril. Às vezes não conseguia fazer tudo o que gostaria. Correr, que é uma coisa que eu amo, era um problema", contou com exclusividade a Glamour.

A autoestima também ficou abalada. "Nem com sutiã eu conseguia um decote que ficasse feliz. Tinha que esconder, assim como o braço. Na foto, acabava ficando um bloco só, peito e braço... Sempre foi uma coisa que incomodou minha minha segurança. Sentia falta dessa autoconfiança", explicou a atriz, que operou em 2019 e há cerca de 10 dias encarou novamente a cirurgia por conta de um efeito sanfona. "O desconforto físico continuou, porque eu inchava muito e depois murchava a cada oscilação hormonal. Dessa vez, decidi tirar o máximo de tecido mamário e trocar por uma prótese", completou.

Mas quais são os riscos dessa cirurgia? Como é o seu pré e pós operatório? Posso ficar com cicatriz? Para entender como a técnica funciona, Glamour conversou com o cirurgião plástico Leandro Faustino, que também atende a atriz.

Priscila Fantin — Foto: Reprodução/Instagram
Priscila Fantin — Foto: Reprodução/Instagram

Quem pode fazer a redução de mamas?

A mastoplastia redutora pode ser feita por todas as mulheres que estejam insatisfeitas com o tamanho dos seios. "As cirurgias são divididas em estéticas e não estéticas. A estética é quando elas julgam que o tamanho da mama não está adequado para o restante do corpo, com IMC e altura. Há uma desarmonia. A não estética compreende mulheres que tenham alterações anatômicas. A paciente relata dores e incômodos", explica.

Quais são os sintomas?

Os sintomas mais comuns são dores na coluna cervical, coluna toráxica, dores do ombros, dermatite (assaduras nas regiões de pregas cutâneas, principalmente abaixo das mamas) e muitas vezes escoriações nas alças dos sutiãs. "Mama muito pesadas podem provocar machucados na região dos ombros", reforça.

Como é a cirurgia?

Uma das técnicas mais utilizadas é a mamoplastia redutora à Pitanguy, que como o nome entrega, foi desenvolvida pelo cirurgião Ivo Pitanguy (1923-2016). "Fazemos a cicatriz em T invertido. Ali toda mama está caída pra baixo, inclusive mamilo. Com uma incisão ao redor da aréola, mobilizamos e subimos ela. Em seguida, reposicionamos os tecidos na base da mama, ou seja, retiramos o excesso de tecido glandular no polo inferior da mama e aí começamos a montá-la. Uma vez montada, a gente verifica qual é o excesso de pele que precisa ser retirado. Cortamos e suturamos de dentro pra fora em varias camadas", detalha. A operação leva de três a quatros e tem média complexidade dentro das cirurgias plásticas.

Como é o pré e o pós operatório?

O pré operatório inclui passagem por um cirurgião e triagem clinica da paciente. "Pedimos e alinhamos expectativas. Não precisa tomar remédio nem fazer uma dieta específica, apenas jejuar por 8 horas, como em toda cirurgia", fala.

O pós é mais delicado e requer bastante atenção. "Na primeira semana, a paciente precisará ficar com drenos e deve ter cuidado de não levantar os braços acima da linha dos ombros, existe uma certa limitação", diz. Depois de sete dias, os drenos são retirados e inicia-se sessões de drenagens linfáticas. "A paciente vai voltando com os movimentos, como mexer no celular, em garfos e facas... No 14 º dia, ela já pode dirigir e após 20, 30 dias, a paciente é liberada para atividades físicas como cardio, algo mais leve", explica.

Quais são os riscos da cirurgia?

O procedimento é considerado muito seguro e os seus riscos são os mesmos que todos os tipos de cirurgias. "Em uma ordem decrescente, pode ocorrer acúmulo de líquidos (seromas), deiscência (aberturas de pontos) e hematomas de 1 a 5% dos casos. Os mais incomuns, abaixo de 1% mais ou menos, incluem infecções, excesso de pele residual, mama flácida... E os mais raros, embolias, trombose ou problemas relacionados à anestesia, que são inerentes a qualquer procedimento cirúrgico

O resultado é permanente?

"O resultado da cirurgia não pode ser considerado permanente porque o o processo de envelhecimento da pele continua. O que a gente diz é que a cirurgia provoca um reinício do processo de caimento da mama. Toda mama tende a ceder porque ao longo dos anos a pele vai se tornando mais flácida e o colágeno vai se alterando...", afirma o profissional.

Outro ponto que Leandro chama atenção é a transformação corporal: "Se a pessoa engorda, a mama aumenta. Porque a mama é feita a partir de 2 tecidos: o tecido glandular e o tecido gorduroso. Com o passar do tempo, o tecido glandular vai sendo substituído pelo tecido gorduroso porque o organismo entende que ali não há mais a função de amamentação."

Existe uma alternativa para deter a flacidez e o efeito sanfona, como fez Priscila Fantin, que optou por uma prótese. Muitas mulheres também apostam na técnica a fim de evitar doenças como o câncer. "São três situações diferentes: a mama 'doente', a sadia que quer retirar por ter grandes chances genéticas de ter câncer e a mama que só está caída e precisa de um formato, o caso da Priscila."

"Nos seios que estão muito caídos, tiramos excesso de pele e acaba saindo muita mama. Com isso, colocamos uma prótese pra sustentar e dar um formato melhor", completa.

Redução de mamas e explante de silicone: tendência?

Leandro ressalta que, apesar de não ter dados oficiais, especialistas acreditam que 30% a 50% das mulheres estejam procurando cirurgiões para reduzir a mama ou fazer explante de silicone. "Notamos um mudança no padrão estético dos volumes mamários. O atual é de mamas menores em contraposição àquelas muito grandes dos anos 1990, inspiradas por Pamela Anderson e outras celebridades. Elas estão querendo tirar as próteses ou colocar as pequenas. Essa é a realidade, ouso dizer, em quase todos os consultórios", finaliza.

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