Saúde
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Por Brittney McNamara


Segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças Transmissíveis dos EUA, 21% dos novos casos de HIV em 2016 foram relatados em jovens. Apesar da necessidade de uma conversa franca sobre o assunto, sabemos que estigma, medo, homofobia e falta de educação sexual contribuem para que eles representem a maioria nas estatísticas relacionadas às doenças sexualmente transmissíveis.

Para ajudar a quebrar esse tabu sobre HIV e contribuir para uma melhor educação desses jovens, a Teen Vogue falou com quatro deles que vivem com o vírus da AIDS. O que eles gostariam que eu, você e nossos amigos, colegas e familiares soubéssemos? Respostas a seguir...

HIV (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour
HIV (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour

Alice Ferreira*, 24 anos


"As leis de criminalização do HIV nos EUA, especialmente no estado em que moro, são baseadas em informações ultrapassadas. A lei no Tennessee diz que pessoas que vivem com HIV e sabem do seu status podem ser condenadas caso não revelem que são portadoras do vírus antes de terem uma relação sexual com alguém. Contudo, os tribunais muitas vezes não conseguem determinar se a tal revelação ocorreu ou não. Isso acarreta em medo: medo das pessoas revelarem que são portadoras do vírus; medo delas quererem se relacionar; medo de fazerem o teste se não souberem seu status. A lei também declara que a transmissão do vírus não precisa ocorrer para que a pessoa seja processada, o que torna a lei, além de tudo, injusta. Isso significa que um portador de HIV pode se declarar (e não transmitir) o vírus e, ainda assim, passar pelo processo de acusação, ir para a cadeia e ser registrado como agressor sexual ”.

Bruna Almeida*, 23 anos


"No Ensino Médio, as aulas de educação sexual não eram nada inclusivas para mim. A maioria do conteúdo apresentado era baseado em relações heterossexuais e abstinência. Era sempre estranho pensar como esse estigma tão perigoso era ensinado nas escolas. Para o público LGBTQ jovem como eu, isso é muito prejudicial. Eu gostaria alguém tivesse me ensinado o básico sobre HIV na época, e como potencialmente isso poderia me levar a ter AIDS. Também queria muito que eu tivesse aprendido sobre prevenção, como a profilaxia pré-exposição (PrEP). Nunca me ensinaram o quão comuns são as doenças sexualmente transmissíveis, sobre como os tratamentos funcionam e como eu poderia ter acesso a esses serviços. Também gostaria muito que fosse discutido nas escolas sobre consentimento, abuso sexual e estupro.”

Antônio da Silva*, 22 anos


" Os relatos de jovens que vivem com HIV deveriam ser o centro de qualquer programa, política e diálogo sobre a doença. Quando o jovem é colocado no centro das discussões e decisões sobre sua vida, ele enxerga o seu potencial e a oportunidade de se tornar uma grande voz, um líder. Jovens que vivem com HIV são líderes do futuro e devem ser reconhecidos por isso. As pessoas devem também evitar vícios de linguagem – termos como ‘limpos’, por exemplo – e entender o lugar de cada um como 'pessoas que vivem com HIV' ao invés de 'pessoas HIV positivas'."

Giovana Morais*, 21 anos


"Quando nos referimos à epidemia de HIV, precisamos de todos os recursos possíveis. Isso inclui acesso a profilaxia pré-exposição. A PrEP, como é chamada, é a pílula diária que reduz os riscos de infecção (ao ter relações sexuais) em até 90% em pessoas que estão em alto risco. Em 2018, a FDA, que controla alimentos e remédios nos EUA, expandiu o acesso a PrEP incluindo adolescentes (em risco) na lista de usuários. Mas, ainda assim, existem inúmeros problemas de logística, cultura e economia para que os jovens recebam essa medida vital. A PrEP pode custar até U$ 2.000 por mês (cerca de R$ 8 mil). Existem inúmeros benefícios aos que usam a PrEP, sendo um deles o envolvimento desses pacientes no cuidado com a sua saúde. Por exigir que esses pacientes se cuidem, eles prestam mais atenção em sua saúde mental, não só na sexual."

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