Pele
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Por Tainá Goulart

Quando o estresse se intensifica, as espinhas aumentam? Ou aquele pontinho branco no rosto evoluiu para uma lesão mais dolorosa e bem avermelhada? São raros os casos das pessoas que escapam da pele acneica ao longo da vida. Felizmente, os estudos dermatológicos estão cada vez mais avançados para tentar identificar os tipos, mapear a severidade e sugerir quais os melhores tratamentos para cada quadro de acne.

Para navegar neste tema, conversamos com os dermatologistas Julio Pierezan e Geisa Costa para responder algumas das principais dúvidas. A seguir.

Como identificar os tipos de acne?

A acne é uma doença de pele causada pela obstrução das glândulas sebáceas, que causa uma reação inflamatória, provocando o desenvolvimento de cravos, que podem evoluir para as espinhas e os cistos. Ela varia em graus: I, II e III. O primeiro abrange os cravos, sem lesões inflamatórias, e as espinhas pequenas, com pequenas lesões inflamadas e pontos amarelos de pus. Depois, temos o segundo grau, que abrange também as lesões maiores e mais dolorosas, bem inflamadas, os cistos. No último, temos múltiplos abscessos interconectados e cicatrizes irregulares resultando em deformidade da área afetada do rosto.

O que causa a acne?

As causas da acne são multifatoriais. “Pode ser uma disfunção na colonização de bactérias da pele, questões genéticas e/ou hormonais, exposição à radiação ultravioleta, estresse excessivo, uso de cosmético e medicamentos, higienização exagerada da pele, além de outras condições. Portanto, o paciente pode sofrer com essa condição em razão de muitos elementos”, afirma Geisa.

Por isso, antes de tratamento, é fundamental passar em consulta com um médico especialista, que pedirá exames a fim de identificar os possíveis gatilhos para o episódio de acne.

É possível ter acne em outras regiões do corpo além do rosto?

Especialmente nos em que há um desequilíbrio dos hormônios do corpo, pode ser que a acne também apareça no queixo, pescoço, colo e nas costas, além da região da mandíbula no rosto.

Outro ponto de atenção é o couro cabeludo. “Isso acontece devido à inflamação das glândulas sebáceas presentes na região, estresse e o uso constante de produtos com textura pesada e oleosa. As alterações hormonais aumentam a produção de sebo, que por vezes acaba obstruindo os poros e folículos capilares, ocasionando, assim, o surgimento de cravos e de espinhas”, comenta o tricologista.

Como identificar o meu caso de acne?

Está sofrendo com as espinhas? Os especialistas são unânimes em recomendar o acompanhamento médico, que pode ser, em primeiro momento, com um clínico geral ou ginecologista e um dermatologista.

“Por meio da observação das lesões, nós podemos identificar o grau do tipo da acne. Nesses casos, também são solicitados exames laboratoriais, como os de sangue, para medir os níveis hormonais e dar início à investigação das principais causas do problema”, explica Geisa.

Quais são os tratamentos mais atuais para as espinhas?

Para as peles com cravos e espinhas mais simples, Geisa indica investir em bons hábitos, como uma alimentação saudável, boa ingestão de água e higiene adequada da pele e das fronhas. Ela também indica evitar o hábito de levar as mãos ao rosto e o de apertar as espinhas.

“Além disso, podemos fazer o uso de cosméticos com ativos recomendados de forma personalizada para a sua pele; o skincare”, afirma ela. Entre os ativos consagrados para a acne estão a niacinamida, que é anti-inflamatória, e o ácido salicílico, que controla a produção de oleosidade.

Em casos mais severos ou de fundo hormonal, pode haver a necessidade de intervenção medicamentosa. “De qualquer forma, precisa saber quais são os objetivos do paciente que vai usar essa medicação, já que precisa se atentar aos riscos e entender que exige acompanhamento sério, com exames laboratoriais bimestrais", argumenta Geisa.

E as cicatrizes de acne? Como ficam?

Nos graus mais severos, há a possibilidade da pele ficar com manchas e marcas. Por isso, uma vez curado o gatilho da acne, podem ser indicados alguns tratamentos para amenizar as cicatrizes. "Atualmente, temos alguns protocolos bem eficazes, desde o uso de ácidos em casa até peelings, microagulhamento e lasers em consultório”, finaliza a médica.

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