Pele
Publicidade

Por Helena Moro


“Meu vitiligo é uma tatuagem que a vida me deu” é uma das frases que você encontra no perfil do Instagram da baiana Carine Guimarães, a modelo que estrela as belas fotos desta reportagem. Assim como a top canadense Winnie Harlow, que, seis anos atrás, venceu o reality show “America’s Next Top Model” (e já fez campanhas para Diesel, Dior, Tommy Hilfiger...), ela representa um chacoalhão no universo fashion − e no universo como um todo, para falar bem a verdade. Diagnosticadas com vitiligo, Carine e Winnie são algumas das responsáveis por trazer um novo e acolhedor olhar sobre a doença e a existência de termos como #skinpositivity e #pelelivre.

Carine Guimarães (Foto: Carlos Sales) — Foto: Glamour
Carine Guimarães (Foto: Carlos Sales) — Foto: Glamour

Ainda assim, o preconceito e a desinformação rondam (e muito) o assunto. “O vitiligo é uma doença autoimune que faz com que ocorra a perda de pigmentação da pele”, explica a dermatologista Daniela Antelo. As manchas claras aparecem pelo corpo causadas pelo excesso ou pela falta de melanócitos (as células produtoras de melanina), podendo evoluir de forma progressiva ou gradual. “Fatores genéticos ajudam na indução do vitiligo. Porém, a influência emocional, como o estresse e o medo, faz essa genética entrar em atividade − é a maneira com que o corpo avisa que não está bem”, explica o dermatologista Paulo Luzio, membro da Global Vitiligo Foundation.

Vale dizer que o vitiligo possui a mesma incidência da psoríase e da dermatite atópica e está presente em 1% a 2% da população mundial. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, afeta 0,5% da população. Ou seja, cerca de 1 milhão de pessoas. “A falta de conscientização e o preconceito fazem a doença ser muito mais do que é”, diz a modelo Carine. Concordamos e ajudamos a desfazer os estigmas a seguir.

Carine Guimarães (Foto: Carlos Sales) — Foto: Glamour
Carine Guimarães (Foto: Carlos Sales) — Foto: Glamour

Dois tipos

As manchas claras do vitiligo têm tamanho variável e podem estar isoladas ou espalhadas

1. NÃO SEGMENTAR OU BILATERAL: é o tipo mais comum de vitiligo. Nele, as manchas se apresentam nos dois lados do corpo, começando pelas extremidades, como nariz, boca ou mãos e pés. Caracteriza-se pelas formas localizadas de mucosa (região genital ou labial), comum (manchas bilaterais e simétricas) ou universal (mais raro, acomete mais de 70% do corpo).

2. SEGMENTAR OU UNILATERAL: manifesta-se em um lado do corpo, geralmente em pessoas mais jovens. Além da pele, pelos e cabelos também podem perder a coloração. Neste caso, a pessoa já carrega a predisposição em certas áreas específicas do corpo.

Por dentro do diagnóstico

Ainda rola muita confusão sobre o vitiligo e outras doenças de pele, como a psoríase e outras dermatites. Atenta, pois elas são doenças de pele bem diferentes, assim como seus tratamentos.“O vitiligo se caracteriza pelo surgimento de manchas claras, enquanto as outras doenças carregam lesões com vermelhidão e descamação”, explica a dermatologista Daniela Antelo. E, claro, é essencial marcar uma consulta com profissionais para um diagnóstico correto, combinado?

Fato ou fake?

Os experts explicam o que é mito e o que é verdade

É contagioso. Este é um dos maiores mitos sobre o vitiligo. Então, de uma vez por todas: vitiligo não é transmissível, ok?

É uma doença autoimune. A despigmentação acontece quando as células que produzem pigmento morrem ou deixam de funcionar.

É letal. Apesar de alterar a pigmentação da pele, a doença não traz prejuízos ao funcionamento do organismo do paciente.

Tem tratamento. O tratamento consiste em medicamentos locais, orais e fototerapia com radiação UVB (disponíveis no SUS).

De dentro para fora

Xô, autossabotagem. Olá, autoestima! Vem ouvir o que estas mulheres têm a dizer sobre como viver com vitiligo as empoderou

Barbarhat Sueyassu | Carolina Clarkson | Winnie Harlow | Larissa Sampaio (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour
Barbarhat Sueyassu | Carolina Clarkson | Winnie Harlow | Larissa Sampaio (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour

1. Barbarhat Sueyassu (@barbarhat):“Saber que sou diferente e única me faz ficar com a autoestima nas alturas! A verdade é que me acho mais linda e mais forte a cada manchinha. Tomei como missão ajudar a disseminar a beleza plural para que cada mulher se sinta bela do jeito que é.”

2. Carolina Clarkson (@carolinaclarkson): “Tinha 9 anos quando fui diagnosticada. Foi difícil na época porque ninguém entendia o que era exatamente o vitiligo. Hoje percebo que ele é parte fundamental de mim, tanto físico quanto emocionalmente.”

3. Winnie Harlow (@winnieharlow): “O vitiligo não me define, é apenas parte de quem eu sou. Me incomodo quando me descrevem como a modelo que ‘sofre’ de vitiligo. Eu não estou sofrendo. Pelo contrário, estou vivendo a vida da melhor maneira possível.” @winnieharlow

4. Larissa Sampaio (@sampaiolariissa): “Até os 17 anos eu sentia vergonha da minha doença. Foi quando posei para um ensaio fotográfico e caiu a ficha: eu sou linda e única! Comecei a me colocar em primeiro lugar e a lutar contra os olhares das pessoas.”

Agradecimentos: Rômulo Rosa (maquiagem), Carine Guimarães (modelo), Agência Vmv Brasil

Mais recente Próxima Três etapas não negociáveis que você deve seguir na sua rotina de skincare
Mais de Glamour