Beleza
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Por Isabella Marinelli (@isabellamarinelli)


Um tanto de angústia, muitas conversas via Zoom e shots de alegria com um filhote de cachorro poderiam resumir os dias em isolamento social de qualquer uma de nós, mas quem descreve é Lily Collins em entrevista exclusiva a Glamour. A britânica se prepara para o lançamento da segunda temporada de “Emily in Paris”, no próximo dia 22, e celebra os bons sentimentos que as aventuras da personagem deixaram para o público em tempos de passaporte na gaveta – quem não suspirou a cada cena na capital francesa? Nós, sim!

Lily Collins (Foto: Divulgação/Alexi Lubomirski) — Foto: Glamour
Lily Collins (Foto: Divulgação/Alexi Lubomirski) — Foto: Glamour

“Fico feliz que tenha sido uma oportunidade de escapismo em um momento tão difícil”, diz. Os números da produção da Netflix, inclusive, só provam que ela foi bem-sucedida nessa de servir entretenimento: a série foi assistida por mais de 58 milhões de pessoas só nos seus primeiros 28 dias de streaming e se tornou a mais popular do catálogo entre as produções de comédia em 2020.

Avançando para este ano, mais motivos para recordações. Ela se dividiu entre as gravações dos próximos episódios e as emoções mil do casamento, que rolou em setembro. Numa cerimônia intimista em meio às montanhas do Colorado, nos Estados Unidos, trocou alianças com o escritor Charlie McDowell usando um vestido Ralph Lauren de tirar o fôlego. Mais uma prova, aliás, de que a relação de Lily com a moda e com a beleza ultrapassa os figurinos e alcança a vida real. Há oito anos, por exemplo, é embaixadora da marca Lancôme, que lança, nesta segunda-feira (13.12), uma coleção toda dedicada à série protagonizada por ela.

Na conversa a seguir, ela explica melhor como os momentos de autocuidado e maquiagem entram na rotina – para além dos rituais de meditação e exercícios de escrita.

Lily Collins (Foto: Divulgação/Alexi Lubomirski) — Foto: Glamour
Lily Collins (Foto: Divulgação/Alexi Lubomirski) — Foto: Glamour

O que significa beleza para você?
Significa ser feliz. Eu acredito que quando você se sente centrada, verdadeira com quem é, é quando sente essa felicidade. Descreveria como um processo profundo de autoconhecimento.

Você já mencionou que ama as suas sobrancelhas, mas nem sempre foi assim. Como encorajaria outras pessoas a abraçarem uma característica particular também?
Quando eu era adolescente, minha mãe sempre dizia que aquilo que nos torna diferentes também nos torna bonitos. É mais difícil dizer do que entender quando se é muito novo, mas conforme o tempo foi passando, fui compreendendo que minhas sobrancelhas me tornam quem eu sou e só há uma de mim, então por que não viver plenamente? Abraçar as características pessoais é sobre se permitir ser vista. Tentamos nos silenciar por medo da rejeição. Mas, se você tem uma voz, deve usá-la.

Alguma tendência de beleza atual chama a sua atenção?
Eu amo nail art! Infelizmente, em razão do meu trabalho, nem sempre posso usar estilos loucos e maravilhosos, mas quando posso, mesmo que por poucos dias, é algo que me faz muito feliz. Também adoro ver pessoas que usam cores ousadas na maquiagem. Acho fascinante, porque é a real expressão pessoal. Por alguma razão, ainda não consigo fazer o mesmo, mas amo ver quem se permite experimentar.

Você usa maquiagem todos os dias? Gosta de se arrumar ou prefere um look mais natural?
Geralmente, não uso muita maquiagem. Tenho oportunidades de arrasar em looks completos, como nos tapetes vermelhos, no Baile do MET ou em editoriais, e aí aposto nisso. Mas na rotina, para mim, menos é mais. Gosto de bases que iluminam a pele sem muita cobertura. Sempre uso máscara para cílios e, às vezes, faço um delineado gatinho discreto. Passo um hidratante labial e estou pronta.

Você tem alguma rotina específica de skincare? Gosta desse momento?
Eu gosto! Acho que é importante tirar a maquiagem no fim do dia, deixar a pele respirar e recomeçar no dia seguinte. Sei que, às vezes, chegamos em casa tarde e acreditamos que cuidaremos disso pela manhã, mas é ótimo acordar com o rosto hidratado. Então, sempre removo tudo, passo um tônico ou sérum e uso uma máscara, se quero um tratamento mais profundo. Depois, aplico um hidratante noturno e vou para a cama.

O ano passado foi difícil e muitas redescobriram pequenos prazeres da rotina. Quais são os seus?
Percebi que sou alguém que investe mais em pessoas e experiências do que em coisas. Meus amigos e meu marido apoiaram cada sentimento meu durante a pandemia. Falamos no FaceTime, Zoom, telefone, ligação, mensagem de texto. Aprendi a apreciar estar presente para sentir o bom, o ruim, o irritante e o emocionante, todas as sensações, porque é isso que nos torna humanos.

Você também passou a se dedicar mais ao autocuidado?
Totalmente. Acho que o autocuidado pode vir de várias formas; seja terapia, meditação, leitura de um livro ou uma xícara de café incrível. Tenho encontrado essa alegria em usar uma máscara facial, tomar banho, dar um passeio ao ar livre, ler um livro de meditação pela manhã, escrever em um diário de gratidão. Acho que é fácil confundir o fato de que passamos muito tempo em casa com o tempo de autocuidado, mas eles não são a mesma coisa.

Lily Collins (Foto: Divulgação/Alexi Lubomirski) — Foto: Glamour
Lily Collins (Foto: Divulgação/Alexi Lubomirski) — Foto: Glamour

O que sentiu falta no período de isolamento social?
Eu senti falta de abraçar meus amigos. Sou uma pessoa muito social e sinto falta de estar com as pessoas, da tranquilidade de me reunir e da alegria de me perder andando pela cidade sem a noção do tempo. É ótimo ver quem você ama no Zoom ou FaceTime, mas não se compara a compartilhar momentos pessoalmente.

Como se mantém positiva no cotidiano?
Todas as manhãs e todas as noites, escrevo um diário chamado The Five-Minute Journal. É focado em quais são as três coisas incríveis que podem acontecer no dia ou quais são as maneiras possíveis de tornar o "hoje" melhor. Isso muda a nossa mentalidade, porque passamos a nos concentrar no que fizemos de bom e em como nos sentimos. Todos nós estivemos envoltos em muita escuridão no último ano e meio, então acho que é realmente importante, em tempos em que tanto está fora de nosso controle, assumir as rédeas das atitudes que podemos ter para fazer o bem, enxergar o bem. Mas é claro que nem sempre é fácil ser positivo.

“Emily in Paris” foi lançada quando as pessoas estavam vivendo as restrições da pandemia. A série proporcionou leveza e escapismo naquele momento. Como foi fazer parte disso?
Eu tive uma experiência ótima nas filmagens, mas você não sabe como isso se traduzirá quando terminar. Foi incrível que ela estreou em um momento em que as pessoas queriam fugir, viajar, rir. Sou muito grata por Emily ter proporcionado essa sensação de escapismo e felicidade durante um período tão difícil. Ela também fez isso por mim quando eu estava filmando. A arte pode ser muito curativa.

Os looks de Emily chamam a atenção! Você ajudou no processo criativo ou ficou com alguma das roupas dela após as filmagens?
Patricia Field e Marylin Fitoussi são muito colaborativas em termos de figurino. Fiquei agradavelmente surpresa com isso. Quando conheci Patricia, ela apenas disse: "Como você está se sentindo? O que você quer vestir?". Ela me enviou todos esses PDFs de designers diferentes para eu circular o que curtia. Quando fui fazer minha primeira prova, só me lembro de ter ficado maravilhada. Confio na genialidade dela para me guiar, porque faz as coisas tão bem e de maneiras que eu nunca teria pensado.

Quais são seus próximos passos na carreira?
No momento, estou focada em “Emily”, mas, em geral, gostaria de continuar a contar histórias que são inclusivas e fazem parte de algo maior. Gosto das narrativas difíceis de contar ou tópicos são comumente evitados. Como em "To The Bone", que trata de um assunto sobre o qual as pessoas muitas vezes têm medo de falar [é um longa que aborda os transtornos alimentares]. Acho que é importante trabalhar para que as pessoas, de todas as idades, tenham menos medo de partilhar. Também estou animada para produzir mais e criar conteúdo do zero.

Se pudesse deixar uma mensagem como embaixadora Lancôme, qual seria?
Quero encorajar mulheres ao redor do mundo a abraçarem quem são e ousarem encontrar o que as fazem sentir alegria. Depois, que agarrem isso, porque é o que nos faz irradiar felicidade e beleza. Para mim, o que vem de dentro é o que mais importa.

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