Cabelo
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Por Julia Ribeiro (@juribeirodelima)

Ácido hialurônico, niacinamida, vitamina C… Tão frequentes nos rótulos dos nossos séruns e cremes faciais, o que esses ativos têm a ver com o nosso cabelo? Acredite: tudo! Se ainda não percebeu, pode ficar de olho: há um movimento em curso, chamado de “skinification”, que leva os cuidados conhecidamente do universo do skincare para outras rotinas, como a capilar. Impulsionadas pela pandemia (olá, estresse e efeito nos cabelos!) e por consumidores cada vez mais experts em beleza, as marcas vêm incluindo ingredientes consagrados também nas formulações para os fios. E faz todo o sentido! De acordo com um relatório global do hub de inovação cosmética DSM, publicado em 2021, 56% das consumidoras compram produtos de cabelo por causa dos seus ativos, não pela fragrância ou pela embalagem.

“Na vida agitada que levamos, não temos muito tempo, por isso buscamos cosméticos que otimizem funções”, diz a farmacêutica Maria Eugênia Ayres. Também não queremos ~apenas lavar os fios. “Procuramos um shampoo que limpe, mas também hidrate, faça manutenção da cor, elimine o frizz e, quem sabe, até proteja do calor do secador”, exemplifica.

Outro ponto que conta para essa fusão dos mundos que amamos é levantado pela cientista expert em cabelos e cosmetologia avançada Jackeline Alecrim. Ela explica que a escolha de ingredientes já conhecidos nos cuidados com a pele é vantajosa, pois os benefícios e os parâmetros de segurança foram atestados previamente. “Esses ativos que têm o poder de limpeza, hidratação e nutrição já apresentam uma bioafinidade com tecidos humanos. Além disso, a ciência do cuidado da pele é extremamente avançada, então as adaptações são fáceis”, completa.

Para além do chuveiro

Se os ativos não bastassem, o “skinification” também resgata as texturas e categorias que amamos para a pele e aplica em cosméticos voltados aos fios. Máscara de argila para a raiz do cabelo? Pois é, elas existem e as funções são praticamente as mesmas da pele: desintoxicar, desinflamar, hidratar. O esfoliante também, já que ajuda a remover sujeiras acumuladas no couro cabeludo. As barras viram shampoo, condicionadores e máscaras para os fios.

Na hora da finalização, o creme de pentear dá lugar às brumas com ácido hialurônico, que hidratam e protegem. Para tratar profundamente, que tal séruns capilares?

Há versões que precisam de umidade e devem tratar a raiz, mas também os que emulsionamna água (feito um cleansing oil!) e garantem hidratação. Ufa!

Ok, Gla, mas se os efeitos são os mesmos, por que não usar os produtos da penteadeira nos fios? Alto lá! Eles são parecidos, mas não iguais. “Quando falamos em cabelo, precisamos proporcionar sedosidade, maciez, estímulo do crescimento. Também precisamos de fórmulas mais leves e sem grandes quantidades de óleos na composição, pois podem pesar nos fios. O uso de silicones também deve ser evitado, já que são responsáveis pelo efeito ‘build up’, que é o acúmulo de resíduos nos fios”, reitera Maria Eugênia.

Amor pela raiz

E qual recorte de pele está em foco em meio à onda, você pergunta. É ele, o couro cabeludo. Segundo a mesma pesquisa do DSM, 65% dos entrevistados reclamam de irritação e coceira na região. Mas, para além da solução de problemas, vale lembrar que é dali que nascem nossosfios novos e onde estão as raízes, que precisam de atenção. “Todo o processo de nutriçãoe produção de energia para os fios acontece no bulbo”, diz Cris Dios, cosmetóloga à frente do salão Laces and Hair. “Tal estrutura dependeda boa irrigação sanguínea, o que acontece por meio de alimentação equilibrada e controle do nível de estresse”, diz ela.

É por isso que, cada vez mais, encontramos produtos voltados para a área, além daqueles que tratam das mechas. Nesta pegada, entram ingredientes que purificam e reduzem a oleosidade, como argilas, óleo de melaleuca e até o ácido salicílico. Entre os equilibrantes, vamos da desinflamatória niacinamida até os ingredientes naturais, como o matchá.

Outro assunto que alcançou as madeixas foi a preservação da microbiota local, ou seja, um olhar para a flora bacteriana natural da região, seguido de cuidados prebióticos e pós-bióticos para fortalecê-la. Na página ao lado, temos uma variedade de alternativas para começar a desbravar todo este universo que se abre. A única obervação aqui é tomar cuidado para não exagerar e eleger poucos itens por vez, sim, senão o efeito rebote vem. O acúmulo de produtos pode obstruir os poros e folículos capilares, ok?

Para que serve?

Destrinchamos o que cada ativo de pele faz por nossas madeixas

Vitamina C: apesar de não penetrar nos fios, seu efeito antioxidante protege o cabelo e o couro cabeludo dos radicais livres. “O pH ainda ajuda a selar as cutículas e deixar os fios brilhates”, diz a expert Jakeline Alecrim.

Niacinamida: a vitamina B3, igual à irmã, C, também tem função antioxidante. “Além disso, alivia irritações e evita o ressecamento do couro cabeludo”, explica a farmacêutica Maria Eugênia Ayres.

Ácido hialurônico: pensou em hidratação? Acertou! A tricologista Simone Neri explica: “Ele penetra no interior da fibra capilar, reparando, reconstruindo sua estrutura e hidratando de dentro para fora.”

Tecnologia micelar: igual na pele do rosto, as micelas ajudam na higiene. Elas removem por arraste suave os resíduos da poluição, acúmulo de produtos e até o excesso de oleosidade.

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