Luedji Luna relembra episódio de exaustão extrema após turnê: 'Precisei cuidar de mim'

Não é preciso ser uma artista para vislumbrar o quanto o trabalho no palco exige do corpo e da mente. Coloque ainda na conta translados cansativos, ensaios, adaptações ao fuso de cidades diferentes... Foi essa jornada que a cantora Luedji Luna atravessou em uma desejada e importante, mas também desgastante, temporada internacional de apresentações. Ao voltar da Europa, embora realizada, também sentiu a saúde pedindo atenção devido a um cansaço extremo. Em entrevista à Glamour, ela relata como recuperou os cuidados consigo mesma e como tem lidado desde então para incluir hábitos saudáveis na rotina.

GLAMOUR: Como é a sua relação com o autocuidado?
Luedji: Eu estou nesse movimento. É muito recente para mim, porque com maternidade, pandemia, carreira, fui deixando essa questão do autocuidado, da alimentação balanceada e dos exercícios físicos de lado. Era uma vida muito automática e pragmática de dar conta das questões do dia a dia. E, neste ano, eu venho com essa disposição para me cuidar. Tenho feito academia, coisa que nunca fiz na vida! Cuido do meu skincare regularmente e, também a partir da campanha recente que participei de Natura Toda Noite, passei a prestar mais atenção no meu sono.

Você teve algum gatilho ou momento de virada para essa fase?
Sim. Eu fiz uma turnê internacional, fui para a Europa, e é isso: artista independente, muitos shows e um atrás do outro. Eu, literalmente, não dormia. Cochilava em trem, avião... Foi muito exaustivo e que eu cheguei ao meu limite. Quando voltei para o Brasil, falei "chega! Se eu continuar vivendo essa vida, não vou ter uma carreira longa, não vou viver muito." Foi um passo muito importante, profissionalmente, todo o lado de expandir o público, viajar para a Europa e parece muito chique para quem vê de fora, mas é muito mais corre do que glamour.

Você chegou a ter um burnout?
Praticamente. Eu fazia show à noite e a gente quer aproveitar um pouquinho, atende os fãs... Quando vê, já bate 3 horas da manhã. E aí eu teria que acordar 5 da manhã para pegar o voo ou o trem para o próximo país. Foram duas semanas sem dormir, sem contar o jet lag, o fuso. Isso consumiu muito o meu corpo e a minha mente; foi uma exaustão tão grande que me fez mudar essa chave. A partir de então, pensei que queria ter tudo mais organizado.

Até porque, para seguir esses pilares de uma vida mais saudável, como alimentação balanceada e execícios, é preciso tempo, dinheiro, energia... Dá trabalho.
De fato, é um trabalho de disciplina! É preciso virar uma chave para garantir esse tempo, porque ele também é o que vai possibilitar que se tenha saúde para trabalhar, ser produtiva e fazer o que eu amo, que é cantar. Eu me vi em um ano tomando muito antibiótico, porque você não dorme bem, a imunidade cai... Eu estava tendo crises crônicas de sinusite. Decidi que não quero mais essa vida.

O trabalho de palco também exige do corpo, certo?
Extremamente. Eu voltei a olhar para mim, porque tenho um trabalho em que meu corpo está à disposição da música. Não posso delegar, as pessoas querem ouvir a minha voz e ver a minha figura. Nada é coincidência. Eu estava num momento de cuidar de mim e então fui convidada pela Natura, marca de beleza, para participar de um debate sobre sono e como ele importa para a saúde. Tudo fez sentido.

E como você cuida da saúde mental?
Faço terapia há três anos e segui na pandemia. Não dá para ficar sem. Eu era uma jovem que meditava, que fazia ioga, mas em São Paulo, quando me mudei, abandonei essas práticas.

Quais seus planos para este ano, além do cuidado pessoal?
Quero continuar com a minha turnê. Tenho muito chão para caminhar! Vou para Manaus, pela primeira vez, com esse disco em agosto. Quero contemplar mais cidades do Brasil. Também vou para o Japão pela primeira vez. Até o final do ano, terei muitas viagens e trabalho, mas com mais consciência e responsabilidade pela minha saúde.