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Por Redação do ge — Mogi Mirim, SP


O mesmo palco que em 4 de maio de 2013 recebeu uma semifinal de Paulistão do Mogi Mirim contra o Santos de Neymar e companhia presenciou, no último domingo, mais um capítulo da derrocada do Sapão até o fundo do poço.

Dez anos depois de perder a vaga na decisão do estadual nos pênaltis para o Peixe, o Mogi, um dos clubes mais tradicionais do interior paulista, vive um cenário bem diferente. Em meio a atritos extracampo com o pentacampeão Rivaldo, de ídolo a credor milionário do clube, o Sapão não evitou o rebaixamento para a quinta - e última divisão - estadual após o empate em casa por 1 a 1 com o Independente. De comum entre um jogo e outro, apenas que os dois aconteceram no estádio Vail Chaves.

Arquibancadas do estádio Vail Chaves, do Mogi Mirim, tomadas por mato — Foto: Marcos Ribolli

Até 2022, a Segundona, chamada também de "Bezinha", não contava com rebaixamento. No entanto, a Federação Paulista de Futebol criou a Segunda Divisão B - que será inaugurada em 2024 - como a quinta divisão do estado.

A partir da próxima temporada, além das três principais competições (a A1, elite, A2 e A3), o futebol paulista contará com a Segundona dividida em duas divisões: Segunda A (com os classificados do terceiro ao décimo sexto lugar desta temporada, além dos dois rebaixados da Série A3) e Segunda B (com as demais equipes e licenciados).

O Mogi chegou à Bezinha ao ser rebaixado da A3 em 2018. Nos dois anos seguintes, porém, não disputou campeonatos. Jogou em 2021, quando teve só uma vitória, ficou fora mais um ano, e retornou na atual temporada.

Com um time formado por garotos, a maioria recebendo um salário-mínimo, como é comum neste nível do futebol nacional, o Mogi Mirim encerrou a primeira fase com campanha de cinco derrotas, dois empates e uma vitória, caindo para a quinta divisão paulista.

A derrocada do Carrossel Caipira

O rebaixamento em 2023 é mais um capítulo do declínio do Mogi, antes conhecido pelo histórico "Carrossel Caipirinha" de Vadão, Rivaldo e companhia, além de campanhas positivas no início da década de 2010.

Desde 2015, o Sapo amargou seis rebaixamentos, deixando a elite estadual e a Série B do Brasileiro para a última divisão do Campeonato Paulista e a ausência de calendário nacional.

A derrocada do Mogi começou quando o pentacampeão Rivaldo deixou a presidência e passou o comando para Luiz Henrique de Oliveira.

Rivaldo quando era presidente do Mogi Mirim — Foto: Facebook

Durante a gestão de Luiz Henrique de Oliveira, o Mogi também passou a sofrer inúmeros processos trabalhistas. O caos no clube colocou em risco o maior patrimônio do Mogi Mirim, o estádio Vail Chaves.

Uma dívida de pouco mais de R$ 1 milhão com uma empresa de segurança fez a Justiça penhorar o imóvel numa ação que tramita desde julho de 2019, mas na qual o Mogi só se fez representar por um advogado no último 28 de abril, quando a juíza Maria Tilkian Neves já havia determinado que a área, avaliada em R$ 63 milhões, fosse a leilão – decisão publicada no dia 12 de abril.

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