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Por Leonardo Lourenço — São Paulo


O escudo do Mogi Mirim, amassado e corroído no portão em que a tinta vermelha se confunde com a ferrugem, é símbolo involuntário do momento atual do tradicional clube do interior de São Paulo, de grande brilho na década de 1990, mas que hoje pena na última divisão estadual.

Rivaldo se afasta da presidência do Mogi Mirim para se dedicar somente ao São Paulo

Rivaldo se afasta da presidência do Mogi Mirim para se dedicar somente ao São Paulo

A peça, ainda de pé, mas castigada pelo tempo e falta de cuidados, se destaca em frente a um imenso terreno na entrada da vizinha Mogi Guaçu. O Centro de Treinamentos, um patrimônio invejável a outras equipes de mesmo porte, agora se esconde num matagal capaz de quase cobrir as traves onde antes eram campos de futebol.

Escudo do Mogi Mirim em frente ao CT do clube em Mogi Guaçu — Foto: Marcos Ribolli

O estádio Vail Chaves, até outro dia um modelo para rivais do interior, está interditado, penhorado e com decisão judicial para que seja leiloado. De outro lado, a Procuradoria Geral paulista processa o Mogi Mirim para que a área, doada ao clube no século passado, seja devolvida ao estado.

No CT, galinhas, algumas vacas e um cachorro barulhento ocupam o lugar, que apesar do tal escudo, das cores e da história, não mais pertence ao Mogi Mirim.

Na matrícula daquele imóvel o nome que preenche o campo “proprietário” é o de Rivaldo Vitor Borba Ferreira.

Campeão da Copa do Mundo de 2002 com a seleção brasileira e eleito o melhor do planeta em 1999, quando defendia o Barcelona, Rivaldo estourou no futebol no Mogi Mirim, em 1992, no time que seria conhecido como “Carrossel Caipira”. Voltou ao clube em 2008, como presidente.

Em 2013, quando o Mogi já ostentava uma dívida de cerca de R$ 12 milhões com seu próprio presidente, Rivaldo recebeu dois terrenos, um deles o do CT em Mogi Guaçu, para abater R$ 6,8 milhões dessas obrigações. A operação é contestada na Justiça em ação que já dura oito anos.

CT do Mogi Mirim é ocupado por vacas — Foto: Marcos Ribolli

11 campos de futebol

Segundo a matrícula do imóvel, o terreno em Mogi Guaçu tem 79 mil metros quadrados, o equivalente a 11 campos de futebol.

Ele fica numa área nobre da cidade, numa avenida movimentada, e é separado por uma rua de um grande condomínio de alto padrão – com casas à venda por valores próximos a R$ 1,5 milhão, segundo anúncios na internet.

Em novembro de 2015, três sócios do Mogi Mirim foram à Justiça para tentar reverter as transferências dos terrenos – além do CT de Mogi Guaçu, um segundo imóvel, de 24 mil metros quadrados e avaliado em R$ 550 mil, também foi repassado ao ex-atleta.

Na ação, afirmam que o processo foi premeditado e o classificam como um “atalho” para que Rivaldo tomasse posse das áreas.

– Ainda que o Rivaldo seja credor do Mogi Mirim, o negócio que ele fez de transferir os CTs para o nome dele é nulo – afirma o advogado Renato Franco de Campos, que representa os autores da ação.

Mato toma conta do terreno onde fica o CT do Mogi Mirim — Foto: Marcos Ribolli

Campos defende que Rivaldo, na condição de devedor (como presidente do clube) e credor, não poderia tomar a decisão.

– As partes são as mesmas. Não se sabe se o preço era aquele mesmo. Ele, como credor e devedor, fixou o preço. Não se sabe se ele, como presidente, tinha a capacidade de decidir pensando no melhor para o Mogi Mirim ao dar os CTs como pagamento de uma dívida dele mesmo.

À Justiça, Rivaldo negou ter subvalorizado os imóveis. Pelo contrário: apresentou avaliações com valores inferiores ao que “pagou” pelos terrenos – uma diferença de até R$ 1,3 milhão, na época, em benefício ao Mogi.

Uma avaliação contratada pelos sócios, entretanto, avaliou o CT de Mogi Guaçu em R$ 15,8 milhões em 2015.

– Isso não passa de boataria – diz o advogado Betellen Dante Ferreira, defensor de Rivaldo, que nega que o ex-jogador tenha planejado se apossar dos imóveis e a ilegalidade da transferência.

Segundo Ferreira, quando o acordo foi fechado, Rivaldo estava afastado da presidência do clube – atuava no São Caetano – e era representado por um procurador, o advogado Wilson Bonetti, que é quem assina o termo. Além disso, segundo Ferreira, o negócio ainda foi avalizado pelos órgãos de controle do Mogi Mirim.

– Rivaldo estava afastado do Mogi Mirim desde 2011, ele ainda tinha compromissos profissionais (como atleta). Fora do Brasil e, posteriormente, no Brasil. Ele jogou em Angola, no São Paulo, São Caetano.

Entrada do CT do Mogi Mirim, alvo de disputa que envolve Rivaldo — Foto: Marcos Ribolli

O caso caminha devagar na Justiça, que decretou sigilo na ação. Os terrenos continuam como propriedades de Rivaldo, mas com uma anotação em suas matrículas de que são alvo de contestação na Justiça – o que afasta, teoricamente, interessados na compra dos imóveis.

Os dois advogados admitem a possibilidade de um acordo para resolver a questão. A ideia principal é a de que Rivaldo construa uma estrutura no terreno menor para uso das equipes do Mogi Mirim e fique com a área maior. Há uma discordância sobre o tamanho do investimento do ex-jogador para colocar esse novo CT de pé.

A ação foi proposta por três sócios que acompanharam os períodos mais gloriosos do Mogi.

Deles, dois morreram recentemente e o único ainda vivo é Henrique Stort, 72 anos. Ex-jogador e ex-dirigente do Mogi Mirim, ele conta, entre muitas histórias, que foi dele a ligação que levou Rivaldo para o clube, 31 anos atrás.

"Se não contratar agora, você perde o jogador"

– Um empresário chamado Chacrinha foi quem indicou o Rivaldo. Eu fui com o Vadão ver Santa Cruz x Ponte Preta, em Campinas, pela Copinha. O Wilson ligou. Eu disse: "Conversa com o Vadão, mas se não contratar agora, você perde o jogador" – lembra Stort.

Os personagens citados por ele são todos históricos no Mogi: o técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, que montou o time conhecido como Carrossel Caipira – e que depois treinaria grandes clubes e a seleção brasileira feminina, morto em 2020 –, e Wilson Barros, presidente e mantenedor do clube por quase 30 anos.

– O Vadão era preparador físico. O Wilson insistiu para ele ser treinador, ele não aceitava de jeito nenhum. Descemos num bar. O Wilson falou: "Vadão, te dou um ultimato". Eu dei três chutes na canela do Vadão por baixo da mesa e ele aceitou.

Rivaldo em jogo do Mogi Mirim contra o Corinthians no começo da década de 1990 — Foto: Agência Estado

O treinador implantou no Mogi o 3-5-2, esquema à época pouco difundido no Brasil, e que depois geraria as comparações com a seleção holandesa.

A ida a Campinas para observar Rivaldo ainda rendeu outras duas contratações: a dos atacantes Leto e Válber, o trio que se tornou símbolo do time de 1992 e 1993.

Stort foi atleta do Mogi Mirim por anos durante a década de 1970, quando atuou junto com seu irmão, Hugo, citado como um dos maiores jogadores da história do clube.

Henrique Stort, que levou Rivaldo ao Mogi Mirim — Foto: Marcos Ribolli

Aposentado, foi convidado no início dos anos 1980 por Wilson Barros, um bem-sucedido empresário da cidade, para ser seu braço direito no comando da equipe.

– Era uma coisa de amor mesmo, era a vida dele – conta Marcos Barros, filho de Wilson.

Para ajudar a bancar o clube, Wilson negociava com fornecedores de sua empresa, uma distribuidora de autopeças. Nos acordos, incluía uma fatia de 2% do valor da compra que era destinada ao Mogi Mirim.

Com a Lei do Passe ainda em vigor, conseguiu construir patrimônio para o Mogi Mirim, o que incluiu a ampliação do estádio, a compra dos terrenos dos CTs e mais de uma dezena de apartamentos.

– Tínhamos esses 15 ou 16 apartamentos para os jogadores casados ficarem, tínhamos os CTs, três ônibus – lembra Marcos.

Com a Lei Pelé, no fim da década de 1990, e a extinção do passe, que tirou dos clubes essa “propriedade” sobre os atletas, o Mogi se segurou entre as equipes da elite estadual até 2006, quando foi rebaixado no Paulista.

A equipe passou duas anos na segunda divisão do estado até garantir o acesso num empate sem gols com o Oeste em 2008. Wilson celebrou a volta à elite com os jogadores no vestiário. Com a saúde fragilizada, morreu dois dias depois, aos 63 anos.

Marcos Barros, filho de Wilson Fernandes de Barros, ex-presidente do Mogi Mirim — Foto: Marcos Ribolli

“A cidade pediu o Rivaldo”

A morte de Wilson de Barros fez com que a família do empresário decidisse se afastar da gestão do Mogi Mirim. Marcos Barros, filho do ex-presidente, assumiu o comando do clube nesse período de transição.

À época, Rivaldo, ainda atleta, já tinha se aventurado na gestão de clubes, como o Guaratinguetá e o Figueirense, com a empresa CSR, em que era sócio do ex-volante Cesar Sampaio.

– Apareceram algumas situações, mas a própria cidade pediu. Era o Rivaldo, né? O tempo em que ele esteve no (comando do) Mogi, o time ficou bem, apesar do lance dos CTs – conta Marcos Barros.

No acordo para que Rivaldo assumisse a presidência do clube, o ex-jogador, que na época defendia o Bunyodkor, do Uzbequistão, pagou à vista cerca de R$ 1,8 milhão de empréstimos feitos pela família Barros ao Mogi Mirim, além de R$ 518 mil a outros credores.

Com o pentacampeão na direção, o time chegou à Série B do Brasileiro e à que considera sua maior conquista: o título de campeão do interior de São Paulo, em 2012.

Rivaldo presidiu o Mogi Mirim entre 2008 e 2015 — Foto: Geraldo Bertanha/ Mogi Mirim

A dívida, porém, disparou. A maior parte dela com o próprio Rivaldo. Quando deixou o clube, em 2015, o valor total dos empréstimos do ex-jogador ao clube chegava aos R$ 15 milhões.

– O Mogi Mirim nunca foi um clube que se sustentou com as próprias pernas, sempre precisou de investimento. Era assim antes do Rivaldo, assim aconteceu depois – diz o advogado Betellen Dante Ferreira.

Nesse período, o Mogi Mirim assinou uma parceria com uma empresa do Uzbequistão que tinha como sócio o mesmo investidor do Bunyodkor, onde Rivaldo jogava.

A parceira deveria pagar 115 mil euros por mês e teria, em contrapartida, 50% dos valores arrecadados com a venda de atletas.

À Justiça, Wilson Bonetti, que foi procurador de Rivaldo e dirigiu o clube enquanto ele ainda era jogador, afirmou que o dinheiro, por contrato, deveria ser depositado nas contas do Mogi, mas era pago diretamente a Rivaldo.

Esse depoimento motivou uma petição de perícia mais ampla nas contas do clube e do ex-jogador por parte dos sócios que questionam a transferência dos CTs na Justiça, que ainda não decidiu sobre esse pedido.

Ferreira nega, e diz que provou na ação que os pagamentos eram feitos para o clube.

– O Rivaldo era jogador e consultor esportivo (do Bunyodkor). A empresa fez um contrato direto com o Mogi Mirim, nenhuma relação com o contrato pessoal do Rivaldo. Eu levei recibos ao processo que comprovam que os pagamentos foram feitos na conta do Mogi Mirim – declara o advogado.

– Eu afirmo que o Rivaldo jamais se apropriou de dinheiro do Mogi Mirim.

Rivaldo é dono, presidente e jogador de um clube em São Paulo

Rivaldo é dono, presidente e jogador de um clube em São Paulo

Foi em 2013, após cinco anos do ex-atleta na presidência, que foi feito o acordo em que os dois terrenos dos CTs do Mogi foram transferidos a Rivaldo como parte do pagamento dessas dívidas.

– Para que houvesse a continuidade do investimento, era preciso fazer algum pagamento. O Mogi não tinha dinheiro para pagar o Rivaldo, a maneira encontrada foi pagar parte desses investimentos com patrimônio.

O advogado admite que teria sido menos problemático se Rivaldo tivesse cobrado a dívida após deixar o comando do clube, o que ocorreria em 2015, mas que a perspectiva para a equipe era ruim.

– Talvez até fosse menos problemático se houvesse alguma possibilidade de o Mogi Mirim continuar sem o Rivaldo. Ele ainda demorou quase dois anos para sair por desinteresse (de outros investidores).

Uma solução foi encontrada em 2015: Rivaldo transferiu o comando do Mogi Mirim a dois de seus colaboradores, o investidor português Victor Simões e o executivo Luiz Henrique de Oliveira. O último assumiria a presidência, enquanto Simões seria o vice e responsável por pagar R$ 10,5 milhões a Rivaldo, dívida que ainda restava com o ex-jogador, parcelados por 11 anos.

Assim foi feito. Aliás, mais ou menos.

Simões e Oliveira brigaram, e o investidor deixou o clube meses depois. Da dívida com Rivaldo, só a primeira parcela foi paga – e hoje é alvo de cobrança na Justiça, numa disputa entre Simões e Rivaldo.

Oliveira, que até pouco tempo antes não tinha qualquer relação com o clube ou a cidade, se manteve na presidência do Mogi Mirim – com exceção de um período curto em que foi afastado da cadeira pela Justiça.

Desde então, o time foi rebaixado em todos os torneios do qual participou. Despencou da Série B do Brasileiro para a quarta divisão de São Paulo. Bateu no fundo do poço, mas agora se agarra nas paredes, já que esse buraco vai crescer no ano que vem.

É a última divisão, mas dá para cair

Em São Paulo, a última divisão é chamada eufemisticamente de Segunda Divisão, ainda que existam outras três acima dela (a A-1, elite, A-2 e A-3). Por regra, os times são formados por atletas de até 23 anos.

O Mogi chegou à Bezinha, como torcedores preferem chamar o torneio, ao ser rebaixado da A-3 em 2018. Nos dois anos seguintes, porém, não disputou campeonatos. Jogou em 2021, quando teve só uma vitória, ficou fora mais um ano, e retornou na atual temporada.

Mogi Mirim disputa a quarta divisão com time formado por atletas sub-23 — Foto: Marcos Ribolli

Com um time formado por garotos, a maioria recebendo um salário-mínimo, como é comum neste nível do futebol nacional, o Mogi Mirim perdeu os três jogos que fez até agora – neste sábado enfrenta o Grêmio São-Carlense, fora de casa.

A perspectiva não podia ser pior. Ainda que esteja jogando a última divisão, é possível ser rebaixado, mais uma vez.

A Federação Paulista de Futebol prevê criar uma quinta divisão no ano que vem – e dela se salvarão só os 16 melhores clubes da Bezinha, enquanto os outros 20 terão um degrau a mais pra escalar a partir de 2024.

– Para administrar o Mogi tem que matar uns dois leões por dia. É um clube de tradição, a gente está trabalhando muito para manter a estrutura ainda funcional, uma estrutura grande e pesada. Eu espero, o mais breve possível, que nós consigamos achar um parceiro para assumir a operação do clube através de uma SAF – afirma o presidente Luiz Henrique de Oliveira.

Luiz Henrique de Oliveira, presidente do Mogi Mirim, observa treino do time — Foto: Marcos Ribolli

Oliveira atuava na gestão do Duque de Caxias, no Rio, antes de ser levado ao Mogi por Rivaldo em 2014. Ao se afastar de Victor Simões, ficou sozinho na administração do clube paulista, e manteve o modelo de seus antecessores.

– Sou um credor do clube, hoje o maior credor do clube. Eu pretendo recuperar (esse dinheiro) agora que pacificamos o Mogi. Temos a permissão de criar uma sociedade anônima do futebol e espero trazer um parceiro com recurso que possa não só sanear as dívidas, mas manter o clube.

O cartola tem uma administração conturbada no Mogi Mirim – por isso cita a suposta pacificação atual.

Com controle total dos órgãos internos, tornou quase impossível o surgimento de uma oposição – Henrique Stort, o descobridor de Rivaldo, é um de seus maiores críticos e já tentou se candidatar à presidência, sem sucesso.

A última eleição de Oliveira chegou a ser anulada pela Justiça, que determinou que um escritório de advocacia atuasse como interventor no ano passado, mas a decisão caiu.

Vídeo de briga por bola no Mogi Mirim viraliza nas redes sociais

Vídeo de briga por bola no Mogi Mirim viraliza nas redes sociais

Em 2022, ele cedeu a gestão da base a uma empresa parceira, mas a relação também acabou na Justiça – imagens de atletas sendo expulsos do alojamento e de funcionários das duas partes disputando a tapas um carrinho cheio de bolas repercutiram na mídia.

O caos no clube coloca em risco, agora, o maior patrimônio do Mogi Mirim, o estádio Vail Chaves.

Uma dívida de pouco mais de R$ 1 milhão com uma empresa de segurança fez a Justiça penhorar o imóvel numa ação que tramita desde julho de 2019, mas na qual o Mogi só se fez representar por um advogado no último 28 de abril, quando a juíza Maria Tilkian Neves já havia determinado que a área, avaliada em R$ 63 milhões, fosse a leilão – decisão publicada no dia 12 de abril.

O estádio Vail Chaves, do Mogi Mirim — Foto: Marcos Ribolli

O clube também se vê ameaçado de perder o estádio para o Estado de São Paulo.

A Procuradoria Geral paulista processa o Mogi Mirim para reaver o terreno onde foi construído o Vail Chaves. A área foi doada ao clube em 1952 na obrigação de manter o local em boas condições e para seu objetivo principal, o de receber eventos esportivos – a ação foi proposta um dia depois da determinação do leilão.

Vail Chaves foi o dirigente que, na década de 1952, ajudou o Mogi Mirim a receber a área para erguer o estádio. Ele foi, também, o primeiro a batizar o local, mas não o único.

Por muitos anos, o local teve o nome de Wilson Fernandes de Barros, o mecenas que colocou o Mogi Mirim em destaque no futebol nacional. Um evento traumático, entretanto, fez o cartola tirar seu próprio nome da fachada.

A fachada do estádio Vail Chaves; é possível ver as marcas da homenagem a Wilson Barros, quase apagadas — Foto: Marcos Ribolli

Em 1999, Wilson teve uma filha sequestrada e prometeu dar ao estádio o nome de Papa João Paulo II se ela retornasse salva para casa, o que aconteceu. A homenagem durou até a chegada de Rivaldo à presidência.

Evangélico, o ex-jogador decidiu trocar o nome do papa pelo do próprio pai, Romildo, o que gerou desgaste com torcedores – antes, ele sugeriu retomar o nome de Wilson, mas a família Barros declinou da homenagem. Em 2016, depois da saída de Rivaldo, o clube recuperou o nome de Vail Chaves.

O estádio, deteriorado, só tem sido utilizado pela equipe para treinos. Ele foi interditado pela Federação Paulista em 27 de março, após o Auto de Vistoria dos Bombeiros e os laudos de higiene e prevenção a incêndio terem vencido.

Arquibancadas do estádio Vail Chaves, do Mogi Mirim, tomadas por mato — Foto: Marcos Ribolli

Nos dois jogos que fez até agora como mandante, o Mogi Mirim atuou na vizinha Itapira – derrotas para o XV de Jaú, por 3 a 1, e para o União São João, por 2 a 0. As duas partidas somaram 156 pagantes e prejuízo de quase R$ 13 mil.

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