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Por Nabil Ghorayeb — São Paulo

Apesar de muitas respeitadas opiniões não médicas de outros profissionais da saúde expostas na mídia, somente um médico especialista no assunto poderá orientar seu paciente com doença cardíaca sobre determinada modalidade de atividade física ou esportiva e, principalmente, quais limites que não podem ser superados. Evidente que sempre precisaremos da parceria do fisioterapeuta ou do educador físico com conhecimento ou treinamento em reabilitação de pessoas com cardiopatias leves ou não, que irão executar e escolher os melhores exercícios nestes casos.

Por aí se percebe que não basta ir a uma academia, das comuns existentes, muito menos para aquelas onde não existam equipamentos nem treinamento do pessoal para acudir as emergências. Mesmo ao escolher uma assessoria ou “personal”, deve-se saber se eles estão em condições para treinar pacientes com histórico de cardiopatia. Esses cuidados são muito importantes, e pelo que sabemos as escolhas não seguem critérios de segurança e sim de custos e “design” do local, o que é assustador. Nada acontece por acaso ou por fatalidade. Quase tudo é possível prever, baseando-se nos vários tipos de doenças.

Nosso alerta segue o protocolo mundial de incentivar a atividade física para todos, porém os cardiopatas devem evitar os riscos conhecidos dos exercícios intensos como crossfit, HITT, spinning, lutas e similares, principalmente sem avaliação especializada prévia. Mesmo a natação de velocidade e de resistência das longas distâncias é contraindicada para determinadas cardiopatias, como por exemplo, aorta com aneurisma, cardiopatias congênitas, usuários de marcapasso cardiológico artificial e outras doenças.

Sem dúvida como orientação geral, os exercícios recomendados são os aeróbicos de moderada intensidade, associados aos exercícios de fortalecimento muscular e de equilíbrio três a quatro vezes por semana, suspendendo tudo nas pioras, mesmo que das leves infecções (comuns no inverno) e outras intercorrências médicas. A regularidade é o segredo dos benefícios para a saúde física e mental. Deve-se sempre alternar dias de treinamento com dias de não-treinamento.

Não se deve praticar exercício nenhum sem orientação — Foto: Getty Images

Sempre existe a possibilidade de se rever casos individualizados para a prática de esportes inicialmente proibidos, dependendo sempre de cada caso e do esporte, mas só uma detalhada avaliação especializada poderá definir a possibilidade dessa escolha.

*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.

EuAtleta Nabil Ghorayeb Cardiologia Especialista — Foto: Formado em medicina pela FM de Sorocaba PUC-SP, Doutor em Cardiologia pela FMUSP , Chefe da Seção CardioEsporte do Instituto Dante Pazzanese Cardiologia, Especialista por concurso em Cardiologia e Medicina do Esporte, Médico Sênior do Grupo Fleury Medicina e Saúde, Coordenador da Clínica CardioEsporte do HCor, CRM SP 15715 , Prêmio Jabuti de Literatura Ciência e Saúde. www.cardioesporte.com.br

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