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Por Marco Condez

Rafael Ribeiro/CBF

O penúltimo dos Amistosos da Seleção Brasileira de Futebol Masculino, antes da Copa América 2024, foi contra o México, em partida realizada no Texas, no qual o desempenho da nossa Seleção foi oscilante, apesar da vitória por 3 a 2. Agora só resta um amistoso, contra os EUA, e a expectativa é que, durante a disputa da Copa América, seja adquirido melhor padrão de jogo.

O time brasileiro iniciou bem o primeiro tempo, apesar de não estar com a equipe titular em campo. Abriu o placar e fez 2 a 0 no início do segundo tempo, mas não foi capaz de manter o domínio nem de ampliar o marcador. Houve relaxamento natural da equipe, que permitiu o empate pela Seleção Mexicana. O jovem atacante Endrick foi, novamente, decisivo e marcou o gol da vitória brasileira.

A comissão técnica optou por escalar o time com uma formação alternativa, uma vez que o grupo convocado para a disputar a Copa América é diversificado em relação aos trabalhos anteriores. Para este jogo contra o México, o técnico da Seleção, Dorival Júnior, escolheu observar nomes que não figuraram como titulares habituais em gestões anteriores.

Apesar do desentrosamento, apresentou boa performance no início do jogo. Me agradou a função de armador para o meio-campista Andreas Pereira, que joga na Inglaterra e que pode se tornar outra opção para substituir Lucas Paquetá, o principal armador do grupo. Além disso, Andreas é versátil e mostrou que consegue fazer todas as funções no meio-campo com qualidade.

Mas, coletivamente, acredito que havia possibilidade de mostrar maior rendimento e não ter permitido a oscilação no meio do segundo tempo. A Seleção Mexicana, taticamente, não oferecia resistência ao Brasil e, assim mesmo, foi capaz de marcar dois gols e reviver no jogo, que aparentemente parecia já estar ganho para o Brasil, com dois gols de diferença.

A sobrevida do México não se deve somente à méritos próprios, mas, também, à não linearidade coletiva da nossa Seleção. Sei que este comportamento faz parte da cultura do futebol que a Seleção Brasileira tem mostrado nas últimas gestões. Apesar de ter evoluído com a chegada de Dorival, a equipe ainda não apresenta padrão de jogo sólido, e essa conduta pouco elaborada taticamente, pode ser prejudicial na Copa América, quando jogar contra adversários de performance mais linear, como a Colômbia e a Argentina, por exemplo.

Entendo que o planejamento de Dorival tenha duas vertentes diferentes, mas que se influenciam e completam mutuamente. A primeira acredito que seja adquirir padrão de jogo organizado com movimentos automatizados, capazes de enfrentar qualquer adversário demonstrando superioridade técnica e tática. A segunda é de efetuar a renovação do grupo.

Neste jogo contra o México, creio que o pilar da renovação norteou a escalação, sendo deixado para segundo plano a obtenção de padrão tático. Diante da desorganização que a Seleção se encontrava no final da gestão de Diniz, houve pequena melhora nos primeiros três jogos sob o comando de Dorival, mas esse crescimento não foi capaz de se traduzir em linearidade de desempenho.

A equipe brasileira, sem dúvida, está mais organizada defensivamente, mas ainda peca na comunicação entre os setores de meio-campo e ataque, o que a deixa vulnerável coletivamente frente à adversários mais estruturados.

Como não há tempo suficiente para que os acertos sejam realizados, a Copa América será excelente período para automação e refinamento de movimentos na equipe. O objetivo maior, ainda é, a participação na Copa do Mundo 2026. Construir uma equipe mais equilibrada, que seja organizada e leve no meio-campo e mais criativa, é imprescindível para melhorar sua posição na fase de Eliminatórias da Copa 2026 - América do Sul.

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