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Por Marco Condez

Divulgação/Uefa

A final da Liga dos Campeões 2023/2024 pode ser considerada, até certo ponto, inusitada, com a presença do time alemão Borussia Dortmund, que conquistou apenas um título na competição em 1997. Já seu adversário, o Real Madrid, foi campeão catorze vezes.

Apesar do retrospecto das duas equipes, essa final tende a ser equilibrada, pois o Borussia Dortmund apresentou bom desempenho nos dois jogos da semifinal, o que o coloca próximo ao nível de qualidade técnica do Real Madrid. Mas não podemos esquecer que o time espanhol possui a mística de ter um pacto com a Champions League, que o transforma dentro de campo.

Jogando pela Champions League, o Real Madrid não desiste. Pode até não estar conseguindo demonstrar um futebol coletivamente organizado, mas supera as dificuldades e as falhas para que não provoquem oscilações fatais.

O Real busca o resultado com gana impressionante, como fez contra o Bayern de Munique no segundo jogo da semifinal, virando o placar nos minutos finais da partida. O atacante que normalmente fica no banco de reservas, Joselu, marcou dois gols em menos de dez minutos contra Neuer, goleiro que praticamente não falha e que vinha apresentando alta performance durante toda a partida. Qualquer outro time que estivesse jogando contra o Bayern de Munique fatalmente não teria fôlego para virar o placar.

Mas o favoritismo voltado ao Real Madrid não se baseia única e exclusivamente na capacidade de adaptação diante das circunstâncias adversas que a Champions League lhe impõe. O time comandado por Carlo Ancelotti está entrosado e conta com a performance linear de Bellingham, Kroos, Vini Jr. e Rodrygo. A equipe utiliza estilo de jogo híbrido que mescla verticalidade com controle de jogo através da posse de bola, o que facilita a adaptação ao que o adversário propõe.

O roteiro da final tende a reproduzir mais ou menos a fotografia do jogo do Real Madrid contra o Bayern de Munique, com a equipe Merengue atacando continuamente em busca da vitória. Minha maior dúvida é se o Borussia Dortmund será capaz de segurar o ímpeto do Real Madrid.

Diante do Paris Saint-Germain, o Borussia Dortmund foi superior, vencendo as duas partidas da semifinal por 1 a 0. Conseguiu se impor com relativa facilidade, pois o PSG é organizado, mas comete falhas estruturais que acabam prejudicando seu rendimento.

Considero também, híbrido, o esquema de jogo do Borussia, pois, apesar de se originar de conceitos reativos, a equipe consegue tocar bem a bola e controlar o jogo quando necessário. Por isso, essa final tende a ser interessante taticamente. As duas equipes irão procurar jogar de forma ofensiva, sem contar com vantagem no placar, uma vez que se trata de partida única.

O time alemão terá que ser cirúrgico para não cometer erros neste jogo final, pois qualquer empate levará a partida para a prorrogação. Se persistir o empate, a decisão do melhor time da temporada europeia será com cobrança de pênaltis.

A expectativa não poderia ser outra senão a de um bom jogo, repleto de alternativas para as duas equipes.

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