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Hernan Kazah está otimista. Depois de ter segurado os investimentos, a Kaszek voltou a aportar em startups — nesta semana, liderou a captação de R$ 35 milhões da Brandlovrs, por exemplo —, e o cofundador da gestora diz acreditar que o momento é bom. “O humor do mercado realmente melhorou, e os números de 2024 devem ser melhores do que 2023”, afirmou, em entrevista exclusiva a PEGN durante o Web Summit Rio 2024, que acontece até esta quinta-feira (18/4), no Riocentro, no Rio de Janeiro (RJ).
Para Kazah, o próximo ano deve ser ainda melhor, mas não “excessivo”, como em 2021. “Foi muito mais dinheiro do que o necessário”, diz, sobre o período em que o mercado aportou mais de US$ 18 bilhões na América Latina, segundo dados do Sling Hub. Neste momento, o importante, afirma, é que o ecossistema está mais ativo e há muitos empreendedores com bons projetos e empresas que fizeram os ajustes de rota necessários.
Para este ano, Kazah diz que a Kaszek não tem um montante fechado a ser alocado. O investidor se considera aberto a opções. “Os empreendedores vêm em ondas. Às vezes, passamos um trimestre inteiro sem encontrar nenhuma startup e, às vezes, conversamos com três que queremos aportar na mesma semana. A gente tenta investir quando encontra empreendedores que são extraordinários”, fala.
Por extraordinários, leia-se que têm uma missão clara e um bom storytelling. “É preciso ter um problema relevante e uma solução. Muitos empreendedores vêm para o pitch falando apenas sobre o problema. Você não precisa saber exatamente como vai solucionar, mas tem que ter uma boa ideia. Depois, tem a comunicação. O storytelling é super importante, inclusive para trazer boas pessoas para o projeto.”
Foco é outro ingrediente importante. Segundo ele, muitos fundadores ficam tentados a escolher outro problema para resolver depois de ter solucionado 80% do primeiro, quando esse caminho final, os 20% ou 10% restantes, é a parte mais difícil. “As coisas extraordinárias acontecem quando você consegue fazer coisas ordinárias muito bem durante muito tempo”, afirma, acrescentando que é preciso ter confiança, mas não em demasiado.
Por fim, cita a disrupção aliada à capacidade de aprender, sob pena de ser ultrapassado pela concorrência. “O mundo da tecnologia é dinâmico. Tem que aprender o tempo todo”, finaliza.
A cobertura do Web Summit Rio 2024 na Editora Globo é apresentada por Senac RJ e Itaú.
