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GUILHERME CAETANO
DE S�O PAULO

01/10/2016 23h50

Ao longo dos 45 dias de campanha, Jo�o Doria (PSDB) foi o candidato que mais realizou com�cios, caminhadas e panfletagens: 75 (30,8%) de um total de 243 realizados pelos cinco principais candidatos � Prefeitura de S�o Paulo.

Levantamento feito pela Folha contabilizou os eventos das agendas oficiais de Doria, Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB), Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL) durante o per�odo de divulga��o das candidaturas determinado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). N�o foram contabilizadas grava��es, sabatinas, debates e demais eventos de car�ter restrito.

O mapeamento das campanhas ajuda a entender, portanto, quais regi�es e qual o perfil do eleitorado os candidatos priorizaram, informa��o que ajuda a revelar parte da estrat�gia adotada por cada um dos postulantes.

L�der nas pesquisas e apontado pelos oponentes como elitista, Doria fez um esfor�o para se descolar da alcunha. Sob o slogan de "Jo�o trabalhador", evitou pregar para convertidos, preterindo seu reduto "natural", os bairros de classe m�dia alta da zona oeste, para os quais dedicou apenas 9% do seu tempo nas ruas.

O tucano privilegiou o centro e a zona sul da cidade. Visitou de metal�rgicas a shopping centers e foi o �nico, entre os candidatos analisados, a cumprir agenda durante as madrugadas.

De acordo com o Datafolha, Doria s� n�o est� � frente nas pesquisas de inten��o de votos nos bairros dos extremos da cidade.

O segundo lugar no ranking dos candidatos mais rodados durante a campanha ficou com o atual prefeito, Fernando Haddad (PT), com 59 atos. Luiza Erundina (PSOL) realizou 43, seguida por Marta Suplicy (PMDB), com 33, e Celso Russomanno (PRB), com 32.

Haddad foi o candidato que distribuiu geograficamente seus atos de campanha de maneira mais equ�nime. O petista variou entre 11,8% de presen�a na zona oeste e 28,8% no centro.

O foco no centro da cidade n�o o impediu de intensificar sua presen�a nas periferias na reta final da campanha. Com isso, Haddad tentava compensar a pecha de que negligenciou as �reas mais distantes durante seu mandato, o que ele nega.

Erundina foi a candidata que mais focou a regi�o central –onde concentrou 43,2% dos seus atos de campanha.

Em queda nas pesquisas, a candidata do PSOL apostou na panfletagem de rua e em caminhadas para angariar votos em sua candidatura.

Marta Suplicy (PMDB) esteve majoritariamente nas bordas de S�o Paulo –seu reduto eleitoral. A zona leste concentrou 36% de seus atos de campanha. A esperan�a era que a presen�a de seu vice, o vereador Andrea Matarazzo (PSD), bastaria para atrair o voto das classes m�dia e alta, com as quais tem afinidade.

Apesar disso, foi nos extremos da cidade que Marta sofreu a queda mais abrupta: 9 pontos percentuais, de 32% para 23% entre as pesquisas Datafolha mais recentes.

Quem mais negligenciou uma das regi�es da cidade foi Russomanno. O deputado federal e candidato do PRB dedicou � zona oeste somente 6,5% de seus com�cios.

A estrat�gia do deputado foi come�ar a campanha pelas extremidades da cidade e se aproximar do centro. O objetivo era consolidar na largada eleitores propensos a votar nele e depois conquistar o eleitorado menos pr�ximo.

Na �ltima pesquisa do Ibope, Russomanno oscilou negativamente, mantendo uma tend�ncia de queda –fato que ele atribuiu ao desgaste causado pelos ataques de seus advers�rios.

A zona oeste foi a menos priorizada de forma geral. Foi a regi�o em que quatro dos cinco principais candidatos estiveram menos presentes –com exce��o de Erundina, que esteve menos na zona leste.

A candidata do PSOL foi a �nica a ter a maior parte de sua inten��o de voto vinda da regi�o que mais priorizou.

No centro, de onde prov�m 28% de seus potenciais votos, ela passou a maior parte da campanha.

De modo contr�rio, apenas uma candidata, Marta, teve a menor parte de sua inten��o de voto vinda da regi�o que menos priorizou. A peemedebista realizou apenas 12,1% de seus com�cios na zona oeste, de onde v�m 9% de seus potenciais votos.

Russomanno foi o �nico a focar bairros que lhe rendem baixa inten��o de votos. Apesar de concentrar 29% de seus com�cios no centro, somente 14,1% dos moradores da regi�o pretendem votar nele.