Amor & Sexo
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Cena do filme "Take This Waltz" (Foto: Reprodução) — Foto: Glamour
Cena do filme "Take This Waltz" (Foto: Reprodução) — Foto: Glamour


Você pode ter uma visão bem clara de quem e de como costumar agir com as pessoas ao ser redor. Pode ser do tipo de pessoa que não costuma mentir, trair e não tem problemas em fazer de sua vida um livro aberto. Pode ser segura, confiar em si e nos outros e torcer o nariz pra quem vive suspeitando de tudo. Tudo isso até entrar num relaciomento disfuncional. E se ver no meio de uma corrente de insegurança, mentiras e medo. Medo de que a pessoa desconfie de você mesmo quando você sabe que não fez nada errado. Medo de perder um relacionamento que, convenhamos, já está perdido.

Parece que isso só acontece com aquela sua amiga mais carente, né? Não, não pode acontecer com você. Aconteceu comigo, que sempre fui supersegura nos meus namoros. As relações ruins, problemáticas e turbulentas não começam assim. Pra mim, por exemplo, começou com jeitinho de: esse é o amor da minha vida. Exatamente por isso, foi tão difícil aceitar que não valia a pena insistir e que ele não me fazia bem, que nunca faria. Todo o amor que ele dizia ter, até poderia existir de fato, mas ele encarava aquilo de um modo tão perturbador, que o sofrimento que proporcionava era muito maior do que os benefícios.

Passei a viver com medo de causar alguma reação negativa nele. Eu tinha medo de que algum amigo me ligasse e ele revirasse os olhos, tinha medo de ter que explicar cada like masculino no Instagram, passei a viver grudada no celular, com medo de que ele me telefonasse e, por distração, caísse na caixa postal ou que o Whatsapp apitasse e eu estivesse longe. Tudo isso na tentativa desesperada de evitar as brigas, os términos e as eternas DRs de madrugada.

Ele me fazia acreditar que eu era responsável por tudo aquilo. Que eu era mentirosa, que eu estava devendo o tempo todo. Eu revia cada passo meu na cabeça, pensando se havia ou não um buraco no meu enredo que pudesse levar a mais uma briga entre nós. Nas discussões, ele fazia eu me sentir a pior pessoa do mundo, destruindo cada traço da minha personalidade até o momento em que eu aceitava aquilo e perguntava: ok, e você quer uma namorada assim? Quando terminávamos, ele se transformava em outra pessoa. Era amoroso, dizia que tudo aquilo era porque ele me amava mais do que tudo e que não queria me perder, mas que eu tinha que melhorar meu comportamento, claro.

Foram meses vivendo assombrada. Me transformei em uma pessoa insegura, triste, atormentada e medrosa. Tinha medo que ele me deixasse, medo que ele me traísse, medo que ele achasse que eu estava escondendo alguma coisa dele. Fiquei tão maluca que, em momento nenhum, tive forças pra virar o jogo. Contava cada passo meu. Ele, por sua vez, não me dava nenhuma satisfação, não atendia meus telefonemas, sempre jogando na minha cara coisas do passado. Até que eu descobri: ele estava me traindo. E me largou pra ficar com ela. Pensei que ia morrer, mas, com o tempo, percebi que foi a melhor coisa que me aconteceu. Se dependesse de mim, eu acho que não teria forças de deixá-lo.

Voltei a ser a pessoa segura e bem resolvida que era antes dele. Atualmente, namoro e nunca mais permiti que alguém me controlasse daquele jeito. Hoje, sei o que sou capaz de sobreviver sozinha. Não vale a pena perder toda a sua personalidade pra ter o amor de alguém. Recentemente, conheci o termo gaslighting, que diz respeito a esse tipo de abuso emocional. Meu conselho é: não deixem que ninguém faça você duvidar de você e da sua força. Isso não é amor, viu?

Quer colaborar com a sessão e contar o que você aprendeu com seu último relacionamento? Escreve pra gente! O seu texto pode ser publicado aqui -com o seu nome ou anonimamente, como você preferir!

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