Energia

Conta de luz deverá seguir com cobrança de bandeiras tarifárias, indicam consultorias

Segundo as previsões, as bandeiras podem variar entre amarela e vermelha, nos dois patamares, até o final do ano

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Crédito: Unsplash

As contas de luz devem seguir com cobranças adicionais nos próximos meses, referentes ao acionamento de bandeiras tarifárias. Segundo previsões realizadas por consultorias especializadas no setor elétrico, as bandeiras podem variar entre amarela e vermelha, nos dois patamares, até o final do ano. O acionamento de bandeiras, além de influenciar diretamente no valor pago pelos consumidores de energia, também pode pressionar a inflação do país.

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Segundo projeções da Thymos Energia, o cenário base indica o acionamento da bandeira amarela de julho a dezembro, retornando para verde depois. Mas, a diretora de regulação e mercado da consultoria, Mayra Guimarães, indica que em alguns cenários de hidrologia a bandeira vermelha já aparece neste mesmo período e que de outubro em diante o cenário depende muito de como será próximo o período de chuvas.

Já nas estimativas da Ampere Consultoria, especializada em projeções de preços e meteorologia para o setor elétrico, a bandeira varia entre amarela e vermelha até o início do próximo ano, retornando para verde apenas em fevereiro. As projeções indicam bandeira amarela em agosto, setembro, novembro e janeiro de 2025. Para outubro, a previsão é que seja acionada bandeira vermelha 2, o patamar mais caro do sistema. Já em dezembro a expectativa é de bandeira vermelha 1.

Desde o início deste mês está em vigor a bandeira amarela, que representa uma cobrança adicional de R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Foi a primeira mudança no patamar da bandeira em dois anos. A bandeira verde, que representa que não há cobranças adicionais nas contas de luz, estava em vigor desde abril de 2022.

Ao anunciar a decisão, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirmou que a bandeira amarela foi acionada em razão da previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano (em cerca de 50%) e pela expectativa de crescimento da carga e do consumo no mesmo período. “Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais.”

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel em 2015 para indicar, aos consumidores, os custos da geração de energia no Brasil. Antes, o repasse desses custos de operação era feito apenas nos reajustes tarifários anuais, com incidência de juros. A medida também atenuou os efeitos no orçamento das distribuidoras, já que as empresas eram obrigadas a carregar os custos de uma geração mais cara até a correção das tarifas.

Em março deste ano, a agência reguladora aprovou uma redução no valor das bandeiras. A bandeira amarela passou de R$ 2,989 para R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora (kWh), uma redução de 36,9%. Já a bandeira vermelha 1 teve uma redução de 31,3%, de R$ 6,500/kWh para R$ 4,463/kWh. E a bandeira vermelha 2 passou de R$ 9,795/kWh para R$ 7,877/kWh, uma queda de 19,6%. À época, também foram aprovadas algumas mudanças na metodologia de acionamento das bandeiras, como considerar despachos fora da ordem de mérito como critério para o patamar definido.