![Acabou-se o](https://cdn.statically.io/img/cdn.flash.pt/images/2024-07/img_177x111$2024_07_06_10_36_12_364955.jpg)
Nos últimos meses, António Costa teve de reaprender a viver de uma forma que já não se lembrava como era. De repente, a agenda estava vazia, o telemóvel tocava menos vezes de dia, e era desligado à noite, e tinha tempo de sobra para os programas com a mulher que o cargo de Primeiro-ministro raramente lhe permitia. Os primeiros dias, assume, foram difíceis de encaixar, custaram a passar, até porque à sua volta todos os dedos se apontavam na sua direção e a sua integridade era posta em causa.
Mas é precisamente quando António Costa se estava a habituar a esta vida mais tranquila, e até tinha voltado à universidade, que Bruxelas o chama, tendo sido eleito presidente do Conselho Europeu. E, de repente, abrem-se as portas para uma nova vida, numa reviravolta surpreente, em que ele próprio já não acreditava. "Diria que com um processo a decorrer é muito difícil haver essa solução", disse em maio, quando questionado por Cristina Ferreira, no programa 'Dois às 10', sobre a possibilidade de vir a desempenhar um cargo na Europa.
Fresca na memória de todos estava a ainda a imagem de António Costa, de voz embargada, a apresentar a demissão, com a mulher, Fernanda Tadeu, firme na primeira fila, a mostrar que era a sua vez de cumprir os votos feitos no matrimónio de que, afinal, isto não é só para os momentos felizes. E foram vários os difíceis que ultrapassaram ao longo dos últimos anos e talvez este percalço político não tenha sido nada comparado com aquilo que a antiga educadora de infância teve de ultrapassar, quando lhe foi detetado um tumor no pulmão.
Apesar da então agenda infernal de Primeiro-Ministro, Costa desdobrou-se para que nada lhe faltasse e quando ele precisou, Fernanda estava lá, na primeira fila, a dizer que o país bem que podia duvidar, mas ela acreditava na sua integridade.
Agora, chegam tempos de mudança, que o casal encara de uma forma feliz. Reunidas estão todas as condições para a mudança para Bruxelas. Com os dois filhos maiores e com carreiras de sucesso, António Costa e a mulher podem agora desfrutar de uma vida na capital da Bélgica que, na verdade, está ao alcance de muito poucos, ainda que, segundo a 'The Mag' apurou, Fernanda vá manter a sua residência oficial em Portugal.
O lugar na presidência do Conselho Europeu vai colocar a família numa situação de total "desafogo" financeiro, uma vez que para o cargo está estipulado um salário bruto de 32 100 euros por mês, mais de 380 mil euros por ano. Mas isto é apenas uma espécie de base, porque à parte está ainda previsto o pagamento de despesas de representação (1418 euros por mês) e um montante fixo para auxiliar com as despesas de habitação (4800 euros mensais).
Além do mais, se António Costa quiser, pode perfeitamente 'enfiar' a sua casa de Lisboa em Bruxelas, uma vez que todas as despesas relativas à mudança estão cobertas. Para completar este quadro auspicioso, a família do presidente tem direito a viagens pagas para Bruxelas. Quando deixar o cargo, António Costa terá ainda direito a uma pensão vitalícia.
A cidade também não poderia agradar mais à família. Conhecida pela elevada qualidade de vida, Bruxelas oferece uma oferta cultural diversa, que manterá a antiga educadora de infância com uma agenda paralela ocupada. De resto, o casal, que terá agora de encontrar um local para morar, passará muito tempo no famoso Bairro Europeu, sede dos principais edifícios da União Europeia, incluindo o Parlamento Europeu.
A MULHER QUE NUNCA O DEIXOU CAIR
Este é quase como um 'final' feliz para a história de António Costa e Fernanda Tadeu, depois dos meses de tumulto.
Quando entregou a sua carta de demissão, o antigo primeiro-ministro fez questão de deixar uma palavra de agradecimento à família por todo o sacrifício pessoal. "Uma palavra muito sentida de agradecimento à minha família, muito especial à minha mulher por todo o apoio, todo o carinho e os muitos sacrifícios pessoais que passou ao longo destes oito anos. Esta é uma etapa da vida que se encerra, e que encerro com a cabeça erguida."
Meses depois de ter abandonado o cargo, voltaria a dirigir-se a Fernanda para enaltecer a sua postura ao longo de todo o mandato. "Eu acho que foi a pessoa que mais sacrifícios fez, que mais lhe custou esta atividade", disse a Cristina Ferreira sobre a mulher que o acompanha há mais de 40 anos.
É a sua companheira de vida em tudo e antes de entregar a carta de demissão e afastar-se da vida política nacional, Costa garante que teve uma longa conversa com Fernanda. "Falei com a Fernanda e ela também não teve a menor das dúvidas do que havia a fazer. [Era] muito claro para nós o que havia a fazer. Pronto, e fiz."
Terá sido também em conjunto que aceitaram, com felicidade, esta nova etapa que a vida agora lhes proporciona, na casa dos 60, com renovados desafios e uma realidade desconhecida por explorar.