António Costa reforçou o apoio que teve da mulher, Fernanda Tadeu, no momento em que decidiu pedir demissão, na sequência da operação influencer, em que o Ministério Público levantou suspeitas sobre o então primeiro-ministro.
"Falei com a Fernanda e ela também não teve a menor das dúvidas do que havia a fazer. Era muito claro para nós, o que havia a fazer. Pronto, e fiz", disse António Costa esta sexta-feira, 3, em
entrevista com Cristina Ferreira no 'Dois às 10', quando questionado sobre o momento em que decidiu pedir demissão.
Costa também voltou a falar nos anos difíceis para Fernanda. "Eu acho que foi a pessoa que mais sacrifícios teve, que mais lhe custou esta atividade", declarou.
No discurso de demissão, em novembro,
António Costa já tinha referido os sacrifícios de Fernanda. "Uma palavra muito sentida de agradecimento à minha família, muito especial à minha mulher por todo o apoio, todo o carinho e os muitos sacrifícios pessoais que passou ao longo destes oito anos. Esta é uma etapa da vida que se encerra, e que encerro com a cabeça erguida", afirmou sem esconder a emoção.
Casada há 36 anos com António Costa, com quem tem dois filhos, Pedro, de 32 anos e Catarina, de 29, Fernanda abdicou da sua carreira no ensino em 2014, um ano antes de o marido ser empossado primeiro-ministro. Sobre a decisão de deixar de trabalhar por amor ao marido, Fernanda sublinhou que só o fez quando atingiu autonomia financeira: "Sempre fiz o meu pé-de-meia, conforme o meu pai me ensinou, e só deixei de trabalhar quando percebi que poderia ter autonomia financeira. Só assim seria livre".
A ex-professora Fernanda Tadeu foi alvo de críticas e de algumas notícias falsas ao longo dos mandatos de António Costa. Uma das fases mais críticas para a mulher do ex-primeiro-ministro foi o período em que foi
diagnosticada com um cancro no pulmão, em 2019.