António Costa e a mulher que "aguenta o barco" nos dias difíceis! Como o grande amor do liceu se tornou no pilar do antigo primeiro-ministro
É ela que o segura quando tudo ameaça ruir. Juntos há mais de 30 anos, os dois já enfrentaram vários períodos negros, como o grave problema de saúde de Fernanda Tadeu. Agora, a antiga professora mantém-se incondicionalmente ao lado do marido, que nunca teve dúvidas da importância da família na sua vida. "O abraço da minha mulher ajuda muito e é fundamental".
A história de amor tem décadas, mas não é de todo convencional. António Costa e a mulher, Fernanda Tadeu, apaixonaram-se nos tempos de liceu, o que até podia dar o mote a um daqueles romances à moda antiga, mas o que aconteceu está mais adaptado aos nossos tempos. A antiga professora conta que quando começou a reparar no Primeiro-Ministro demissionário ele era uma espécie de Dom Juan. "Tinha imensas namoradas", recordou recentemente, o que fez com que o amor dos dois fosse ficando para segundo plano, até que, anos mais tarde, perceberiam que as suas vidas faziam sentido lado a lado.
Foi há 36 anos e desde então a história de amor manteve-se firme, mas sempre com um pragmatismo de quem não é dado a grandes romantismos. Em 1987 casaram-se numa cerimónia civil e, ao contrário de grande parte das noivas, Fernanda não perdeu dias infinitos a pensar no vestido. "Nós casámos só pelo civil. Eu nem fui vestida de noiva, usei um vestido creme que qualquer pessoa podia usar. E também não houve copo de água, no final fomos comer um hambúrguer com os padrinhos", fez saber Fernanda, num dia que esteve com o marido no programa de Cristina Ferreira, estava ela na SIC.
Os votos foram trocados numa cerimónia prática, mas o simbolismo manteve-se ao longo das últimas três décadas. Prometeram amar-se na saúde e na doença e também nos dias mais difíceis, sendo que a vida já os colocou diante de todos os cenários, um dos mais difíceis aquele que agora António Costa enfrenta. Quando entregou a sua carta de demissão, fez questão de dar uma palavra de agradecimento à família por todo o sacrifício pessoal. "Uma palavra muito sentida de agradecimento à minha família, muito especial à minha mulher por todo o apoio, todo o carinho e os muitos sacrifícios pessoais que passou ao longo destes oito anos. Esta é uma etapa da vida que se encerra, e que encerro com a cabeça erguida."
António Costa demite-se com mensagem especial à família
António Costa e Fernanda Tadeu constituíram a típica família feliz. Com dois filhos saudáveis e lançados nas vidas profissionais e pessoais, o primeiro grande drama chegou quando António Costa já estava no Governo, em 2019, com Fernanda a ser diagnosticada com cancro no pulmão. Foi um ano difícil para toda a família, que se debatia com a incerteza dos cenários, e em que todos, em especial Costa, se desdobravam para estar ao lado de Fernanda Tadeu. "Eu tive um tumor num pulmão, que teve de ser tirado, correu tudo bem, felizmente não se expandiu. Foi tirado e a minha vida voltou ao normal, deixei de ter esse problema. Agora, estou 100 por cento saudável. Já nem me lembro... deixou de ser um problema", desvalorizaria mais tarde e já com o problema contornado.
Agora já com uma saúde de ferro, o cenário virou e, de repente, é Fernanda quem é chamada a assumir o leme do barco e segurar a família no momento mais delicado. Sempre na retaguarda, mas presente, a antiga professora acompanha com preocupação a investigação que envolve o marido, ainda que com a devida distância pública que sempre manteve em tudo o que tenha a ver com a liderança de António Costa. Já em casa, o debate de ideias fortes sempre marcou a relação do casal.
As melhores imagens de António Costa com a mulher, que foi operada a um tumor nos pulmões
"Sempre achei que podia dizer exatamente o que penso. Não tenho nada que me refreia. Eu estou nos bastidores, mas estou atenta. Lá em casa, muitas vezes há situações que eu não concordo [...] Confronto o António muitas vezes", fez saber, enquanto ele sempre admitiu que o apoio da companheira era fundamental para a sua estabilidade. "Continuo a abraçar a minha mulher, e esse abraço ajuda muito e é fundamental".
Com a investigação judicial, António Costa e a mulher vêm agora a sua vida escrutinada como nunca. Ao longo dos anos em que o primeiro-ministro esteve no Governo, mantiveram sempre a discrição e apenas no verão os podíamos ver em ambientes mais descontraídos, lado a lado, nas férias na praia de sempre no Algarve.
De férias no Algarve, António Costa troca carinhos com a mulher na praia
Pontualmente, os momentos de festa mostravam um lado mais divertido de Costa, que chegou a ser filmado a dançar o apita o comboio numa festa de aniversário, ou ao lado da nora no casamento do filho mais velho. Sobre as rotinas diárias ou hábitos de vida pouco se sabe a não ser que o casal reside na zona de Benfica e que, em 2021, mudou de casa, tendo colocado o T2 onde vivia à venda por 320 mil euros.
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António Costa colocou a sua casa à venda em 2021
MÃE COM O CORAÇÃO APERTADO
A preocupação com a situação que António Costa atravessa estende-se a toda a famíia, em especial à mãe, a jornalista Maria Antónia Palla, que tem 90 anos, e será sempre uma acérrima defensora do filho.
"Sempre foi um bom menino, muito responsável, logo desde a escola primária. Nunca me deu problemas, nem na fase do liceu, nem nos tempos da faculdade. Posso orgulhar-me de ser uma mãe com muita sorte", disse há anos em conversa com a FLASH!, acrescentando que nunca o conseguiria olhar como Primeiro-Ministro.
"Não o vejo como primeiro ministro, nem sequer como político. Para mim é o meu filho. O que quero é que ele tenha sempre saúde e que consiga alcançar o que deseja. Podem confiar no trabalho dele. Sempre assim foi, e será, qualquer que seja o cargo que ocupe".
As confissões da mãe do primeiro-ministro
Feminista, jornalista e sindicalista, Maria Antónia Palla é conhecida por nunca ter tido medo de dizer o que pensa, e só deixou de escrever para proteger o filho. Ainda assim, numa entrevista que deu em 2017 ao 'Expresso', não deixou de lamentar a facilidade com que, na política, as pessoas são ostracizadas quando os primeiros dissabores acontecem, usando o exemplo de José Sócrates.
"Acho que Sócrates não tem sido bem tratado pelo partido. Esta coisa de que as pessoas são o máximo — nunca acho isso, talvez o Soares fosse o máximo — e depois não são... Fiquei muito contente quando o meu filho convidou Sócrates para a inauguração do túnel do Marão. Acho que as pessoas, independentemente do que fizerem na vida, se alguma vez mereceram a nossa amizade, merecem-na também numa situação difícil. Não sei, nem quero discutir ou saber se é inocente ou culpado, mas acho que tem sido tratado de uma maneira ignóbil. E isto é muito grave para o país, porque qualquer pessoa passa a ver a sua vida dependente de um juiz que gosta ou não gosta do nariz da pessoa. É que nem a PIDE fazia estas coisas. Revolto-me imenso com isto, é das tais coisas sobre as quais não escrevo para não prejudicar o meu filho."
Uma empatia que gostaria que os portugueses tivessem agora com o filho, no momento mais duro da sua carreira política.
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