O brasileiro consome, em média, 25 ovos a mais do que o resto do mundo, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Totalizando 255 ovos ingeridos por pessoa em um ano no Brasil, a popularidade do alimento não é sem motivo: além de sua praticidade, ele é reconhecido por seu alto valor nutricional e proteico. Dessa maneira, é uma pergunta frequente entre tutores de cachorros se ele pode fazer parte da dieta dos animais.
De acordo com a médica-veterinária pós-graduada em nutrição animal Sylvia Angelico, o ovo é um superalimento e, portanto, recomenda-se que ele seja incluído na alimentação de cães regularmente. “O ovo tem inúmeros benefícios à saúde: a albumina da clara é uma fonte de proteína excelente, a gema concentra antioxidantes e é fonte de enxofre, que favorece a pele, pelagem e unhas”, explica. A proteína é um dos macronutrientes mais importantes na alimentação do cachorro e, segundo Sylvia, o ovo é uma das melhores fontes dela.
Como incorporar o ovo na dieta?
Edgard Gomes, especialista em nutrição animal e criador de conteúdo, acrescenta que o alimento também é rico em vitaminas dos complexos A, B, D e E. Além disso, de acordo com o especialista, aminoácidos essenciais vêm diretamente da dieta do animal. O ovo pode, assim, ser incorporado na alimentação de cães que comem ração, como um petisco, ou na porção de carnes de cachorros que seguem a alimentação natural.
No caso de cães que se alimentam de ração, “o consumo do ovo deve representar até 10% da quantidade de alimento que o cão ingere por dia”, ainda segundo Edgard. Se um cachorro come, por dia, 200 g de ração, ele pode comer 20 g de ovo como um extra, por exemplo.
“O ovo pode ser oferecido cozido, mexido ou frito em um pouquinho de óleo de coco, de gergelim, manteiga sem sal ou azeite de oliva”, continua Sylvia. O alimento pode até ser consumido cru pelos cachorros, segundo a especialista: “a maioria dos cães tolera e adora ingerir ovos no seu estado natural. É só quebrar e servir - a salmonela é considerada parte normal do ecossistema intestinal canino, então não há riscos nesse aspecto.”
Porém, o consumo não pode vir sem cuidados: a médica-veterinária explica que uma minoria dos cães pode ter alguma reação ao comer ovos, dependendo da sensibilidade individual. Edgard finaliza que, para animais que nunca comeram ovos, é importante servi-los bem cozidos e em quantidades menores, para evitar diarreias.