Criança protegendo cão do barulho dos fogos ensina sobre empatia

O início do Ano do Tigre, assim como tradicionalmente acontece no Brasil, foi marcado por rojões ao redor da China

Por Por Izabel Gimenez


Criança protege cão durante Ano Novo Chinês — Foto: ( @tongbingxue/ Instagram/ Reprodução)

Ao invés de comemorar o início do ano em janeiro, como estamos acostumados no calendário gregoriano, os chineses usam a lua para definir o começo do próximo ciclo. Em 2022, por exemplo, o Ano do Tigre teve início em 1° de fevereiro. Isso acontece porque o calendário lunar tem 354 dias, tempo necessário para a Lua alcançar 12 voltas completas ao redor do planeta. As festas, no entanto, também seguem a tradição dos fogos de artíficio - tema polêmico quando lembramos como os pets ficam ao ouvir sons altos.

Um vídeo gravado durante os rojões na cidade de GaoAn SE, na província de Jiangxi, registrou o momento exato em que uma criança cobre os ouvidos de um cachorro na rua a fim de protegê-lo do barulho. No Twitter de Tong Bingxue, o gesto conquistou mais de 5 milhões de visualizões e cerca de 500 mil curtidas - tudo isso sem contar os comentários. "Vontade de colocar os dois em um potinho. O 'doguinho' devia estar muito estressado", escreveu uma internauta. "Uma criança desse tamanho consegue entender isso e vários 'marmanjos' tem dificuldade", alertou outro. Veja só:

Mesmo sem saber, a atitude da garotinha foi totalmente acertiva. A sugestão de Camila Voloch, especialista em comportamento animal, é que os tutores estejam presentes transmitindo segurança ao seu companheiro e entrentendo-o com brinquedos ou petiscos durante a festa. "A oferta de alimentos pastosos é valiosa durante a queima de fogos, de maneira que o animal demore alguns minutos para ingerir. Também podemos utilizar brinquedos recheáveis ou forminhas de gelo/descanso de panela de silicone com alimentos úmidos no geral – sachê, por exemplo"

O estresse causado pelo barulho dos fogos de artifício pode levar à fatalidade do animal — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ Roberto Nickson)

Todos anos, diversos de ativistas em pró da causa animal se reúnem para conscientizar a população sobre os perigos do barulho de rojões para os animais. O som, que já é extramamente alto para humanos, se torna ainda mais desconfortável para os pets. "Isso acontece por questões anatômicas das orelhas (que permitem que elas reconheçam e captem sons com mais efetividade) e também por uma questão física de identificação de frequência de ondas sonoras. No caso dos cães, pelo menos o dobro do que humanos", esclarece a médica.

Se você perceber que não consegue tranquilizar seu bicho com dispositivos em casa, há possibilidades de oferecer calmantes, desde que sob orientação de um médico-veterinário especialista em comportamento. "Assim, reduz-se a chance do tutor ser orientado a usar medicações com efeitos sedativos, que podem aumentar ainda mais os riscos de óbito. Os homeopáticos e os feromônios são sempre bem-vindos", finaliza.

Mais recente Próxima Mada e Bica: as pets influencers com quase 10 milhões de seguidores

Leia mais