Adestramento

Por Izabel Gimenez


Arranhar, ronronar e amassar pãozinho são comportamentos comuns entre os felinos. Mas alguns os bichanos podem apresentar certas reações que assustam seus humanos, como é o caso dos gatos que costumam morder os tutores.

Se este é o caso do seu pet, fique tranquilo! Explicaremos o que está por trás do hábito e o que fazer para ajudar seu companheiro.

Gatos costumam morder quando estão estressados, com medo ou entediados — Foto: Canva/ Creative Commoms
Gatos costumam morder quando estão estressados, com medo ou entediados — Foto: Canva/ Creative Commoms

Por que os gatos mordem?

Segundo Daniel Baeta, médico-veterinário comportamentalista felino, essa atitude pode estar relacionada à caça, frustração e excesso de energia. No primeiro caso, o pet tenta morder a perna ou o pé de quem está passando em um corredor, como se fosse uma brincadeira de pega-pega. Entretanto, nos outros dois cenários, a mordida pode representar um pedido de ajuda do animal ao seu tutor.

“Os gatos podem morder para demonstrar frustração — quando sentem cheiro de outros animais, ou simplesmente acontece algo que não previam. Desta forma, o ataque é considerado uma agressividade redirecionada.”

Quanto ao excesso de energia, a mordida pode acontecer após uma hiperexcitação por altas doses de carinho ou por medo, quando os felinos se sentem encurralados e não veem outra alternativa a não ser morder para afastar um possível incômodo.

Incentivar o felino a brincar e caçar objetos próprios para gatos pode diminuir o número de mordidas — Foto: Canva/ Creative Commoms
Incentivar o felino a brincar e caçar objetos próprios para gatos pode diminuir o número de mordidas — Foto: Canva/ Creative Commoms

Como saber o que meu gato está sentindo?

Neste sentido, a melhor forma de diferenciar cada tipo de mordida é compreender a linguagem corporal dos felinos. Gatos com as orelhas abaixadas, rabo em volta do corpo, pupilas dilatadas e corpo encolhido sinalizam medo.

Já o estresse pode ser identificado pela movimentação intensa do rabo, pupila dilatada, orelha para trás e lambidas no focinho.

“Vocalizações forçadas, como rosnados e sibilos, também demonstram um estado emocional negativo do gato. Se o estímulo não for interrompido, esse animal pode atacar como último recurso de sobrevivência”, alerta médica-veterinária Cintia Pinheiro.

“Se o gato te mordeu e parou de buscar a brincadeira, provavelmente está frustrado. O mais importante aqui é lembrar que se o seu bichano está mordendo durante esse tipo de interação, provavelmente o tutor está brincando com a mão, o que não é recomendado”, adiciona Daniel.

Como fazer meu gato parar de me morder?

Para Cintia, redirecionar a brincadeira para brinquedos que sejam mais adequados, como varinhas, arranhadores e ratinhos de plástico, é a forma mais eficaz para diminuir as mordidas ao longo do dia, principalmente para os animais recém-chegados na família. O tutor também pode incentivar o uso dos objetos com feromônio ou catnip.

“Muitos tutores brincam com as mãos e os pés com seus pets quando filhotes. Isso os ensina que esse tipo de comportamento é aceitável. Quando o animal cresce, as unhas afiadas e as mordidas começam a machucar e é mais difícil modificar um hábito aprendido”, afirma a profissional.

O adestramento é uma boa opção quando o comportamento felino começa a dificultar a relação com seus tutores — Foto: Canva/ Creative Commoms
O adestramento é uma boa opção quando o comportamento felino começa a dificultar a relação com seus tutores — Foto: Canva/ Creative Commoms

Neste sentido, além da mudança nas brincadeiras propostas pelos tutores, vale também criar uma rotina, reservando um tempo de interação com o felino para reduzir o estresse e a ansiedade do pet.

“Essas brincadeiras devem ser o mais reais e condizentes com a natureza felina, ou seja, você tem que imitar uma presa lutando pela sua vida. De preferência, que sejam momentos curtos e frequentes”, sugere Daniel.

O especialista também recomenda oferecer um kicker — uma almofada comprida — para o gato, que pode ser feita de meia velha preenchida com tecidos e amarrada na ponta, para que o pet possa liberar frustração e energia em algo que não seja o corpo humano. Rs!

Por fim, Cintia sugere concentrar as atividades mais complexas durante o amanhecer e o entardecer, momentos em que os felinos estão mais ativos e cheios de energia para gastar.

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