Tesouro Direto: mais um dia, mais volatilidade entre os títulos; comprar ou vender?

O papel com vencimento em 2031, que ontem oferecia 11,96%, hoje encerrou a sessão pagando 11,93% ao ano. Já os títulos atrelados à inflação também caíram. O papel mais curto, com vencimento em 2029, encerrou o dia oferecendo retorno real de 6,15% ao ano, pouco abaixo dos 6,16% da sessão anterior.

Olhando rapidamente, pode até parecer que 0,03 ponto percentual seja pouca coisa de diferença. E é, pela ótica de que hoje também é dia de comprar, já que os juros dos papéis estão em patamares considerados atrativos pelos analistas. Mas no detalhe, ao longo do período até o vencimento, esse recuo se torna mais significativo. A recomendação é: para quem já tem títulos públicos na carteira, a venda é desencorajada, o ideal é levar até o vencimento acordado na hora da compra, para não sofrer em dias de volatilidade.

Hoje, os números do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, indicador mais importante de crescimento da economia, mostraram avanço de 0,8% no primeiro trimestre de 2024 frente ao último trimestre de 2023, segundo o IBGE. O dado veio acima do esperado pelo mercado.

O que isso significa para os títulos públicos? Um PIB forte pode ser lido como mais pressões inflacionárias e, portanto, mais juros no horizonte. Em teoria, isso deveria levar as taxas para cima, mas os papéis também são influenciados pelos números externos.

O número de vagas de trabalho em aberto na economia dos Estados Unidos teve queda em abril, dado também divulgado hoje. O Jolts, como é conhecido, veio menor do que o esperado pelos analistas.

O indicador mostra se as condições financeiras apertadas pelo BC americano estão criando obstáculos para a economia real.

Assim, os títulos americanos também caem firme com a expectativa de que os números influenciem nas decisões futuras do Fed.

Vale lembrar que as taxas e preços dos títulos são inversamente proporcionais. O que significa dizer que, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço e vice e versa. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — já que assegura rentabilidade maior se mantiver a aplicação até o vencimento, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui os títulos na carteira.