Fundos de Investimentos

Por Isabel Filgueiras, Valor Investe — São Paulo

Escolher um fundo de investimento nem sempre é tarefa das mais fáceis. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entidade que regula o setor de investimentos, informa que há 17 mil fundos no País e quase 16 milhões de investidores nessa modalidade de aplicação. Diante de tantas opções, você precisa usar critérios objetivos para tomar decisões acertadas para seu perfil.

“É um produto que faz muito sucesso no Brasil, de longe é o tipo de investimento mais procurado pelo brasileiro. A indústria de fundos no Brasil é a maior dentro do escopo de países emergentes e a quarta do mundo, considerando todos os países. É uma indústria grande, madura e que tem muitas opções para o investidor”, diz Daniel Maeda, superintendente de relações com investidores institucionais da CVM.

Na hora de aplicar, em fundos ou outros produtos financeiros, especialistas recomendam que você tenha em mente os seguintes aspectos:

  • O grau de risco que você está disposto a correr
  • Qual o objetivo com aquela aplicação (casar, aposentar-se)
  • Em quanto tempo deseja resgatar o dinheiro
  • O quanto de rendimento quer alcançar
  • Qual será o custo do investimento

Questionário e ferramentas virtuais

Sabia que existe uma determinação da CVM (a Instrução nº 539) que obriga bancos e corretoras a verificar o perfil do cliente antes de oferecer qualquer aplicação financeira? Normalmente, quando se abre conta em uma corretora, essa checagem vem em forma de questionário. Por isso, é importante responder com sinceridade e cuidado. Sem mentiras, ok! Porque, se mentir, o único prejudicado será você e seu bolso.

A partir desse resultado e de acordo com a propensão de cada um para risco, as instituições devem oferecer os fundos mais adequados. E se tentarem empurrar algum novo serviço sem conhecer o mínimo do seu estilo, invoque a tal Instrução 539 da CVM. Eles vão saber (ou ao menos deveriam saber) sobre o que você está falando.

“O formulário é para saber se sua característica é de investidor conservador, moderado ou agressivo. São basicamente essas três categorias, com variantes intermediárias. A questão com fundos depende de perfil e do ciclo de vida da pessoa. Por exemplo, se você é mais novo, deveria ser mais propenso a risco e, na medida em que a idade avança e o objetivo é alcançado, você tende a aceitar menos riscos”, explica o planejador financeiro José Raymundo de Faria Júnior, da Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros).

Temos no site Valor Investe ferramentas gratuitas que ajudam na árdua tarefa de encontrar um fundo. Confira:

  1. Ranking de fundos - Permite o uso de filtros para listagem dos produtos por categoria e os ordena por rendimentos históricos, risco e custo
  2. Comparador de fundos - contrasta, ponto a ponto, o desempenho dos fundos que o leitor escolher, comparando rentabilidade por mês ou ano, taxas e outros indicadores

Atenção às características e às taxas

Antes de investir, leia a descrição do produto. No caso dos fundos, esse detalhamento está em documento chamado de lâmina. Essas lâminas devem trazer as informações mais relevantes para o investidor, que são risco, qual a chance de perdas, histórico de rendimento e quais os custos.

“As lâminas resumem o grau de risco de 1 a 5, sendo 1 o menos arriscado e o 5 o mais. Obviamente que essa simplificação abandona uma série de decisões ao longo do caminho. Mas foi o modo que a gente encontrou de passar uma informação objetiva. O banco ou corretora sempre é obrigado a entregar essa lâmina antes da aplicação”, explica Maeda, superintendente da CVM.

Fique de olho nos detalhes, principalmente, nas taxas de administração e, se houver, para a taxa de performance (que é cobrada sobre os ganhos que excederem um determinado indicador de mercado, como CDI ou Ibovespa). Taxas de fundos de renda fixa simples e referenciados no DI não devem ser maiores que 1%, dizem os especialistas.

O planejador financeiro Faria Júnior alerta ainda que, a depender da taxa de administração, se ela for muito salgada, até a poupança pode valer mais a pena.“É essencial fazer uma pesquisa independente da classe de fundos e colocar a taxa de administração como um filtro de seleção”, afirma.

Prazo e objetivo

O planejador financeiro Faria Júnior e o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Ricardo Teixeira dão dicas de como combinar tipos de fundos, objetivos de vida e prazo de resgate do dinheiro aplicado.

Segundo Faria Júnior, fundos de renda fixa de curto prazo (até 1 ano), portanto, os melhores para criar uma reserva de emergência. Eles costumam ser bem seguros e ter liquidez diária. Significa que se você precisar do dinheiro de uma hora para outra, ele estará disponível, sem prejuízos

Já os fundos referenciados, como os fundos DI, são recomendados para quem quer guardar dinheiro para um projeto de 1 ou 2 anos, seja seu casamento, seja aquela sonhada viagem ou intercâmbio.

Fundo de crédito privado não serve como reserva de emergência e não é bom para fazer investimento de prazo de 1 ou 2 anos. É indicado para um investidor mais moderado”, argumenta o especialista.

Ele recomenda que, em fundo multimercado, o dinheiro fique aplicado por pelo menos 2 anos. Essa é uma opção para quem quer diversificar, mas não quer ir diretamente para o mercado de ações. Apesar de costumeiramente incluir papéis de empresas na carteira, esses veículos não investem integralmente em bolsa.

“Ele é muito bom para estratégia de câmbio, juros e investimento no exterior. Não para ações. Multimercado vai ter todas essas estratégias. Pode ter retorno maior que a Selic (taxa básica de juros), mas pode render menos que a bolsa. São fundos para quem quer tentar superar a Selic, mas não a bolsa”, afirma.

Para os fundos de ações, o horizonte de investimento é de no mínimo 3 anos. Ele é indicado para perfis de investidores que topam correr mais risco em troca da chance de ganho alto.

“Se você faz investimento no fundo de ações, você pode sair com menos dinheiro do que entrou. Você tem um risco no momento em que precisar resgatar. Se existe a possibilidade de precisar resgatar emergencialmente, o ideal é que você faça uma aplicação mais conservadora”, explica Teixeira, da FGV.

Os fundos cambiais podem atuar como balanceador de uma carteira. Eles costumam ser usados para amortecer a carteira de quem tem dinheiro em ações, por exemplo, e quer mitigar possíveis prejuízos em um cenário de queda no preço dos papéis e de aumento da taxa de câmbio. Isso porque, em muitas das vezes em que a bolsa sobe, o dólar cai e vice-versa.

“Para quem vai viajar, não é opção guardar dinheiro em fundo cambial, até porque vai pagar imposto sobre ele. Combina mais numa estratégia para compensar e amortizar (flutuações em outros investimentos)”, afirma Faria Júnior.

Fundo imobiliário é para quem quer investir no mercado de imóveis, para ganhar com aluguéis e/ou alta de preços. Ele gera rendimento mensal quase sempre isento de imposto de renda, se seguir algumas regrinhas. Esse dinheiro extra vem do aluguel ou venda de casas ou salas administradas pelo fundo. É um jeito de investir em imóveis sem arcar com o ônus e a dificuldade de revenda de uma construção ou até vacância.

“É bastante interessante. Tem cota até abaixo de R$ 100. Pode começar a comprar imóveis. Cai muito bem para diversificar investimentos. Na média, encaixa-se para qualquer investidor”, diz o planejador financeiro.

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