Na abertura no mercado desta quarta-feira, 29, os papéis da maioria das varejistas do Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, começaram o pregão em queda, mas rapidamente reagiram e grande parte passou a operar no campo positivo. O movimento oscilou em função da repercussão do "acordão" entre governo e Congresso ontem para taxação em 20% das compras internacionais até US$ 50.
O efeito positivo da nova cobrança no setor, no entanto, foi ofuscado pela divulgação de dados do mercado de trabalho no Brasil, que elevaram as taxas de juros no mercado futuro.
As ações da Lojas Renner (LREN3) encerraram o pregão com alta de 1,2%, negociadas a R$ 13,36. O papel da C&A (CEAB3) saltou 5,25%, a R$ 9,82, e o do Grupo Casas Bahia (BHIA3) valorizou 2,16%,a R$ 7,11. O papel da Lojas Marisa (AMAR3) teve ganho de 3,41%, a R$ 1,82.
O papel do Magazine Luiza (MGLU3) caiu 1,7%, a R$ 12,08 e o Grupo Guararapes(GUAR3), dono da Riachuelo, cedeu 2,46%, a R$ 7,54.
As varejistas de públicos classes A e B também operavam em terreno negativo. Por não serem concorrentes diretas, essas empresas sofreram menos com a concorrência das plataformas chinesas. O papel da Arezzo fechou em queda de 1,6%, a R$ 50,18, e do Grupo Soma recuou 2,15%, a R$ 5,93.
As administradoras de shopping centers se destacaram no grupo das ações em campo positivo, mas perderam fôlego ao longo do pregão. Após subir mais de 1%, o papel da Iguatemi fechou em alta de 0,9%, cotado a R$ 20,48, e o da Allos ganhou 0,47%, a R$ 21,17.
O governo federal fechou um acordo com todos os partidos para taxar em 20% de imposto de importação as remessas internacionais de até US$ 50, que hoje são isentas. A medida tende a ser positiva para as varejistas brasileiras, que há muito vinham sofrendo com a concorrência de estrangeiras, como Shein, Shopee, Amazon e AliExpress. A questão é que o setor pressionava por uma alíquota de 25% sobre as compras internacionais. Assim, o dia começou com a queda desses papéis.
Mas pouco pode ser melhor que nada.
Esse sentimento pode estar guiando as negociações de hoje. A pauta da taxação das compras internacionais de valores baixos, que já foi adiada duas vezes no Congresso, corria o risco de cair num limbo.
Petistas se preocupavam com a impopularidade da medida e como ela afetaria a imagem de Lula. Corriam rumores de que, sob pressão do governo e de deputados, a isenção do imposto para compras até US$ 50 seria estendida. Por outro lado, o setor pressionava há tempos pela "isonomia" de mercado, partindo do princípio de que a concorrência, com rivais isentos de tributação, estava desequilibrada.
A resolução de ontem, portanto, parece um "meio termo" para a disputa que vinha sendo travada há alguns anos.
Essas ações de varejistas vinham em queda nos últimos anos, como resultado da política de aperto monetário, que eleva os juros, aumenta o endividamento das empresas e desencoraja o consumo. Embora o aumento de juros tenha o objetivo principal de combater a inflação, efeitos negativos na economia são esperados e as empresas mais sensíveis às taxas se tornam vítimas desse cenário.
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![Como as ações das varejistas estão reagindo à nova taxação? — Foto: Paul Hanaoka/Unsplash](https://cdn.statically.io/img/s2-valor-investe.glbimg.com/rodHDL3WdlHUFnHrVP5hNu5qqSk=/0x0:5472x3648/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2019/e/G/6sHqb1QPaZAoxHgimnTw/paul-hanaoka-280209-unsplash.jpg)