Após fala de Lula, Vale (VALE3) diz que busca reparação 'justa e integral' por rompimento de barragem

Companhia divulgou nota ao mercado após críticas do presidente da República sobre a empresa estar 'enrolando' para pagar indenizações pelos danos do vazamento de barragens

Por Fabio Murakawa e Cibelle Bouças, Valor — Brasília e Belo Horizonte


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A Vale divulgou uma nota para rebater as críticas feitas a ela nesta sexta (28) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em duas ocasiões. A empresa disse que segue engajada para estabelecer um acordo que garanta reparação “justa e integral” pelos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco.

"A Vale, como uma das acionistas da Samarco, segue engajada no processo de mediação conduzido pelo Tribunal Regional Federal da 6a Região (TRF6) e busca, junto às autoridades envolvidas, estabelecer um acordo que garanta a reparação justa e integral, tendo como prioridades o meio ambiente e as pessoas atingidas, representadas nas negociações por diversas instituições de Justiça como as defensorias e os ministérios públicos. A Vale reafirma seu compromisso com as ações de reparação e compensação relacionadas ao rompimento da barragem de Fundão, da Samarco", disse em nota.

Mais cedo, o presidente Lula fez críticas à empresa em relação ao pagamento de indenizações pelo vazamento de barragens no Estado. Segundo ele, a empresa "está enrolando" o povo de Mariana e o povo de Brumadinho.

"A Vale, vamos ser francos, está enrolando o povo de Mariana e o povo de Brumadinho. Criou uma empresa para fazer o quê? Essa empresa já construiu as casas? Já pagou a indenização?", afirmou.

Depois, em evento em Belo Horizonte, disse que quer voltar ao Estado para ver “o estrago que a Vale fez na cidade de Brumadinho, em Mariana, o estrago que fez no rio, se vai recuperar". "A Vale está muito quietinha, e ela sabe que tem que pagar."

Lula disse ter sido informado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de que o acordo com a Vale "está 90% resolvido".

"Vai me apresentar semana que vem ou na outra pra gente bate o martelo e fechar esse acordo", afirmou.

A barragem de Mariana rompeu em novembro de 2015, causando o pior desastre ambiental da história mineira. O empreendimento pertencia à Samarco, uma joint venture da Vale com a BHP.

Três anos depois, em janeiro de 2019, outra barragem se rompeu, a de Brumadinho, da Vale, matando centenas de pessoas e causando um grande dano ambiental.

Este conteúdo foi publicado pelo Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.

Brumadinho, Minas Gerais — Foto: Divulgação/Bombeiros MG
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