Blog do Nelson Niero

Por Nelson Niero

Jornalista e Editor de S.A. no Valor Econômico

São Paulo


Preço de combustível, de novo. Dilmo, de novo. Caminhoneiros no comando, de novo. O Brasil é cansativo. Leis da economia não se aplicam ou são contestadas, então para que tanto alvoroço? Os investidores já deveriam ter aprendido isso.

Eles sabem que única solução permanente para aquela foi carinhosamente apelidada de Petrossauro pelo avó do presidente do Banco Central é a extinção enquanto ser estatal, um processo também conhecido como privatização.

Eles sabem também que não há chance disso acontecer, porque, afinal, o petróleo é nosso, e somos muito apegados a esse líquido viscoso e démodé que está em vias de ser cancelado pelos descarbonizadores da humanidade. Elon Musk vai encher o mundo de carros elétricos e os poços do pré-sal serão lacrados por ambientalistas e climatistas de todas as vertentes. Aí já será tarde. Bye, bye, Petrobras.

Nesses momentos de dificuldades, em que bate aquele déjà vu e uma mastodôntica irritação com esse vinil riscado, buscamos refúgio no lirismo de um Tom Jobim. “O Brasil não é pra amadores mesmo. Tem uma petroleira que fica em situação difícil quando o petróleo sobe”, tuitou o gestor Marcos Mollica, do Opportunity. Sabemos disso, não é mesmo? Essa bossa não é nova. A política de preços só não faz muito barulho quando o preço do petróleo está em queda.

Ainda assim, há quem se escandalize. Na verdade, sejamos justos com o mercado, não há como escapar da ainda gigantesca Petrobras, que pesa sobre o Ibovespa e é presença obrigatória nas carteiras dos gestores. O que resta é tuitar sua raiva no desolado Fintwit. “Por que no te callas, Jair?”, pergunta, retoricamente, Ricardo Schweitzer, sócio-fundador da casa de análises Nord. Talvez ele tenha motivos para não se calar, como uma ameaça de paralisação de caminhoneiros no meio de uma pandemia, com consequências incalculáveis. Mas a indagação é digna de ser registrada.

“Acho que fica fácil entender por que investir em estatal é mais para torcedor do que para investidor”, comenta Fernando Luiz, sócio da Trópico Investimentos. “Uma canetada e fim. Populismo de direita ou de esquerda é igual. Só muda a posição da cadeira.” Do populismo da esquerda temos resultados concretos: dezenas de bilhões de prejuízos. O que mostra que a única vantagem (para quem?) da estatal é que ela não quebra, por que nós pagamos a fatura.

Do populismo de direita tivemos por enquanto algumas ameaças. No entanto, seria um descaso com nossos bolsos, para dizer o mínimo, não aprender com a preciosa lição que nos deixou Dilma Rousseff, Guido Mantega e outros mestres. Não sabemos exatamente quantos são os caminhoneiros vociferando no WhatsApp, mas sabemos que são 200 milhões de brasileiros pagadores da conta de estatais mal geridas e/ou ingeridas.

Pelo menos, esse povo sofredor nunca perde o humor, da Faria Lima a Sertânia, no interior de Pernambuco, de onde o presidente falava na sexta-feira (19) sobre mudanças que estavam por vir (e foram confirmadas já com o pregão fechado).

“O Bolsonaro só pode estar vendido em Petro, não é possível”, diz o perfil Agricultor Financeiro, lembrando que tem vencimento de opções na segunda-feira. E a lição que esse matuto faria limer certamente aprendeu foi nunca mais vender opções antes da live do presidente.

(Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor)

 — Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
— Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
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