Um Só Planeta

Por Redação Galileu

Uma equipe internacional de pesquisadores obteve resultados preocupantes ao estudar a cratera Vredefort, na África do Sul, considerada a mais antiga cratera preservada do planeta.

Essas estruturas fornecem informações críticas sobre a a Terra primitiva e a composição dos corpos celestes do Sistema Solar. Contudo, de acordo com o estudo publicado no periódico Journal of Geophysical Research Planets nesta terça-feira (1º), as antigas crateras terrestres estão ameaçadas.

Com cerca de 300 quilômetros de diâmetro, Vredefort foi formada há cerca de 2 bilhões de anos, quando um objeto de cerca de 20 quilômetros de diâmetro se chocou contra nosso planeta. Os pesquisadores modelaram o evento de impacto e quais seriam seus efeitos na física de rochas e minerais e compararam com o que viram em suas amostras.

As crateras de impacto e suas estruturas mais amplas podem ser visíveis em um mapa geológico, como um alvo.  — Foto: Huber et al. (2023), JGR Planetas
As crateras de impacto e suas estruturas mais amplas podem ser visíveis em um mapa geológico, como um alvo. — Foto: Huber et al. (2023), JGR Planetas

A cratera surgiu quando o impacto atingiu com muita força o local, fazendo com que a crosta e o manto subissem ao redor. Mais longe do centro, cumes de rocha se projetavam, minerais se transformavam e rochas derretiam.

Ao longo de 2 bilhões de anos, a erosão chegou a cerca de 10 quilômetros abaixo da superfície. Os resultados vieram a partir das análises de propriedades físicas, como diferenças de densidade, porosidade e mineralogia entre rochas impactadas e não impactadas.

Como é feita uma “mega-cratera”. A assinatura geofísica na elevação central é tudo o que resta após 10 quilômetros de erosão, Huber et al. encontrar. — Foto:  Bevan M. French/David A. Kring/LPI/UA, fornecido pela USRA .
Como é feita uma “mega-cratera”. A assinatura geofísica na elevação central é tudo o que resta após 10 quilômetros de erosão, Huber et al. encontrar. — Foto: Bevan M. French/David A. Kring/LPI/UA, fornecido pela USRA .

Atualmente, a cratera aparenta ser um semicírculo de colinas baixas a sudoeste de Joanesburgo. O alvo, causado pela elevação do manto, aparece nos mapas de gravidade, mas além do centro, faltam evidências geofísicas do impacto.

“É quase um acaso que as antigas estruturas que temos sejam preservadas”, explica o autor Matthew S. Huber, em nota. “Há muitas perguntas que poderíamos responder se tivéssemos aquelas crateras mais antigas. Mas essa é a história normal em geologia. Temos que fazer uma história com o que está disponível.”

Fim das crateras?

Os resultados não são muito encorajadores para o futuro. Isso porque enquanto alguns resquícios de derretimento de impacto e minerais permaneceram, as rochas nas cristas externas da estrutura de Vredefort eram essencialmente indistinguíveis das rochas não impactadas.

Essa dificuldade de distinguir as rochas resultou em uma demora para entender os dados. “Dez quilômetros de erosão e todas as evidências geofísicas do impacto simplesmente desaparecem, mesmo com as maiores crateras”, diz Huber.

Para o pesquisados, as chances de encontrar outras estruturas de impacto de mais de 2 bilhões de anos são baixas. “Para ter uma cratera de impacto arqueana preservada até hoje, ela teria que ter experimentado condições realmente incomuns de preservação”, afirma o pesquisador, da Universidade do Cabo Ocidental, na África do Sul. “Mas a Terra está cheia de condições incomuns. Talvez haja algo inesperado em algum lugar, então continuamos procurando.”

Um Só Planeta — Foto: Um Só Planeta
Um Só Planeta — Foto: Um Só Planeta
Mais recente Próxima Colapso de corrente do Atlântico pode ocorrer em breve, alerta estudo
Mais de Galileu

Cientistas observaram região acima da Grande Mancha Vermelha com o telescópio James Webb, revelando arcos escuros e pontos brilhantes na atmosfera superior do planeta

Formas estranhas e brilhantes na atmosfera de Júpiter surpreendem astrônomos

Yoshiharu Watanabe faz polinização cruzada de trevos da espécie "Trifolium repens L." em seu jardim na cidade japonesa de Nasushiobara

Japonês cultiva trevo recorde de 63 folhas e entra para o Guinness

Especialista detalha quais são as desvantagens do IMC e apresenta estudo que defende o BRI como sendo mais eficaz na avaliação de saúde

Devemos abandonar o IMC e adotar o Índice de Redondeza Corporal (BRI)?

Consumidores de cigarro eletrônico apresentam índices de nicotina no organismo equivalentes a fumar 20 cigarros convencionais por dia, alertam cardiologistas

Como o cigarro (inclusive o eletrônico) reduz a expectativa de vida

Artefatos representam as agulhas de pedra mais antigas que se tem registro até hoje. Seu uso para confecção de roupas e tendas para abrigo, no entanto, é contestado

Agulhas de pedra mais antigas da história vêm do Tibete e têm 9 mil anos

Cofundador da Endiatx engoliu durante palestra da TED um aparelho controlado por um controle de PlayStation 5 que exibiu imagens em tempo real de seu esôfago e estômago; assista

Homem ingere robô "engolível" e transmite interior de seu corpo para público

Pesquisadores coletaram amostras do campo hidrotérmico em profundidades de mais de 3 mil metros na Dorsal de Knipovich, na costa do arquipélago de Svalbard

Com mais de 300ºC, campo de fontes hidrotermais é achado no Mar da Noruega

Além de poder acompanhar a trajetória das aves em tempo real, o estudo também identificou as variáveis oceanográficas que podem influenciar na conservação dessas espécies

6 mil km: projeto acompanha migração de pinguim "Messi" da Patagônia até o Brasil

Estudo é passo inicial para que enzimas produzidas pelo Trichoderma harzianum sejam usadas para degradar biofilmes orais

Substância secretada por fungos tem potencial para combater causa da cárie dental

Lista traz seleção de seis modelos do clássico brinquedo, em diferentes tipos de formatos, cores e preços; valores partem de R$ 29, mas podem chegar a R$ 182

Ioiô: 5 modelos profissionais para resgatar a brincadeira retrô