Um Só Planeta

Por Redação Galileu

À medida que as evidências sobre a gravidade climática vêm se espalhando, informações sobre os efeitos do aquecimento global tornam-se motivo de preocupação. O medo do futuro do planeta, conhecido como ansiedade climática ou ecoansiedade, representa um fardo psicológico significativo

Enquanto os impactos dos eventos climáticos extremos na saúde física são amplamente estudados, os efeitos indiretos dessa condição, muitas vezes, são pouco avaliados quando o assunto é a saúde mental.

O primeiro estudo detalhado sobre ansiedade climática sugere que, embora as taxas sejam atualmente baixas, o temor das pessoas sobre o futuro do planeta pode ser um importante motivador quando se trata de adaptar estilos de vida com altas emissões de carbono para nos tornarmos mais ambientalmente amigáveis.

O estudo, liderado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Bath, no Reino Unido, foi publicado no Journal of Environmental Psychology, em outubro de 2022. A análise também coincide com um novo documento informativo do Centro de Mudanças Climáticas e Transformações Sociais focado nas preferências dos britânicos por estilos de vida com baixo teor de carbono.

Impactos significativos

Para entender melhor as questões que levam o público a ter essa ansiedade climática, a pesquisa avaliou a opinião de 1.338 adultos nos anos de 2020 e 2022. Os resultados mostraram que, apesar de grande parte se mostrar preocupada com a situação, 4,6% do público relatou sentir ansiedade climática em 2022, apenas 0,6% a mais do que em 2020.

“Embora haja altos níveis de preocupação com as mudanças climáticas, há baixos níveis de ansiedade climática. A ansiedade climática foi maior entre os grupos etários mais jovens, aqueles com maior preocupação com o clima e maior ansiedade generalizada”, relatam os pesquisadores no estudo.

A pesquisa também constatou que a ansiedade climática não tem apenas lados negativos, ela pode ser uma força motivadora para tomar medidas e reduzir as emissões. A partir dessa preocupação, muitos aplicam mudanças que incluem economizar energia, comprar itens de segunda mão e até mesmo diminuir o consumo de carne vermelha.

Além disso, a ansiedade não afeta somente pessoas que vivenciaram uma experiência direta de eventos climáticos extremos. O simples fato de ser exposto a informações que mostram as consequências do aquecimento global pode despertar a ansiedade.

“Com o aumento da cobertura da mídia sobre os impactos climáticos, como secas e incêndios no Reino Unido e inundações devastadoras no Paquistão, a ansiedade climática pode aumentar”, explica Lorraine Whitmarsh, psicóloga ambiental da Universidade de Bath, em comunicado.

A pesquisadora destaca que isso também pode estimular algumas pessoas a tomar medidas para ajudar a resolver o problema. “Mas também sabemos que existem barreiras à mudança de comportamento que precisam ser abordadas por meio de mais ações do governo”, completa.

Lois Player, também do departamento de psicologia de Bath, acrescenta que a imprensa pode desempenhar um papel importante na criação de uma mudança positiva de comportamento pró-ambiental, mas é preciso ter cuidado para não induzir uma sensação de desesperança.

Um Só Planeta — Foto: Um Só Planeta
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