Um Só Planeta

Por Redação Galileu

Você já parou para pensar qual é o papel dos elefantes no enfrentamento ao aquecimento global? Segundo uma pesquisa publicada no periódico PNAS na última segunda-feira (23), esses grandes mamíferos exercem a função de "jardineiros", controlando as espécies de árvores que consomem mais ou menos carbono.

Isso porque, nos habitats desses animais, existem árvores de madeira leve, conhecidas por consumirem baixa densidade de carbono, e outras de madeira pesada, que consomem mais do poluente, retirando-o da atmosfera. Enquanto as árvores que consomem uma baixa densidade de carbono crescem rapidamente, as de alta densidade levam mais tempo, demandando menos luz solar.

O papel dos elefantes está ligado ao fato de que eles se alimentam com mais frequência de árvores de baixa intensidade, por serem mais saborosas e nutritivas. A floresta, então, “afina", reduzindo a competição entre as árvores por luz, espaço e nutrientes. Como resultado, as árvores que consomem mais carbono crescem melhor.

Um outro motivo para eles serem conhecidos como “jardineiros” é a dispersão de sementes. “Eles plantam a floresta com árvores de alta densidade de carbono e tiram as 'ervas daninhas', que são as árvores de baixa densidade de carbono. Eles trabalham muito para manter a diversidade da floresta”, comenta Stephen Blake, autor sênior da pesquisa e professor-assistente de biologia na Universidade de Saint Louis, nos Estados Unidos.

A plantação ocorre quando, ao consumirem frutos de árvores de alta densidade de carbono, as sementes desses frutos passam intactas pelo intestino dos elefantes. Ao serem liberadas no esterco, estão prontas para germinar e se transformar em algumas das maiores árvores da floresta.

O estudo acende um alerta para a preservação desses animais, uma vez que eles estão em extinção e sendo caçados em muitas áreas das florestas da Bacia do Congo e da África Ocidental. Atualmente, a população de elefantes é tão baixa que não tem impacto significativo na ecologia das florestas, segundo os autores.

“Dez milhões de elefantes já percorreram a África e agora existem menos de 500 mil, com a maioria das populações vivendo em bolsões isolados. Esses elefantes variam de ameaçados a criticamente ameaçados, com seus números caindo mais de 80% nos últimos 30 anos ou mais”, alerta Blake. “ Como uma sociedade global, podemos continuar a caçar esses animais altamente sociais e inteligentes e vê-los se extinguir, ou podemos encontrar maneiras de impedir essa atividade ilegal. Salve os elefantes e ajude a salvar o planeta, é realmente simples assim.”

Um Só Planeta — Foto: Um Só Planeta
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