O xilitol é comumente usado como substituto da sacarose, o açúcar tradicional. Com menos calorias e com menor impacto na glicemia, esse produto acaba fazendo parte de dietas de diabéticos ou daqueles que buscam emagrecer.
Embora possa parecer um aliado, uma nova pesquisa do centro de pesquisa norte-americano Cleveland Clinic mostrou que o xilitol pode aumentar do risco de eventos cardiovasculares, como ataque cardíaco e derrame.
Os resultados publicados nesta quinta-feira (06) no periódico European Heart Journal se baseiam na análise de mais de 3 mil pacientes estadunidenses e de algumas partes da Europa, que foram submetidos a exames.
Um terço dos pacientes com a maior quantidade de xilitol no plasma sanguíneo tinham maior probabilidade de sofrer um evento cardiovascular. Testes pré-clínicos mostraram que o consumo do adoçante resultava na coagulação das plaquetas, favorecendo a ocorrência de trombose.
“Este estudo mostra mais uma vez a necessidade imediata de investigar álcoois de açúcar e adoçantes artificiais especialmente porque continuam a ser recomendados no combate a condições como obesidade ou diabetes”, avalia Stanley Hazen, presidente da área de Ciências Cardiovasculares e Metabólicas da Cleveland Clinic e líder do estudo, em comunicado.
O xilitol pode ser encontrado na forma natural em algumas frutas e vegetais, como o morango e a abóbora. Já a forma comercializada, que é um pó branco cristalino, é produzida a partir do processo de hidrogenação da madeira de bétula (Betula), milho ou bagaço de cana-de-açúcar. Esse produto também é conhecido por ser benéfico para a saúde bucal e agir contra as cáries dentárias, estando presente em algumas pastas de dente.
“Isso não significa jogar fora a pasta de dente se ela contiver xilitol, mas devemos estar cientes de que o consumo de um produto contendo níveis elevados pode aumentar o risco de eventos relacionados a coágulos sanguíneos”, complementa Hazen. Ele reforça que estudos adicionais são necessários para avaliar a segurança cardiovascular do adoçante em um período prolongado, já que o intervalo analisado foi de apenas 3 anos.
A pesquisa apresentou algumas limitações por ser de caráter observacional – ou seja, indica determinadas associações, mas não estabelece suas causas. A equipe alerta que cada pessoa consulte seu médico ou nutricionista para obter mais informações sobre escolhas alimentares saudáveis e receber recomendações personalizadas.