Saúde

Por Redação Galileu

Pesquisadores identificaram um novo tipo de “cicatriz” que revela uma deficiência em um sistema de reparo do DNA. A descoberta relatada nesta quarta-feira (16) na revista Nature pode ajudar a criar novos métodos para tratar o câncer.

Os tumores cancerígenos podem surgir quando células não conseguem reparar o DNA de forma eficaz. O material genético pode ser danificado por toxinas, radiação ou até mesmo pela divisão celular comum.

A maioria das células depende de um mecanismo para reparar um DNA danificado: a recombinação homóloga (RH), um sistema biológico que se apoia nas proteínas BRCA1 e BRCA2. Pessoas nascidas com um gene BRCA defeituoso, no entanto, muitas vezes desenvolvem câncer de mama e ovário. Além disso, estudos recentes demonstraram que mutações nas proteínas BRCA e problemas de RH estão ligadas ao câncer de pâncreas e próstata.

Pensando nisso, o ramo da medicina tem tentado identificar pacientes cujos cânceres estejam ligados à deficiência da RH. Uma forma de verificar esse problema é usando testes de laboratório que mostrem "cicatrizes" no DNA – isso porque essas marcas surgem justamente quando processos biológicos menos eficazes que a RH são usados para reparar o material genético.

A questão é que as “cicatrizes” encontradas em cânceres associados à deficiência de RH são muito sutis; os erros no código de DNA desses casos são invisíveis no microscópio. Porém, especialistas agora sabem que é possível flagrar as células com essa deficiência de reparo por meio de cromossomos, estruturas de material genético muito maiores e, portanto, são visíveis na microscopia.

Para estudarem os cromossomos, os cientistas do novo estudo aplicaram técnicas de "gráfico do genoma" desenvolvidas no laboratório do pesquisador Marcin Imieliński, do centro médico NYU Langone Health, em Nova York. Esses métodos permitiram detectar grandes mudanças estruturais no DNA que reorganizam, copiam e excluem grandes seções dessas estruturas.

Assim, a pesquisa pôde analisar moléculas de DNA cem vezes mais longas do que aquelas normalmente medidas em análises de câncer. E esse novo método, por sua vez, possibilitou a identificação de um novo tipo de “cicatriz” associada à deficiência de RH: os chamados "pares recíprocos".

Os cientistas descobriram que, quando o RH falha, esses "pares recíprocos" criam alterações cromossômicas visíveis ao microscópio.

Como explica Imieliński em comunicado, as moléculas longas indicam que as “cicatrizes” vêm de dois mecanismos de reparo diferentes, os quais podem manter vivas as células cancerígenas com deficiência de RH. "Bloquear os mecanismos pode representar novas formas de tratar esses cânceres”, ele conclui.

Os pesquisadores dizem que usar essa abordagem do estudo poderá ajudar a encontrar mais pacientes com deficiência de RH. Assim, é possível atendê-los com terapias mais específicas – e, provavelmente, mais eficazes.

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