Saúde

Por Redação Galileu

A eficácia da cirurgia bariátrica envolvendo bypass gástrico foi analisada por pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia. O método, que também é conhecido como Derivação Gástrica em Y de Roux (RYGB), consiste na redução de uma porção do estômago, deixando uma pequena bolsa na parte superior que restringe a quantidade de alimentos que a pessoa consegue ingerir.

O foco da pesquisa era entender quando e em que medida ocorre a remissão metabólica, uma vez que alguns pacientes recuperam o peso de forma variável a partir de um ano após a cirurgia. Publicado no periódico Obesity na última quarta-feira (16), o estudo analisou o metabolismo de indivíduos com sobrepeso antes e depois de uma cirurgia bariátrica. No total, foram avaliados dados de 148 pessoas com e sem diabetes tipo 2 submetidas a uma operação com bypass gástrico na Suécia.

As informações foram obtidas a partir de amostras de sangue, coletadas pouco antes do procedimento e depois da operação. Outros dados analisados foram o índice de massa corporal (IMC), medido antes da operação e em três ocasiões depois, e análises detalhadas de gorduras e metabólitos no sangue.

“Apenas acompanhar o peso das pessoas pode ser um instrumento contundente para estudar os efeitos do procedimento. Nosso estudo fornece uma maior compreensão do que acontece com o metabolismo em conexão com uma operação de bypass gástrico”, comenta, em nota, Peter Spégel, professor associado de Metabolismo Molecular da Universidade de Lund, que liderou o estudo.

Apenas um ano após a operação, alguns dos participantes voltaram exatamente aos mesmos níveis de antes da cirurgia, enquanto a reversão não foi tão marcante para outros. Outra questão analisada foram os níveis de gorduras poli-insaturadas e tipos de aminoácidos que contribuem para o desenvolvimento de diabetes tipo 2.

De acordo com a análise, os níveis de certas gorduras poli-insaturadas, essenciais para regular a saúde cardiovascular, aumentaram logo após a operação para então cair e se aproximar dos mesmos níveis anteriores. No caso dos aminoácidos, houve uma redução da concentração sanguínea após a operação e, depois, um aumento.

“Uma conclusão que tiramos é que o risco de desenvolver diabetes tipo 2 é consideravelmente reduzido após a operação entre os indivíduos que não têm a doença, mas um ano depois vemos um risco aumentado novamente. Entre os indivíduos que já apresentavam diabetes tipo 2 no momento da cirurgia, observamos uma remissão da doença, mas o risco de recidiva aumenta com o tempo”, comenta Spégel.

A estrutura lipídica dos voluntários também foi analisada. Os lipídios com cadeias mais longas e um maior grau de insaturação foram alterados de forma mais dramática em comparação com os lipídios mais curtos e saturados. O que, para os pesquisadores, sugere uma remodelação lipídica sistemática e reversível.

No artigo, os pesquisadores realçam que a perda de peso necessária antes da operação, por meio de dieta de baixa caloria, ocasionou mais mudanças no metabolismo do que a cirurgia com o método bypass. Os achados revelam que, para muitas pessoas, os efeitos positivos sobre o metabolismo diminuem um ano depois.

“Precisamos de mais e maiores estudos para tirar conclusões confiáveis. Uma vantagem das operações bariátricas é que a maioria das pessoas com diabetes tipo 2 vê uma remissão de sua doença depois” comenta Nils Wierup, professor de Biologia Celular Neuroendócrina na Universidade de Lund e um dos principais autores do artigo.

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