O câncer de mama representa um a cada oito diagnósticos de câncer no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Hoje, graças aos avanços na medicina, a investigação precoce faz com que pessoas diagnosticas em estágio inicial da doença tenham risco 66% menor de morrer pela enfermidade. É o que aponta um artigo publicado no periódico The BMJ , no último dia 13 de junho.
Conduzido por pesquisadores do departamento de saúde da Universidade de Oxford, no Reino Unido, o estudo comparou dados atuais com os de 20 anos atrás e avaliou o risco de morte dentro de cinco anos após o diagnóstico. Hoje, na maioria dos casos, a descoberta ocorre quando a doença está em estágio inicial e é possível realizar uma cirurgia como primeiro tratamento.
Essa é a primeira análise a acompanhar pacientes com câncer de mama por um período prolongado e a mapear como características específicas de pacientes interferem no prognóstico. “A maioria dos estudos populacionais em mulheres com câncer de mama precoce considera apenas alguns determinantes específicos da mortalidade pela doença ou grupos selecionados com características específicas”, explicam os pesquisadores no estudo.
Prognóstico eficiente
A pesquisa observacional contou com dados de 512.447 mil mulheres, que foram diagnosticadas com esse tipo de câncer na Inglaterra entre janeiro de 1993 e dezembro de 2015. Elas foram acompanhadas até dezembro de 2020 e a informações foram obtidas do Serviço Nacional de Registro e Análise de Câncer (NCRAS, sigla em inglês).
Segundo o comunicado da universidade, a pesquisa focou em mulheres que foram inicialmente tratadas com cirurgia, não incluindo pacientes que receberam tratamento para reduzir o tamanho do câncer antes do procedimento, indivíduos cuja doença já havia se espalhado e mulheres diagnosticadas com mais de um tipo de câncer.
Partindo desse acompanhamento, a equipe descobriu que o risco de morte por câncer de mama para todas as mulheres incluídas no estudo foi maior durante os cinco anos após o diagnóstico e depois diminuiu. Para aquelas diagnosticadas entre 1993 e 1999 a probabilidade foi de 14,4%; já para quem descobriu a doença entre 2010 e 2015, o índice caiu para 4,9%. Em outros casos, o risco foi inferior a 3%.
“Nosso estudo é uma boa notícia para a esmagadora maioria das mulheres afetadas precocemente, porque seu prognóstico melhorou muito. O risco de morte pela doença nos primeiros cinco anos após o diagnóstico é agora de 5%, em média”, afirma Carolyn Taylor, professora de oncologia em Oxford. "Nosso estudo também pode ser usado para estimar o risco de forma individual para cada mulher. No futuro, mais pesquisas podem reduzir ainda mais o risco de morrer de câncer de mama", finaliza Taylor.