Variação da temperatura do Oceano Índico pode gerar novos surtos de dengue

Nova pesquisa aponta que esse pode ser um indicador confiável para prever novas ondas da doença no mundo, especialmente na Ásia e na América do Sul

Por Redação Galileu


Imagem mostra o mosquito 'Aedes aegypti' Ravi Kant/Pexels

A gravidade da dengue na Ásia e na América do Sul pode ser prevista pelas temperaturas da superfície do mar no Oceano Índico nos meses que antecedem a estação da dengue. Isso é o que sugere um estudo publicado na revista Science no dia 9 de maio.

Os surtos de dengue costumam ocorrer em épocas chuvosas, quando a população do mosquito Aedes aegypti cresce. Sabe-se que o fenômeno El Niño tem influência na dinâmica de transmissão global da dengue devido ao seu impacto na reprodução do inseto.

No entanto, os autores do novo estudo buscaram entender como eventos climáticos distantes poderiam ter efeito sobre os surtos da doença. Os pesquisadores consultaram dados do clima de 46 países no sudeste asiático e no continente americano de 1990 a 2019.

Além disso, eles estudaram outro banco de dados com informações de 24 países, incluindo o Brasil, acerca do número mensal de casos de dengue entre 2014 a 2019. Em seguida, a equipe comparou todas as informações com índices que compilam as temperaturas nos mares.

O índice de toda a bacia do Oceano Índico (IOBW), que mede as temperaturas médias da superfície do mar no Oceano Índico Tropical, foi apontado como um indicador confiável do momento e da magnitude de surtos nos hemisférios norte e sul do planeta.

Os pesquisadores acreditam que estudos futuros podem explicar melhor a relação entre o índice e a ocorrência de dengue em determinadas áreas. "Essas descobertas indicam que o índice IOBW pode potencialmente aumentar o tempo de espera para as previsões de dengue, levando a respostas mais bem planejadas e mais impactantes ao surto", escreveram os autores no artigo.

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