Espaço

Por Redação Galileu

Na última quinta-feira (23), Telescópio Espacial Euclid da Agência Espacial Europeia (ESA) revelou suas primeiras cinco imagens científicas do cosmos, registradas em apenas 24 horas de observação. Essas fotografias mostram, em detalhes, aglomerados de galáxias cintilantes, nuvens coloridas de gás e uma das maiores galáxias espirais conhecidas.

As imagens mostram o aglomerado de galáxias Abell 2390, a maternidade estelar Messier 78, a galáxia espiral NGC 6744 e o grupo de galáxias Dorado, revelando novos objetos e detalhes para a cosmologia. Essas observações iniciais destacam o potencial do Euclid para avançar nosso entendimento do universo.

Localização no céu dos 10 primeiros alvos de Euclides — Foto: ESA
Localização no céu dos 10 primeiros alvos de Euclides — Foto: ESA

Telescópio Euclid

Lançado em julho de 2023, o Telescópio Espacial Euclid tem o objetivo de explorar a matéria e a energia escura, que compõem cerca de 95% do universo, mas não podem ser detectadas diretamente. O telescópio ajudará a criar mapas da distorção gravitacional de galáxias e das oscilações acústicas de bárions para estudar esses componentes misteriosos.

O telescópio irá registrar milhares de imagens semelhantes a essas nos próximos seis anos, catalogando um terço do céu noturno e registrando mais de um bilhão de galáxias com até 10 bilhões de anos.

"Este telescópio espacial pretende abordar as maiores questões em aberto na cosmologia", diz Valéria Pettorino, cientista do projeto, em comunicado. "E essas primeiras observações demonstram claramente que o Euclid está mais do que preparado para a tarefa."

O vídeo abaixo mostra alguns objetos encontrados pelo Euclid durante sua observação de 24 horas.

Abell 2390 e Abell 2764

À esquerda está a galáxia Abell 2764 e à direita a Abell 2390. — Foto: ESA
À esquerda está a galáxia Abell 2764 e à direita a Abell 2390. — Foto: ESA

A primeira imagem do Euclid mostra o aglomerado de galáxias Abell 2390, com 50 mil galáxias a 2,7 bilhões de anos-luz na constelação de Pegasus. Essa fotografia revela a luz intra-aglomerado emitida por estrelas arrancadas de suas galáxias-mãe. A partir da medição da distorção da luz, o telescópio pode ajudar a mapear a matéria escura invisível.

Outra fotografia retrata o aglomerado de galáxias Abell 2764, a 1 bilhão de anos-luz na constelação de Fênix, exibindo centenas de galáxias dentro de um halo de matéria escura, com algumas espiralando ao redor de outras. A imagem tirada pelo telescópio também revela galáxias de fundo, aglomerados mais distantes e galáxias interagindo, emitindo correntes e conchas de estrelas.

A visão ampla do Euclid permitiu aos cientistas determinar o raio do aglomerado e observar as galáxias distantes ao seu redor. Além disso, a observação mostra uma estrela brilhante em primeiro plano (V*BP-Phoenicis/HD 1973), pertencente à nossa galáxia. Essa tecnologia minimiza a dispersão da luz estelar, permitindo registrar imagens de galáxias tênues e distantes sem serem ofuscadas pelo brilho da estrela.

Messier 78

A região de formação estelar Messier 78 — Foto: ESA
A região de formação estelar Messier 78 — Foto: ESA

A maternidade estelar do Messier 78, a 1.300 anos-luz na constelação de Orion, tem uma formação de estrelas entre vibrantes nuvens de gás e poeira. O Euclid usou infravermelho para revelar mais de 300 mil novos objetos, incluindo estrelas bebês e planetas desgarrados.

NGC 6744

A imagem apresenta a enorme galáxia espiral NGC 6744 — Foto: ESA
A imagem apresenta a enorme galáxia espiral NGC 6744 — Foto: ESA

A enorme galáxia espiral NGC 6744 fica a 30 milhões de anos-luz no Grupo Local, um supergrupo de mais de 20 galáxias que inclui a Via Láctea. O Euclid tirou a foto de uma galáxia anã anteriormente não detectada orbitando na espiral. A ideia dos pesquisadores é estudar a região para entender a formação de estrelas dentro das galáxias e o papel das estruturas espirais nesse processo.

Grupo Dorado

A região do grupo de galáxias Dorado — Foto: ESA
A região do grupo de galáxias Dorado — Foto: ESA

O Grupo Dorado é um conjunto de galáxias existente a 62 milhões de anos-luz de distância na constelação de Dorado. Os cientistas também buscam aglomerados distantes individuais de estrelas conhecidos como aglomerados globulares para compreender sua dinâmica e história galáctica.

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