Espaço

Por Redação Galileu

Na década de 1970, o Programa Apollo, da Nasa, instalou dois sismógrafos na Lua: um de longo e outro de curto período. Apenas os dados de um deles foram bem analisados. As informações coletadas pelo outro não haviam sido estudadas com profundidade – até agora.

Cientistas detectaram recentemente com o sismógrafo de curto período mais de 22 mil tremores lunares que estavam “ocultos”. Antes, os pesquisadores tinham conhecimento de somente cerca de 13 mil tremores, graças ao sismógrafo de período longo — e agora o total de eventos sísmicos conhecidos sobe para 35 mil.

A descoberta dos abalos sísmicos inéditos na Lua foi divulgada na Conferência de Ciência Lunar e Planetária, que ocorreu entre 11 e 15 de março nos Estados Unidos, segundo informa a revista Science.

O achado também está publicado na revista ESS Open Archive, em uma versão não revisada por pares. “Parece que há três vezes mais eventos tectônicos do que se considerava antes”, afirma o pesquisador Keisuke Onodera, que conduziu o estudo.

A nova pesquisa recorreu a técnicas para diminuir o “barulho” que havia nos dados do sismógrafo de curto período. Inclusive, esse foi o problema que impediu a análise em anos anteriores: os recursos da década de 1980 não foram capazes de amenizar os demais sons (gerados pela mudança de temperatura e por erros na transmissão de rádio) que atrapalhavam os cientistas.

“Nós pensamos que poderia haver muitos, muitos outros [tremores lunares]. Porém não conseguimos encontrá-los”, comenta o geofísico Yosio Nakamura, que trabalhou no Programa Apollo – mas não esteve envolvido no presente estudo.

Entre os milhares de eventos sísmicos revelados, estão tremores lunares termais, eventos induzidos por impacto e tremores lunares superficiais. Também foi possível identificar que o local de pouso da Apollo 15 parece mais ativo sismicamente do que o da Apollo 14 e o da Apollo 16.

Acredita-se que a maioria dos tremores seja abalos pequenos causados por meteoritos ou pequenos asteroides que atingem a superfície lunar. Ou, eles são possivelmente tremores bem profundos causados regularmente pela força de maré da Terra.

Mas Onodera identificou 46 tremores relativamente superficiais e que ainda são considerados misteriosos. A expectativa é que os resultados do trabalho possam ser confirmados – e, quem sabe, detalhados – por um novo sismógrafo da Nasa que será colocado na Lua em 2025.

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