Espaço

Por Redação Galileu

O primeiro conjunto de dados lançado pelo Telescópio James Webb, da Nasa, revelou o que cientistas acreditam que podem ser seis galáxias tão maduras quanto a Via Láctea. Os objetos são de quando o Universo tinha apenas 3% de sua idade atual, ou de cerca de 500 a 700 milhões de anos após o Big Bang.

Os resultados foram registrados por uma equipe internacional nesta quarta-feira (22) na revista Nature. Os novos objetos estão testando o que os cientistas entendiam anteriormente sobre as origens das galáxias no Universo.

“Esses objetos são muito mais massivos do que se esperava”, disse Joel Leja, professor assistente de astrofísica da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, que modelou as luzes galácticas, em comunicado. "Esperávamos apenas encontrar galáxias pequenas, jovens e bebês neste momento, mas descobrimos galáxias tão maduras quanto a nossa no que antes era entendido como o alvorecer do Universo."

Em 12 de julho, a Nasa divulgou as primeiras imagens coloridas e dados espectroscópicos do James Webb, considerado o maior telescópio infravermelho do espaço. O instrumento permite que os cientistas vejam cerca de 13,5 bilhões de anos, perto do início do Universo como o conhecemos, conforme explicou Leja.

O professor conta que as potenciais galáxias que a equipe descobriu são tão massivas que estão em tensão com 99% dos modelos de cosmologia. A contabilização de uma quantidade tão grande de massa exigiria alterar os modelos anteriores ou revisar a compreensão científica da formação de galáxias no início do Universo.

Acredita-se que as galáxias começaram como pequenas nuvens de estrelas e poeira que gradualmente cresceram ao longo do tempo. A descoberta pode resultar em uma mudança fundamental na compreensão não só deste processo, mas também de como o Universo surgiu como um todo.

“Observamos o Universo primitivo pela primeira vez e não tínhamos ideia do que iríamos encontrar”, disse Leja. "Acontece que encontramos algo tão inesperado que, na verdade, cria problemas para a ciência. Isso põe em questão toda a imagem da formação inicial das galáxias”.

Apesar das fortes evidências das seis possíveis galáxias, por outro lado, o professor levanta a hipótese de que alguns dos objetos observados não sejam de fato galáxias, mas buracos negros supermassivos obscurecidos.

"Independentemente disso, a quantidade de massa que descobrimos significa que a massa conhecida nas estrelas neste período do nosso Universo é até 100 vezes maior do que pensávamos anteriormente”, ele nota. “Mesmo se cortarmos a amostra pela metade, isso ainda é uma mudança surpreendente."

De acordo com o pesquisador, uma maneira de confirmar a descoberta seria obter uma imagem do espectro das galáxias massivas, que forneceria dados sobre as distâncias reais e também sobre os gases e outros elementos que compõem as supostas galáxias.

Os cientistas poderiam usar os dados para modelar uma imagem mais clara de como são os objetos e quão massivos eles realmente são. “Um espectro nos dirá imediatamente se essas coisas são reais ou não”, disse Leja. "Isso nos mostrará o quão grandes eles são, o quão longe eles estão”.

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