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Por Redação Galileu

Recém-descoberto pelo telescópio Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da Nasa, o astro TOI 5205b não deveria existir, com base no que astrônomos conhecem sobre a formação de planetas. Por isso, cientistas o chamaram de planeta “proibido”.

A descoberta improvável foi relatada na última terça-feira (21) no periódico The Astronomical Journal. O grande planeta faz parte de um sistema incomum no qual orbita uma pequena estrela anã vermelha chamada TOI-5205.

“A estrela hospedeira, TOI-5205, tem apenas cerca de quatro vezes o tamanho de Júpiter, mas, de alguma forma, conseguiu formar um planeta do tamanho de Júpiter, o que é bastante surpreendente!”, conta em comunicado o primeiro autor do estudo, Shubham Kanodia especialista em estudar as anãs vermelhas, que compreendem quase três quartos de nossa galáxia, mas não podem ser vistas a olho nu.

Um pequeno número de gigantes gasosos foi descoberto orbitando essas estrelas anãs mais velhas. Mas até agora nenhum desses planetas foi encontrado em um sistema planetário em torno de uma anã vermelha de baixa massa como TOI-5205.

Um planeta semelhante a Júpiter orbitando uma estrela similar ao Sol pode ser comparado a uma ervilha girando em torno de uma toranja; porém, o planeta “proibido” seria mais como uma ervilha rodeando um limão, visto que sua estrela hospedeira é muito menor.

Planeta TOI-5205b pode ser comparado a uma ervilha girando em torno de um limão  — Foto: Katherine Cain/Carnegie Institution for Science
Planeta TOI-5205b pode ser comparado a uma ervilha girando em torno de um limão — Foto: Katherine Cain/Carnegie Institution for Science

A equipe de Kanodia, que incluía Anjali Piette de Carnegie, Alan Boss, Johanna Teske e John Chambers, confirmou a natureza planetária do astro e o caracterizou usando uma variedade de instrumentos e instalações terrestres.

A pesquisa foi conduzida usando o Habitable-zone Planet Finder (HPF), no Texas, Estados Unidos; o espectrógrafo de baixa resolução (LRS2) no Hobby Eberly Telescope, na mesma localidade; a câmera ARCTIC do telescópio Apache Point Observatory (APO), no estado norte-americano do Novo México; o NN-Explore Exoplanet Stellar Speckle Imager (NESSI) no telescópio WIYN no Arizona; o Observatório Red Buttes em Wyoming e o Telescópio Trezentos Milímetros (TMMT), no Chile.

Os cientistas notaram que TOI 5205b, com a massa de Júpiter, realiza um dos maiores trânsitos de exoplanetas conhecidos. Quando ele cruza na frente de seu hospedeiro, ele bloqueia cerca de 7% de sua luz.

A equipe acredita que a grande profundidade de trânsito do planeta, aliás, o torna extremamente propício para futuras observações com o recém-lançado Telescópio James Webb.

De acordo com Kanodia, a existência de TOI-5205b amplia o que sabemos sobre os discos de gás e poeira nos quais os planetas nascem. A teoria mais comumente usada da formação de planetas gasosos requer cerca de 10 massas terrestres desse material rochoso para se acumular e formar um núcleo de rocha maciço.

“No começo, se não houver material rochoso suficiente no disco para formar o núcleo inicial, não se pode formar um planeta gigante gasoso”, explica o especialista. “E, no final, se o disco evaporar antes que o núcleo maciço seja formado, não se pode formar um planeta gigante gasoso. E, no entanto, o TOI-5205b se formou apesar dessas grades de proteção”, conclui.

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