Espaço

Por Redação Galileu

O futuro poderá ter uma nova alternativa energética ao uso de combustíveis fósseis: a Agência Espacial Europeia (ESA) planeja criar uma estação espacial, por meio do programa Solaris, que busca mandar energia solar do ambiente espacial à Terra de modo seguro e sustentável.

A iniciativa foi criada para preparar decisões sobre energia solar baseada no espaço (SBSP, Space-Based Solar Power) no próximo Conselho da ESA a nível ministerial, que deve ocorrer neste mês de novembro.

O objetivo é preparar o terreno para uma possível decisão sobre a viabilidade da instalação da estação espacial em 2025. “Os resultados permitirão que a ESA e seus parceiros tomem uma decisão informada sobre se a SBSP é tecnológica e economicamente viável e se pode dar uma contribuição significativa para as necessidades de energia da Europa e metas Net Zero [compromisso de zerar emissões de gases de efeito estufa no mundo]”, informa a agência espacial em comunicado.

De acordo com a ESA, a SBSP não competiria com as usinas solares terrestres, mas as complementaria. Ao contrário das mesmas, “forneceria energia contínua, estável e de carga básica (não intermitente) para uma rede elétrica semelhante às usinas nucleares, hidrelétricas, a carvão e a gás”.

Por meio da Solaris, haverá locais dedicados a receber a energia por satélites em órbita. Esses podem estar na terra ou no mar e espera-se que sejam utilizáveis ​​em paralelo a outras aplicações, como agricultura, ou combinados com um parque solar ou eólico, podendo maximizar a geração de energia renovável em áreas já reservadas para tal fim.

ESA quer mandar energia solar do espaço para a Terra  — Foto: ESA
ESA quer mandar energia solar do espaço para a Terra — Foto: ESA

O projeto têm várias incertezas técnicas que ainda serão investigadas caso os planos sigam. Não se sabe, por exemplo, como o feixe de energia da Solaris interagiria com a atmosfera, dado que em qualquer etapa de conversão de energia, parte dessa é perdida no processo, geralmente na forma de calor.

“Tais fenômenos não foram demonstráveis ou examinados de forma conclusiva, especialmente no contexto da variabilidade natural de nossa atmosfera”, diz a ESA. “Compreender como o feixe de energia interagiria com a atmosfera é uma das incertezas técnicas que seriam abordadas no programa exploratório Solaris.”

Aquecimento global
A agência espacial dá certeza de que a adição de energia da SBSP não irá aquecer mais a Terra do que mitigar o aquecimento global. Isso porque o Sol emite cerca de 170 mil TW (terawatt) de potência na Terra, sendo 70% absorvido pela atmosfera e pela superfície. Outros 30% são refletidos de volta ao espaço.

“Mesmo se implantássemos mil satélites de energia solar, cada um transmitindo 2 GW de energia para a Terra, isso adicionaria apenas 0,001% de energia adicional à insolação solar. A própria produção solar varia por um fator de 100 a mais do que isso ou cerca de 0,1% ao longo de seu ciclo de 11 anos”, explica o comunicado da agência.

Por meio do Solaris, a Europa teria um conjunto diversificado de tecnologias-chave para aplicações na Terra e no espaço, segundo a ESA, que cita células solares de alta eficiência, transmissão de energia sem fio e montagem robótica em órbita.

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